
29 de outubro, de 2024 | 06:00
Na contramão
Fernando Rocha
Se a mineira, ministra Carmem Lúcia, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ao exaltar o sucesso das eleições realizadas no último domingo em diversas capitais e cidades do interior no país, afirmou que vivemos uma monotonia democrática”, o mesmo não se pode dizer do futebol.Foram tantos os acontecimentos que o espaço da coluna é insuficiente para uma análise mais profunda de todos os casos.
Teve morte de uma pessoa e cerca de 20 feridos numa emboscada feita por marginais, integrantes da torcida palmeirense Mancha Verde, a um ônibus que transportava torcedores da Máfia Azul, do Cruzeiro, que retornava de Curitiba, após acompanhar a derrota do time celeste para o Atlhetico-PR.
Neste jogo, inclusive, causou espanto e revolta na torcida azul a expulsão do atacante Rafa Silva, aos 3 segundos da primeira etapa, um recorde mundial que prejudicou seriamente a equipe, que acabou derrotada por 3 x 0.
A diretoria prometeu uma multa severa” ao jogador, enquanto nas redes sociais postagens indicavam suspeita de envolvimento com apostas? Não coloco a minha mão no fogo de jeito nenhum.
Cada vez pior
Mas a grande vilã dessa 31ª rodada foi a arbitragem, que já é ruim e piorou ainda mais, após as atuações desastrosas de Ramon Abatti Abel, Bráulio da Silva Machado e Flávio Rodrigues de Souza, que atuaram nas partidas Palmeiras x Fortaleza, Flamengo x Juventude e Vitória x Fluminense, respectivamente, no último sábado, pelo Campeonato Brasileiro.
Além deles, Diego Pombo Lopez - VAR no Maracanã, Pablo Ramon - VAR no Allianz Parque, Rodrigo Guarizo Ferreira do Amaral e José Claudio Rocha Filho - VAR no Barradão foram afastados pela comissão de arbitragem.
No Allianz Parque, Ramon Abatti Abel deu uma mãozinha” ao Palmeiras ao marcar dois pênaltis duvidosos contra o Fortaleza.
No Maracanã, o Juventude ficou na bronca com Bráulio da Silva Machado, que marcou um pênalti maroto a favor do Flamengo e ainda expulsou injustamente Nenê, por reclamação.
No Barradão, o Fluminense foi o prejudicado pelo assoprador de apito Flávio Rodrigues de Souza, que errou feio ao marcar pênalti a favor do Vitória, nos minutos finais, que deu o triunfo ao time baiano.
FIM DE PAPO
Agora só resta esperar que a arbitragem e o extracampo não atrapalhem nos jogos decisivos pelas Copas Libertadores e Sul-Americana, envolvendo Atlético e Cruzeiro, neste meio de semana. O Galo encara o River Plate, no Monumental de Nuñes lotado por 80 mil torcedores do Milionários. A novidade na delegação alvinegra é o meia Matias Zaracho, recuperado de uma cirurgia de hérnia, que deve ficar no banco de reservas.
O Galo tem uma vantagem confortável, por conta da vitória de 3 x 0 no jogo de ida. Pode perder até por dois gols, mas o Ríver Plate é um clube gigante, tem boa equipe e vai vender caro esta provável eliminação. Além disso, todo cuidado é pouco com as armações de bastidores, pois a Conmebol, que fez de tudo para um brasileiro não conquistar novamente o título continental, está novamente numa saia justa, com a possibilidade clara de outra final verde e amarela entre Botafogo e Atlético.
O Cruzeiro, também na capital da Argentina, decide amanhã, contra o Lanús, a passagem para a final da Copa Sul-Americana. No último domingo fez noventa dias da vitória sobre o Botafogo, por 3 a 0, no Rio de Janeiro, que encheu a sua torcida de esperanças até na conquista do título nacional. A partir daí, a carruagem azul virou abóbora: 12 jogos, apenas nove pontos conquistados em 36 disputados, sendo que no returno a campanha é de time rebaixado. A última vitória foi no dia 1 de setembro, contra o lanterna e já rebaixado Atlético-GO.
Todos os jogadores, a comissão técnica, os funcionários em geral recebem em dia; o time viaja em voos fretados e se hospeda em hotéis cinco estrelas. O que tem faltado é respeito com a camisa azul, sobretudo com a torcida que lota o Mineirão em todos os jogos. Neste contexto, a Copa Sul-Americana virou obrigação, e este jogo de amanhã contra o Lanús, além de sua importância absoluta, tem de ser encarado como o jogo da vida não só pelo atual elenco, mas pelo técnico Fernando Diniz. Só para lembrar, o último treinador que ficou seis jogos sem vencer à frente do Cruzeiro, Emerson Ávila, em 2001, foi demitido após completar esta sequência.(Fecha o pano!)
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