09 de outubro, de 2024 | 08:30

Ocupação feminina nas Câmaras Municipais será reduzida na RMVA a partir de 2025

Por Isabelly Quintão - Repórter Diário do Aço
Após as eleições municipais, que ocorreram neste domingo, 6 de outubro, o número de mulheres eleitas vereadoras foi reduzido na Região Metropolitana do Vale do Aço (RMVA), especialmente em Ipatinga. Timóteo é o único município da região em que o número de mulheres eleitas para assumir o cargo em janeiro de 2025 foi maior do que a legislatura atual.

Em Ipatinga, Cida Lima (PT) será a única a estar na Câmara Municipal pelos próximos quatro anos. Ela foi reeleita com 2.922 dos votos – e a mais votada entre todos os vereadores eleitos.

Cecília Ferramenta, do mesmo partido, que está na atual legislatura, não se candidatou. Já a Professora Mariene (Republicanos), que também está na Câmara, esteve na corrida eleitoral pela prefeitura, como vice-prefeita do candidato Heleno do Hospital (Progressistas), mas não se elegeu, assim como todas as outras mulheres que tentaram uma cadeira no Legislativo este ano.

Outras cidades
Na atual legislatura, Coronel Fabriciano conta com apenas uma vereadora, Lucimar do Salão, do partido Mobiliza. No entanto, pelos próximos quatro anos, não terá mais nenhuma.

O Legislativo de Timóteo tem hoje apenas a Pastora Sônia Andrade (Novo), que foi reeleita. A partir do ano que vem, novas mulheres ocuparão as vagas, sendo elas: Renara Cristina, do mesmo partido, e Leninha da Saúde, do Republicanos. A cidade é a única da RMVA a eleger um maior número de mulheres como parlamentares para a próxima legislatura, subindo de uma para três representantes.

Por fim, em Santana do Paraíso, Claudimar Alves (Avante) é a atual e única vereadora mulher. O cenário continuará da mesma forma por mais quatro anos, tendo em vista que, a partir de 2025, somente uma vaga é feminina, e será de Iramilda ACS (Agir).


Representatividade
Cida Lima, única vereadora eleita em Ipatinga, aponta os possíveis motivos da representatividade feminina no Legislativo da RMVA ser tão baixo. "Nós vivemos em uma sociedade em que não há igualdade de oportunidades entre homens e mulheres. E isso se reflete diretamente na política, na representatividade, nos cargos de poder. A gente convive com isso, esse reflexo de uma sociedade que convive com esse machismo”.

Para ela, este é um cenário difícil de ser rompido. “Precisamos travar uma luta grande para ter coragem de sair para ocupar outros espaços. E quando chegamos aos espaços, nós encontramos muitas barreiras. Talvez as mulheres vão desistindo pelo caminho. Isso acaba consolidando essa cultura da desigualdade, a cultura machista, de que o homem é mais capaz do que a mulher”, aponta.

A vereadora ressalta a importância de haver mais mulheres nas Câmaras. “Primeiro porque nós somos maioria do eleitorado. Então teria que ter mais mulheres para representar a maioria dos eleitores, quando a gente trata de gênero”, analisa. “As mulheres estão nos espaços do cuidado, nos espaços das tarefas do dia a dia, no cotidiano da casa, então elas têm a dimensão do cuidado com as pessoas. Considero muito importante que essas mulheres estejam também nos espaços de poder, construindo as leis, certamente essas leis abrangeriam muito mais as mulheres”, conclui.

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