13 de outubro, de 2024 | 06:00

Nova Selefogo

Fernando Rocha

Confesso que há alguns anos não faço muita questão de assistir aos jogos da seleção brasileira, eu que já fui um “Pachecão” de mão cheia.

Acredito não estar sozinho, neste caso, pois a maioria da população, hoje, também não se interessa pela seleção, e motivos não faltam para isso.

Mas, até por falta de outras opções, fui para a frente da TV na última quinta-feira à noite, encarar um Chile x Brasil, além do insuportável ufanismo dos narradores e comentaristas.

Sob o comando de Dorival Junior, a seleção jogou sem Vinícius Jr., mas isto também não faz diferença, pois até hoje ele não jogou nada pela seleção; Arana, cortado por contusão, foi bem substituído pelo jovem Abner, revelado pelo Athletico-PR e atuando na Inglaterra.

O jogo nem havia começado direito e o reserva de luxo do Galo, Vargas, fez de cabeça 1 x 0 para os chilenos, aproveitando falhas coletivas da nossa zaga e do goleiro Ederson.

Pensei com meus botões: esta noite vai ser uma daquelas difíceis, onde nós, os sacrificados torcedores, somos os mais prejudicados.

Final feliz
Enfim, pelo menos, teve um final feliz: o Brasil venceu, virou o placar para 2 x 1, com gols dos botafoguenses Igor Jesus e Luiz Henrique, um em cada tempo, feito exaltado como se fosse algo extraordinário o fato de dois jogadores do Botafogo darem a vitória para a nossa seleção.

O Botafogo é um dos clubes que mais cederam jogadores para a seleção na história das Copas do Mundo e só vou citar aqui alguns deles: Nilton Santos; Didi; Garrincha; Amarildo; Zagallo; Jairzinho; Gerson; Paulo César Caju; o goleiro Manga, por aí afora. Não à toa, a seleção brasileira era chamada de “selefogo”.

Resumo da ópera canarinho: foi uma excelente vitória e um resultado que recoloca a seleção brasileira no caminho da classificação para a próxima Copa do Mundo.

Contudo, porém, todavia, não deixou de ser uma seleção pobre, fraca, onde faltam boas ideias de jogo, faltam craques e sobram “Danilos” e “Paquetás”.

FIM DE PAPO

A torcida do Cruzeiro vai reencontrar um velho conhecido, após esta pausa do calendário nacional para jogos da Data-Fifa. A Raposa terá a missão de superar o técnico Rogério Ceni, que vive momento de turbulência no Bahia - foi chamado de “burro” pela torcida após a derrota de 2 x 0 para o Flamengo, na Arena Salvador. Rogério Ceni dirigiu o Cruzeiro por pouco tempo, durante o triste período que antecedeu o rebaixamento do clube, em 2019. Foi demitido e como nada recebeu à época, entrou na Justiça reivindicando quase R$ 2 milhões, que estão pendurados no prego milionário e mais alto da associação, juntamente com cobranças de outros credores.

Até a chuva deu o ar da graça, depois de uma ausência que durou longos seis meses, aqui nos nossos grotões, causando prejuízos incalculáveis à natureza e à agricultura, muito por conta das queimadas. Com ela, na última quarta-feira, o futebol do Galo voltou a aparecer, em noite inspiradíssima do craque Hulk que resultou na vitória de 3 x 0 sobre o Grêmio, jogo adiado pela 6ª rodada do Campeonato Brasileiro devido às enchentes no Rio Grande do Sul. O Atlético é o único time brasileiro vivo nas três principais competições do calendário anual, e com esta vitória ganhou tranquilidade para aproveitar ao máximo a semana de descanso proporcionada pela Data-Fifa.

Na próxima quarta-feira, a maratona recomeça contra o Fortaleza, fora de casa, certamente utilizando um time todo reserva, pelo Campeonato Brasileiro. Em seguida, duas decisões: a primeira contra o Vasco da Gama, pela semifinal da Copa do Brasil, no Rio de Janeiro; três dias depois, na Arena MRV, recebe o River Plate, pelo jogo de ida das semifinais da Libertadores. A direção do Galo sonha em conquistar uma ou as duas Copas, de preferência a Libertadores que dá mais dinheiro e, também, credencia para disputar o Mundial de Clubes da Fifa.

O Atlético protagonizou, na última semana, algumas polêmicas que serviram para desgastar ainda mais a imagem dos atuais donos do clube junto à torcida. Primeiro foi a notícia do não pagamento de R$ 500 mil ao Cuiabá, pela transferência do atacante Deyverson. Em seguida, apagaram a imagem do jornalista Fred Melo Paiva, do jornal “Estado de Minas”, que estava pintada no muro da Arena MRV. Sobre a dívida com o Cuiabá, o fato mostra que os atuais donos, embora sejam bilionários, não estão mais dispostos a abrir o cofre para tapar buracos nas contas do clube. No caso do jornalista, crítico dos atuais donos, foi algo digno dos tempos obscuros da ditadura militar, onde quem se atrevia a ser oposição era “apagado”, assim como fizeram com o retrato do jornalista no muro da Arena. “O futebol no mundo deveria ser interrompido em alguns períodos para as pessoas refletirem, desconstruírem muitos de seus conceitos, perceberem as besteiras que disseram e que fizeram, para daí construírem novas maneiras de ver a vida e o futebol”. Tostão. (Fecha o pano!)

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