30 de setembro, de 2024 | 05:46
La Niña deve ter intensidade fraca este ano, diz climatologista
Com informações da Agência BrasilO fenômeno La Niña, se as tendências dos modelos de previsão estiverem corretas, provavelmente será fraco e talvez não se sinta os efeitos costumeiros, segundo a climatologista Francis Lacerda, do Instituto Agronômico de Pernambuco, em entrevista ao programa Natureza Viva, da Rádio Nacional da Amazônia.
O La Niña é marcado pelo resfriamento anormal das águas do Oceano Pacífico e é um fenômeno associado ao sistema de chuva no Brasil e outros países da América do Sul.
De acordo com Francis, o La Niña provoca chuva no Nordeste do Brasil, e gera seca na Região Sul, em boa parte do Centro-Oeste e no Sudeste.
A climatologista explica que o fenômeno iniciou há dois meses o processo de resfriamento, porém em velocidade mais lenta que o habitual.
O que a gente tem observado e os modelos de previsão do mundo inteiro indicam é que o La Niña este ano está atrasado, já era para estar um pouco mais avançado no tempo e a previsão é que seja uma La Niña fraca”, disse.
De acordo com Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a probabilidade do La Niña nos meses de outubro-novembro-dezembro aumenta para 60%.
Chuva prevista para Minas Gerais só em outubro
Para o mês de outubro, a previsão do Inmet é quantidade de chuvas acima da média em grande parte da Região Sul, Mato Grosso do Sul, São Paulo e sul do Rio de Janeiro e de Minas Gerais e deve haver volta gradual das chuvas para a parte central do país na segunda quinzena.Com a sequência do tempo quente e seco, há registro de seguidas queimadas criminosas destruindo áreas de vegetação em vários lugares, conforme registra o jornal Diário do Aço.
Mudanças climáticas
A climatologista destacou a questão das mudanças climáticas, que foi abordada na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) na última semana, principalmente no discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que defendeu o multilateralismo como caminho para superação da urgência climática.Para Francis Lacerda, as ações para minimizar os impactos do descontrole climático, como a redução das emissões, ainda enfrentam resistência de setores econômicos para serem colocadas em prática, como o agronegócio, ainda "pautado em cima da produção em larga escala e da produção de bovinos e carne que é exportada". "A energia e a água são convertidas nessas commodities e a gente aqui padecendo de ações para que esse setor de commodities e do agronegócio cresça em detrimento do nosso bioma e do descontrole total do clima”, ressalta.
Outro ponto citado pela climatologista é a possibilidade de a Amazônia chegar ao ponto de não retorno (estágio em que determinado processo se torna irreversível, por exemplo, o desmatamento) o que trará, conforme Francis Lacerda, graves consequências ao país. Ela defende que é preciso parar de considerar o bioma "um pasto gigante" para criação de gado e plantação de soja.
Quanto aos incêndios florestais, ocorridos em diversas regiões do país, a climatologista disse que a maioria deve ter intenção criminosa com intuito de queimar áreas de proteção ambiental.
Um monitoramento, a partir de imagens de satélite e alertas de fogo, mostra que 99% das queimadas no Brasil têm ação humana, principalmente na Amazônia, Cerrado e Pantanal.
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Rodrigo
30 de setembro, 2024 | 09:11RETIRADA DA VEGETAÇÃO NATURAL: A principal interferência do ser humano é o desmatamento na região da encosta, que elimina as chamadas 'plantas salvadoras'. A vegetação exerce um papel importante de estabilização do solo, 'segurando' a terra e servindo como barreira natural para a queda d'água. Ao retirar essa cobertura, deixa-se um terreno limpo para que o solo deslize morro abaixo sem grandes obstáculos. Conclusão: deveríamos plantar centenas (CENTENAS!!!) de milhares de árvores no Vale do Aço, na região urbana e rural.”