02 de outubro, de 2024 | 08:10
Vale do Aço registra saldo positivo na geração de empregos, mas mercado de trabalho não vai bem
Por Isabelly Quintão - Repórter Diário do AçoO mercado de trabalho da Região Metropolitana do Vale do Aço (RMVA) contratou 265 novas pessoas com carteira assinada no mês de agosto. No acumulado do ano, o saldo também foi positivo (+12). No entanto, a situação da economia regional não é boa.
Os dados foram apurados pela reportagem do Diário do Aço junto ao coordenador de estatística e de pesquisa do Observatório das Metropolizações Vale do Aço do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG) campus Ipatinga, o geógrafo William Passos. Os números são do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), divulgados na semana passada pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
No oitavo mês do ano, a distribuição das contratações formais nos setores ocorreu da seguinte forma: agropecuária (-3); indústria (+57); construção (+6); comércio (+17); e serviços (+189). Entre janeiro e agosto: agropecuária (+6); indústria (-460); construção (-308); comércio (-275); e serviços (+1.050).
Desaceleração da indústria
Embora os saldos tenham sido positivos nos dois períodos, William Passos explica que a economia regional ainda vai mal. A indústria metalomecânica desacelerou, começou a demitir por causa da crise do aço, que está repercutindo mais no Vale do Aço do que em outras regiões do Brasil. A indústria, principalmente de Timóteo, aparenta dar pequenos sinais de retomada, mas isso ainda não está definido. O mercado de trabalho da região que gera emprego - que puxa a economia quando a indústria enfraquece - quem aparece é o setor de serviços que é o mais intensivo em mão de obra”.
Se você considerar o acumulado do ano, o mercado de trabalho do Vale do Aço simplesmente não avançou. Quando você olha em conjunto, a visão muda. Infelizmente, a região vive uma crise muito severa, não gera emprego, não circula dinheiro, a situação é dramática e estimula a emigração. Quem é nascido e criado na região vai embora e, em compensação, as vagas que ficam são preenchidas por pessoas de outras regiões que são mais pobres e que vão para o Vale do Aço em busca de oportunidade. É um ciclo estrutural que não muda, não altera o cenário”, acrescenta o geógrafo.
Falta de investimento
O economista, fundador da Cooperativa dos Bancários do Vale do Aço e analista em micro e macro economia, Erasmo Felizardo Lima, afirma que falta investimento na região.
O Vale do Aço continua muito dependente da indústria. Isso faz com que todos os fatores sazonais do setor sejam sentidos pela economia local. A prestação de serviços de outros setores, como lanchonetes, restaurantes, entregas por aplicativos, dentre outros ramos envolvidos nesta cadeia de serviços, vem crescendo na região. Mas é perceptível a necessidade desses segmentos se organizarem cada vez mais. Faltam investimentos em tecnologia, elaboração de plano de negócios, cálculos financeiros e outros planejamentos a longo prazo, uma vez que a maioria dos negócios estão inseridos na categoria de Microempreendedor Individual (MEI). Os pequenos negócios têm grandes oportunidades na busca de parcerias com players estratégicos e planejadores. Há no mercado incansáveis caçadores de oportunidades e de talentos, mas falta a união entre parceiros do mesmo ramo”, relata.
Falta transformar concorrentes em sócios estratégicos para construir um futuro mais promissor e com mais oportunidades nos setores de compras e vendas. Essa parceria traria mais confiança tanto para o empregado quanto para o empregador. Por falta de pensamentos estratégicos e valorização do quadro de colaboradores, as empresas perdem seus talentos, que saem para outras regiões em busca de melhores condições de vida e rendas compensatórias. Essa nova geração leva em conta as coberturas do plano de saúde, lazer, transporte, dentre outras. A empresa deve se abster do pensamento unilateral. Os colaboradores são parte importante do negócio. Os novos empreendedores precisam de um modelo de negócios, que os levem a reinventar a forma de se relacionar com o mercado de trabalho, pois o novo momento tem um olhar latente, a métrica de como reter talentos necessários para o sucesso deste novo mundo dos negócios”, finaliza o economista.
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Bolado Com o Sistema
02 de outubro, 2024 | 12:39O Comércio vai de mal a pior e a culpa é do Gustavo q tirou a Prefeitura do Centro.”