16 de outubro, de 2024 | 08:00

Última sessão itinerante de cinema e debate em Ipatinga

Divulgação/LPC
O filme ''Bicho de Sete Cabeças'' está em cartaz e debateO filme ''Bicho de Sete Cabeças'' está em cartaz e debate
O Auditório Dom Lélis Lara, localizado no campus do Centro Universitário Católica do Leste de Minas Gerais - Unileste, no bairro Bom Retiro, em Ipatinga, será o palco da última edição do Cinema Itinerante Los Películas Cineclube. Dessa vez, a curadoria do projeto selecionou o premiado filme “Bicho de Sete Cabeças”, dirigido por Laís Bodanzky, e o curta chileno “Prestando Mi Alas”, dirigido por Sofia Cabrera.

A oitava sessão de cinema e debate deste ano acontece nesta quarta-feira (16), a partir das 19h30. Com entrada franca e aberta à comunidade, a programação integra a contrapartida obrigatória do projeto que começou a circular em junho e passou pelos bairros Bom Jardim, Vila Celeste, Planalto, Limoeiro, Canaã e Bethânia, em Ipatinga.

Terapia e manicômios
O curta-metragem chileno “Prestando Mi Alas” abre a sessão desta quarta-feira. A obra foi filmada na quarentena, mas é um exemplo claro da importância de se ter um processo terapeutico. A diretora Sofia Cabrera convida a uma reflexão sobre a importância do acompanhamento emocional e destaca que, além de teorias, correntes e ferramentas, o que verdadeiramente ajuda é a conexão de almas, o respeito ao tempo do outro, a empatia, a compaixão e o amor.

O curta chileno foi filmado durante a quarentenaO curta chileno foi filmado durante a quarentena
Na sequência, entra em cartaz “Bicho de Sete Cabeças”, de 2001, que relata o drama vivido por Austregésilo Carrano Bueno (1957-2008), autor do livro “Canto dos Malditos”, uma autobiografia lançada nos anos 90 que apresenta o retrato crítico dos manicômios no país. Bueno se tornou um símbolo da luta antimanicomial no Brasil e conta que foi internado em 1974, com apenas 17 anos, após seu pai encontrar uma porção de maconha em seus pertences. Medicamentos fortes, sessões de tortura, além de maus tratos, por parte dos funcionários da instituição onde estava internado, são revelados pelo autor, que ficou com sequelas dos anos de internação.

Laís Bodanzky leu o livro pela primeira vez, em 1996, quando fazia parte de um grupo de estudo sobre saúde mental. Logo, convidou o roteirista Luiz Bolognesi para adaptar a história. O filme recebeu várias indicações e prêmios nacionais, além de abrir as portas para uma nova maneira de pensar sobre as instituições psiquiátricas no país. O elenco também foi premiado em vários festivais, como Melhor Ator para Rodrigo Santoro, Melhor Atriz para Cássia Kiss e Melhor Ator Coadjuvante para Gero Camilo e Othon Bastos.

A programação de filmes e debates do Cinema Itinerante Los Películas Cineclube é realizada com recursos da Lei Paulo Gustavo por meio do Fundo Municipal de Cultura de Ipatinga, e nesta sessão derradeira tem o apoio do Centro Universitário Católica do Leste de Minas Gerais - Unileste. Mais informações: Instagram @lospeliculascineclube e Marilda Lyra (31) 99966-4166.
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