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21 de setembro, de 2024 | 08:30

Brasil deve ficar sob influência do La Niña a partir da primavera

Alex Ferreira/Arquivo DA
Temperaturas devem permanecer acima da média durante nova estação, no entanto, o longo período de estiagem deve ter fimTemperaturas devem permanecer acima da média durante nova estação, no entanto, o longo período de estiagem deve ter fim
Por Matheus Valadares - Repórter Diário do Aço
A primavera, estação das flores, terá início neste ano de 2024 exatamente às 9h44 deste domingo (22), fazendo a transição entre inverno e verão. Não somente neste mês de setembro, como já abordado pelo Diário do Aço, bem como outubro e novembro, a tendência é que a temperatura permaneça acima da média climatológica, apesar dos efeitos do Lã Niña, que tem 58% de chances de iniciar já neste mês, conforme perspectiva do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

“A tendência que temos durante o período da nova estação é o fenômeno em atuação La Niña, que é o resfriamento das águas do Oceano Pacífico Equatorial e que normalmente proporciona temperaturas em médias mais baixas. Entretanto, a perspectiva é que tenhamos um trimestre (outubro, novembro e dezembro) no Vale do Aço de temperaturas ainda acima da média climatológica e, em termos de chuvas, a tendência é que tenhamos chuvas dentro da normalidade”, afirma Claudemir Azevedo, meteorologista do Inmet.

“Ou seja, principalmente no fim de setembro, início de outubro, as precipitações mais características com pancadas de chuvas ocorrendo aí no final da tarde, geralmente acompanhadas de raios e rajadas de vento. E a partir de novembro, dezembro, chuvas mais associadas a frentes frias, que tem o caráter de uma chuva mais duradoura e intermitente”, continuou o especialista.

Umidade
A umidade relativa do ar, que nos últimos dias chegou a ficar semelhante ao do deserto do Saara, deve melhorar nas próximas semanas, fazendo com que o clima fique menos seco.

“A tendência é que tenhamos nos próximos meses condições de umidade relativa do ar, em média, mais elevadas, temperaturas também mais elevadas e o retorno das chuvas à região do Vale do Aço”, concluiu Claudemir.

Impactos na safra
Com a previsão dos modelos climáticos indicando o possível início do fenômeno La Niña durante a primavera, surge a questão sobre qual será o impacto deste evento no início da atual safra de verão.

O diagnóstico produzido pelo Inmet aponta que, em geral, em anos de La Niña, ocorre redução da chuva na região Sul do país, enquanto nas regiões Norte e Nordeste, há um aumento da chuva. “Entretanto, é importante destacar que o clima no Brasil não é apenas influenciado pela atuação desse fenômeno, pois existem outros fatores a serem considerados, que também interferem nas condições de tempo e clima no país, podendo atenuar ou intensificar os efeitos do La Niña, fatores estes também considerados nas previsões climáticas”, enfatiza o órgão.

Nesse sentido, o acompanhamento e a atenção constante das condições observadas e da previsão climática são extremamente necessárias, especialmente nas regiões produtoras.

Conforme o prognóstico climático, o retorno gradual da chuva na porção sul das regiões Centro-Oeste e Sudeste deve ocorrer a partir de outubro, fator importante para a elevação do armazenamento de água no solo e o estabelecimento das fases iniciais das culturas no campo, como a soja e milho. “Entretanto, na porção norte das regiões Centro-Oeste e Sudeste, a irregularidade das chuvas no início da primavera, combinada com altas temperaturas, pode reduzir os níveis de água no solo. Na Região Sul, a previsão de chuva abaixo da média pode prejudicar o início da safra de grãos nos Estados do Paraná e Santa Catarina. Porém, o Rio Grande do Sul, pode ser beneficiado por chuvas mais regulares, favorecendo as lavouras de inverno que ainda estão em campo, bem como o plantio da safra 2024/2025. Porém, pode haver redução dos níveis de umidade no solo no mês de dezembro, caso o fenômeno La Niña se estabeleça”, conclui o documento.

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Comentários

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Ana Lucia

21 de setembro, 2024 | 17:04

“Inmet não prevê nada corretamente. 1% de acerto e 99% de erro.”

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