27 de outubro, de 2024 | 08:30
Adolescentes da semiliberdade expõem projeto cultura no Centro de Ipatinga
Mostra Cultural Fragmentos e Vivências das Comunidades ocorre na Estação Memória e estará aberta ao público até o dia 8/11
Por Matheus Valadares - Repórter Diário do AçoComeça nesta segunda-feira (28) a exposição da Mostra Cultural Fragmentos e Vivências das Comunidades”, produzida por adolescentes atendidos pela Casa de Semiliberdade de Ipatinga, sob gestão do Polo de Evolução de Medidas Socioeducativas (PEMSE). A exibição será na Estação Memória, no Centro, e fica aberta ao público até o dia 8/11. Buscando formas de alcançar o que tange as vivências e relações sociais da individualidade de cada um, observou-se que os adolescentes possuem um senso de pertencimento muito forte a suas respectivas comunidades e territórios.
Para o desenvolvimento deste projeto, foram utilizados materiais de pintura, bordado e elementos que remetesse às vivências, como bolsas, que foram confeccionadas com o uso de tecido de algodão cru, telhas e colcha de retalhos.
Foram utilizados materiais de pintura, bordado, ilustrações, desenhos, desenvolvidas telas através das oficinas de liberart e grafite, onde foram retratadas nas telas as vivências das comunidades, os retratos das comunidades, através de cores e também da tela em preto e branco. Também foram desenvolvidas pinturas em telhas, sendo a telha de barro um objeto simbólico da comunidade, onde nós resgatamos a história da telha que, ainda encontramos residências, lares, que possuem a cobertura das telhas de barro. Também foram desenvolvidas bolsas ecológicas, que também são muito simbólicas nas compras, no comércio, nas trocas de objetos entre a vizinhança, então muito utilizada e muito vivenciada nas comunidades. E foi confeccionada uma colcha de retalhos através da produção do bordado por cada adolescente de palavras que representam conceitos que são valorizados e vivenciados nas trocas, no coletivo das relações humanas”, detalha Marisa Alves Satler, diretora da Casa de Semiliberdade de Ipatinga.
Marisa também frisa que o projeto trouxe um lugar muito significativo
para os adolescentes. Ele se tornou uma representação material da individualidade, do singular de cada adolescente, onde eles puderam expressar suas vivências, relembrar, construir fragmentos que fazem parte das comunidades das quais eles estão inseridos e possibilitou também um acesso, um aumento desse repertório de vida acerca de comunidades, saindo do conhecimento de comunidade, como uma composição de casas, de histórias próprias, mas ampliando para comunidades quilombolas, LGBTQI+, trazendo reflexões acerca do diferente e acerca sobretudo do quanto eles, enquanto protagonistas”, disserta.
Por fim, a diretora afirma que a cultura é uma estratégia de ampliação de repertórios de percepções e a partir daí construções de projetos de vida para esses adolescentes.
A Casa da Semiliberdade busca fomentar e oportunizar o acesso à cultura dos adolescentes, sendo uma estratégia de ampliação de repertório de vida e também de construções de projeto de vida, de trazer aos adolescentes o conhecimento, o acesso, a apreciação, buscando valorização, respeito de valores culturais, éticos, sociais, de gênero e raça e, sobretudo, de promover diversidade cultural da nossa região, diversidade cultural das comunidades, diversidade cultural também do nosso país e possibilitar esses adolescentes identificação de habilidades, de potencialidades, de conhecimento de suas próprias capacidades e incentivá-los também por meio da vivência e com o conhecimento dos aspectos culturais, a produção, a produção artística como uma forma de manifestar”, conclui.
Divulgação/Sejusp
Adolescentes desenvolvem diversos formatos de arte a partir de suas vivências pessoais

Iluminou”
Marcelo Oliveira (nome fictício), um dos adolescentes assistidos e que participou do projeto, pontua que a oportunidade iluminou” a mente e despertou habilidades que não sabia que tinha.
Foi uma experiência muito boa para mim, porque falar de comunidade é uma coisa muito boa, porque eu vim de uma comunidade e tem muitas pessoas aqui que vieram de comunidades diferentes. E falar de comunidade é falar de nós, porque nós somos a comunidade, nós fazemos a nossa comunidade. Cada gesto, cada atitude, tudo forma a comunidade e todos nós queremos ver a comunidade bem, a comunidade feliz, a comunidade sem violências, ver as crianças soltando uma pipa, jogando uma bola. Todos pensando juntos numa coisa boa e em cada pintura, cada telha que nós fizemos, cada bordado, cada telha, cada tela, tudo pra mim foi uma aprendizagem nova porque a gente trabalha com mais pessoas e tendo isso a gente tem mais relação social com as pessoas, a gente aprende a ter uma convivência melhor e assim a gente tem um pensamento de sair da medida e fazer o melhor, ser uma pessoa nova, uma pessoa boa e trazer alegria para nossa comunidade”, conclui.
Público atendido
O público atendido é formado por adolescentes do sexo masculino, com faixa etária dos 12 aos 18 anos, podendo se estender até os 21 anos (Art.2º, § único do ECA). Oriundos de todas as cidades de Minas Gerais, sobretudo, de Ipatinga, respeitando a capacidade máxima de 20 adolescentes.
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Tião Marreta
27 de outubro, 2024 | 14:29Jovens de 16 anos já podem votar, então por que não poderiam responder criminalmente, como qualquer adulto? Com isso o adolescente já possui a mesma responsabilidade pelos seus próprios atos que os adultos.”