11 de outubro, de 2024 | 11:00

O ano todo rosa

Renata Souza Lima *

Iniciamos o mês de outubro com a cor rosa iluminando monumentos e hospitais, colorindo as redes sociais e engajando médicos, pacientes, famosos e anônimos, na tentativa de disseminar o conhecimento e a importância do rastreamento do câncer de mama com a mamografia. O rastreamento é definido como a realização de exame na população alvo sadia, com o intuito de diagnosticar lesões pré-malignas e o câncer em estágios iniciais, não diagnosticados ao exame clínico rotineiro.

E a mamografia é o exame eleito pelo Ministério da Saúde (MS) e pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) para esse fim. Trata-se de um exame simples, rápido e oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o país. A SBM indica a realização do exame anualmente em todas as mulheres a partir dos 40 anos, salvo àquelas com indicações individuais de início mais precoce.

As evidências científicas mostram que o rastreamento nessa faixa etária é capaz de reduzir a mortalidade pelo câncer de mama, portanto deve ser solicitado e realizado na rotina de atenção à saúde da mulher.

O câncer de mama é o câncer mais comum entre as mulheres brasileiras, é uma doença com a incidência crescente em todo o mundo, e a principal causa de morte por câncer em mulheres em nosso país.
"As evidências científicas mostram que o rastreamento na faixa de 40 anos é capaz de reduzir a mortalidade pelo câncer de mama, portanto deve ser solicitado e realizado na rotina de atenção à saúde da mulher"


Recentes dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) estimam a incidência de mais de 700 mil novos casos de câncer por ano em 2024 e 2025. Destes, mais de 70 mil casos são de câncer de mama, sendo 40 % deles diagnosticados já em fases mais avançadas - estádio III e IV.

O tratamento do câncer de mama é multidisciplinar e tem evoluído a passos largos nos últimos anos. Terapias oncológicas mais modernas como as terapias alvo, ADCs (Anticorpo Droga Conjugada) e imunoterapias tem trazido ganhos significativos na sobrevida dessas pacientes, mas o diagnóstico em fases mais precoces da doença ainda impacta diretamente no sucesso terapêutico.

Portanto, as ações “cor de rosa” devem ser contínuas, o ano todo, para a conscientização da população e assim alcançarmos real avanço no controle do câncer de mama!

* Médica oncologista do Biocor/Rede D’Or

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