11 de outubro, de 2024 | 17:10
Maior árvore do Sudeste brasileiro, ameaçada de extinção, é descoberta em Ipaba
Divulgação/Cenibra
Com 50 metros de altura, o jequitibá-rosa, espécie ameaçada de extinção, é a maior árvore já registrada no Sudeste brasileiro
Com 50 metros de altura, o jequitibá-rosa, espécie ameaçada de extinção, é a maior árvore já registrada no Sudeste brasileiro
No coração da Mata Atlântica, uma descoberta recente revelou a maior árvore já registrada no Sudeste brasileiro. Com 50 metros de altura, o imponente jequitibá-rosa (Cariniana legalis) foi encontrado na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Fazenda Macedônia, uma unidade de conservação em Ipaba, administrada pela Cenibra.
A descoberta é um marco significativo para o bioma Mata Atlântica e reforça a importância da proteção e da preservação ambiental. Em um cenário onde os incêndios florestais têm devastado grandes áreas verdes em todo o país, o Jequitibá torna-se um símbolo de sobrevivência.
Inicialmente, a árvore foi avistada por imagens de satélite. O que chamou a atenção foi o destaque da sua copa, com mais de 700 metros quadrados - equivalente a sete quadras de vôlei juntas - que projetava uma grande sombra sobre as outras árvores.
"Quando observamos a imagem de satélite, ficou claro que estávamos lidando com uma árvore monumental", relata Jacinto Lana, especialista da coordenação de Gestão Ambiental da Cenibra.
Uma equipe multidisciplinar foi organizada para investigar a descoberta e com o auxílio de drones e a tecnologia LiDAR (Light Detection and Ranging), a altura de 50 metros foi confirmada. Essa tecnologia utiliza lasers para medir distâncias, o que permite ver detalhes do solo e das árvores, mesmo em áreas densamente florestadas.
Segundo Bruno Ferraz, especialista do departamento de Planejamento e Pesquisa Florestal, com o LiDAR foi possível detectar uma altura de 48,946 metros, porém não havia garantia de que o ramo mais alto da árvore fosse interceptado pelo laser, podendo resultar em uma diferença de até um metro.
Ao usarmos o drone, movemos as camadas superficiais de folhas no chão, permitindo que a medição começasse exatamente do nível da base da árvore. Ao combinar as duas técnicas foi possível chegar a uma medição precisa, o que validou nossas expectativas quanto à dimensão dessa árvore”, detalha Bruno.
Após a apuração da altura era necessário descobrir a espécie. A identificação só foi possível graças a um único fruto que se soltou de forma antecipada, oferecendo uma rara oportunidade de confirmação. Era o que faltava para reconhecer o jequitibá-rosa, uma espécie ameaçada de extinção.
Impacto da Descoberta
Embora jequitibás dessa magnitude sejam mais comuns na Amazônia, encontrar uma árvore dessa proporção na Mata Atlântica demonstra a resiliência e importância deste bioma. De acordo com registros do site Árvores Gigantes, especializado em catalogar oficialmente árvores monumentais, o maior jequitibá registrado tem 43,8 metros, localizado em São Paulo. Com isso, o jequitibá-rosa da RPPN Fazenda Macedônia passa a ser a maior árvore do Sudeste brasileiro e a terceira maior da Mata Atlântica já documentada.
"A proteção dessas árvores é fundamental, pois elas sustentam a biodiversidade e são testemunhas vivas da história natural do Brasil", destaca Thales Claussem, analista ambiental da coordenação de Responsabilidade Social da Cenibra.
O próximo desafio será estimar a idade da árvore, e acredita-se que o jequitibá-rosa possa ter mais de 600 anos. Para isso, pesquisas já estão sendo planejadas em colaboração com especialistas da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM).
Preservação e sustentabilidade na Fazenda Macedônia
O jequitibá-rosa destaca o papel da RPPN Fazenda Macedônia como uma área essencial para a preservação da biodiversidade. Fundada há três décadas, a RPPN foi a primeira do Sudeste reconhecida como Reserva Particular do Patrimônio Natural pelo IBAMA, por meio da Portaria nº 111, de 14 de outubro de 1994.
É considerada também uma Área de Alto Valor para Conservação (AAVC), que designa áreas de extrema importância biológica, ecológica, social ou cultural. O principal atributo que confere a Fazenda Macedônia uma AAVC é a presença de espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção.
Com mais de 560 hectares de florestas nativas preservadas, a reserva abriga diversas espécies da fauna e flora ameaçadas de extinção. Os estudos e monitoramentos da biodiversidade já realizados na RPPN possibilitaram, até o momento, o registro 15 espécies de aves e 9 de mamíferos presentes em listas oficiais de espécies ameaçadas de extinção na natureza.
"Há um verdadeiro ecossistema em sua copa, com orquídeas, cipós, ninhos de aves e diversas plantas epífitas, reforçando a importância dessas árvores para a biodiversidade local e a necessidade de sua preservação", explica Jacinto Lana, especialista da coordenação de Gestão Ambiental.
Pesquisas futuras e compromisso ambiental
A descoberta também aguçou a curiosidade da equipe multidisciplinar, formada por engenheiros ambientais, florestais e biólogos, e novas pesquisas estão sendo planejadas para explorar as demais áreas protegidas pela Cenibra. A Empresa maneja uma área total de 254.070,53 hectares, sendo 105.730,95 destinados a Áreas de Preservação Permanente, Reserva Legal e vegetação nativa. A expectativa é de que novas árvores monumentais sejam encontradas.
Kelen Moreira enfatiza que a descoberta do jequitibá traz um novo fôlego às discussões sobre a preservação dos últimos remanescentes de Mata Atlântica. "Precisamos garantir a longevidade dessas árvores e dos ecossistemas que as cercam, e essa descoberta destaca a importância de ações contínuas de conservação”, afirma a coordenadora de Gestão Ambiental.
Outro marco para a Cenibra foi a recente obtenção da certificação LIFE, que reconhece o compromisso da Empresa com a preservação da biodiversidade. A certificação é concedida a organizações que demonstram excelência na gestão de áreas naturais e na adoção de práticas ambientais sustentáveis.
"Somos a primeira empresa do setor a ser certificada pela LIFE. E a descoberta do jequitibá é mais uma evidência de que nossas áreas de conservação são essenciais para a proteção da biodiversidade", complementa Kelen Moreira, coordenadora de Gestão Ambiental.
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Vitor
14 de outubro, 2024 | 20:09Descoberta? Observe em volta, é puro eucalipto. A arvore só permanece ali pela boa vontade de quem liderava e chefiava os grupos que preparavam a terra e plantavam a cultura de eucalipto ali ao lado. Uma mistura de sorte, boa vontade e medo. Se não algum serrador já teria passado o motosserra nela a muitos anos atrás.”
Cidrac Pereira de Moraes
14 de outubro, 2024 | 12:31Essa região é sede do foi a mais densa Mata Atlântica. O reino dos vinháticos, perobas, ipês, roxinhos e tantas outras. Muitos viraram tacos nos apartamentos de Juiz de Fora e RJ. É uma alegria saber que a Mata Atlântica existe e resiste. Pelas manifestações dos leitores neste espaço a gente concluiu que tem muita gente do lado da vida e da beleza.”
Ilza Ribeiro
13 de outubro, 2024 | 13:18Quantas árvores desta espécie e de tantas outras são destruídas para a monocultura do eucalipto? bom nosso modo de vida levou a isso. Quando soubermos que sem esse ecossistema é interdependente salvamos para salvarmos a nós mesmos”
Alessandro de Sá
13 de outubro, 2024 | 09:07Excelente matéria! Sim. É necessário comemorar e refletir. A natureza não está morta! Os bons exemplos permitem à conservação das espécies e a mecanismos para boas ações e bons relacionamentos com o meio ambiente. A sustentabilidade é possível.”
Márcia Del-penho Manccini da Paiva
12 de outubro, 2024 | 23:59Como é feito o controle de matas dentro da área urbana? Aqui em Juiz de Fora temos a Mata do Cristo que sofreu incêndios nesse inverno tão seco. Temos Mata do Krambeck, a maior floresta particular urbana, que infelizmente faz limites com alguns bairros, e a Mata de Filgueiras, que faz limites com várias granjas (casa de campo). Apesar de ter uma certa proteção, nunca soubemos se há uma medição desses limites, sem invasão para se ampliar terrenos particulares. Trabalho difícil, útil e muito necessário.”
Gildázio Garcia Vitor
12 de outubro, 2024 | 19:06? preciso entender. que no Capitalismo vem, em primeiro lugar, o lucro, quer queira, queiramos não. Meio ambiente e seres humanos, vêm depois, com vários poréns, sendo o principal a necessidade de manter os empregos.”
Jane
12 de outubro, 2024 | 13:52que maravilha da natureza! Gostaria que meus netos e bisnetos vissem ao vivo a mesma maravilha natural que meus olhos virão !”
Bom
12 de outubro, 2024 | 13:50Essa empresa de celulose, destrói nossa terra e FINGE estar preocupada com o meio ambiente.
Mas tá bom ,no país onde manda quem tem $$$$$$.
Tá tudo certo.....”
Leitor
12 de outubro, 2024 | 11:23Aí vem um Imbecil e coloca fogo!
Até quando ?”