19 de outubro, de 2024 | 08:40
Casos de sífilis congênita caem na Região Metropolitana do Vale do Aço
A campanha Outubro Verde” busca reforçar a mobilização para a testagem, diagnóstico e tratamento da doença. O terceiro sábado do mês foi instituído como Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita
Por Matheus Valadares - Repórter Diário do AçoOs casos de sífilis congênita caíram em 2023, comparado ao ano de 2022, na Região Metropolitana do Vale do Aço (RMVA). Também em 2024, até o primeiro trimestre, os dados igualmente apontam queda. Conforme apurado pelo Diário do Aço a partir dos conjuntos de dados atualizados e disponibilizado pelo Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), no ano passado foram notificados 265 casos, enquanto no ano anterior foram 236, o que representa uma queda de 10,94%.
Quando avaliados os números individualizados por municípios, todos os quatros também registram queda. Ipatinga viu os casos caírem de 120 para 108, de um ano para o outro. Em Coronel Fabriciano, a queda foi de 52 para 36. Timóteo teve uma redução de 35 para 26 casos, enquanto Santana do Paraíso teve um decréscimo mais tímido, de 29 para 23.
Já neste ano, até o 1º trimestre, Ipatinga e Coronel Fabriciano contaram 7 casos de sífilis congênita cada, enquanto Timóteo teve 4 casos e Paraíso apenas 1.
Outubro verde
O terceiro sábado do mês de outubro foi instituído como Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita que, em 2024, será neste dia 19. Neste cenário, a campanha Outubro Verde” busca reforçar a mobilização para a testagem, diagnóstico e tratamento da doença.
A sífilis congênita, transmitida para a criança durante a gestação ou parto, pode acarretar em aborto espontâneo, parto prematuro, má-formação do feto, surdez, cegueira, deficiência mental e mesmo a morte do bebê ao nascer. A doença pode se manifestar logo após o nascimento, durante ou após os primeiros dois anos de vida da criança.
Vale do Aço
Observando as estatísticas das 28 cidades que compõem a região, nos últimos quatro anos (2021, 2022 e 2023 completos e 1º trimestre de 2024) foram notificados 801 casos de sífilis congênita.
Os municípios da RMVA têm mais registros: Ipatinga com 354 casos, Coronel Fabriciano com 131, Santana do Paraíso com 90 e Timóteo com 75.
Caratinga, com a 3ª maior população da região, teve 11 casos em todo o período analisado. Braúnas, Bugre e Mesquita tiveram apenas 1 notificação, cada. Dom Cavati, Entre Folhas, Jaguaraçu, e Vargem Alegre não somaram notificações.
Ainda analisando o mesmo recorte de tempo, dos 801 bebês nascidos com sífilis, 1 teve morte pela doença, 3 tiveram óbito por outras causas, 12 foram natimortos (morte fetal a partir das 20/28 semanas de gravidez e que resulta no nascimento de um bebê sem sinais vitais), e 2 tiveram a evolução diagnóstica não especificada. A grande maioria, 783, nasceram vivos.
Metodologia
As estatísticas contemplam o registro de casos inseridos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), que é alimentado pelas unidades de saúde, com informações sobre doenças e agravos, incluídos na lista nacional de doenças de notificação compulsória. O Sinan coleta, transmite e dissemina os dados gerados rotineiramente pelo Sistema de Vigilância Epidemiológica das três esferas de governo, por intermédio de uma rede informatizada.
Dúvidas frequentes
Como se prevenir: uso do preservativo em todas as relações sexuais, seja ele masculino ou feminino.
Sintomas: às vezes são discretos, mas tem as fases (primária, secundária, latente e terciária). Se não tratada a tempo, a sífilis pode comprometer o sistema nervoso central, o sistema cardiovascular e órgãos como olhos, pele e ossos.
Diagnóstico: pode ser realizado na Unidade Básica de Saúde, por meio do teste rápido, com a coleta de uma gota de sangue na ponta do dedo. Caso o resultado seja reagente, uma amostra de sangue deverá ser coletada e encaminhada para a realização de um teste laboratorial para a conclusão do diagnóstico.
Tratamento: é disponibilizado pelo SUS, sendo a benzilpenicilina benzatina o medicamento de escolha e a única droga com eficácia durante a gestação. Para prevenção da sífilis congênita, tanto as gestantes quanto seus parceiros devem fazer os exames de diagnóstico. Em caso de resultado positivo para a gestante, é fundamental que o parceiro também procure o serviço de saúde e passe pelo tratamento. Dessa forma, a reinfecção por sífilis é evitada e a saúde da mãe e do bebê ficam garantidas.
Reinfecção: a sífilis é uma infecção curável, mas pegar uma vez não confere imunidade.
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