19 de setembro, de 2024 | 08:30
Seca também impacta no aumento do preço do café e consumidor já sente a alta
O período de seca tem afetado não só a saúde do brasileiro, mas também o bolso. A situação impacta o agronegócio nacional e, nas últimas semanas, os supermercados têm repassado a alta do café, que subiu da média de R$ 19 para R$ 25, o pacote de 500 gramas, em pouco tempo. A alta sofre influência do mercado internacional e deve continuar até o fim do ano.
O coordenador Técnico Regional da Emater, Sebastião Jorge Braga, lembra que um dos motivos é o fato de o café ser uma "commodity", ou seja, um produto comercializado no mercado internacional em grandes volumes. Por isso, seu preço é determinado nas bolsas de valores segundo a oferta e a demanda desse tipo de produto.
"Como toda commodity, sua cotação é feita em dólar. Se observarmos a variação do dólar em relação ao real no ano de 2024, tivemos uma valorização de 17% do dólar em relação ao real entre 1º de janeiro e a data atual. Então, isso é um reflexo muito evidente. Se comercializo no exterior um produto em dólar, que tem influência também no mercado interno, e se o dólar aumentou 17% em relação ao real, esse valor já vem agregado ao preço interno", esclareceu.
Reserva
Ainda segundo o coordenador técnico da Emater, a reserva global de café tem diminuído, e a demanda está maior do que a produção mundial. "Normalmente, as safras melhores complementam esse déficit, mas a safra 2023/2024 foi muito conturbada por questões climáticas, como temperaturas elevadas, escassez de chuva e várias floradas do café. Tudo isso contribuiu para uma queda na produção, na qualidade e na disponibilização do café no mercado interno e externo. Isso resultou no aumento do preço. É a lei de mercado, que existe desde que o mundo é mundo: a lei da oferta e da demanda", ressaltou.
Alta
Ainda segundo Sebastião Jorge, a tendência é que a alta do preço se mantenha em 2024. Apesar de o Brasil estar no período de safra, a produção deste ano sofreu uma queda em relação a 2023. "Então, aliado a esses dois fatores, dificilmente o preço do café voltará aos valores praticados no início do ano ou há alguns meses. A tendência é manter essa alta e, possivelmente, uma elevação ainda maior até o fim do ano", avaliou.
Desperdício
Como forma de economia, Sebastião Jorge orienta os consumidores a prepararem a bebida sem desperdício. "Às vezes fazemos muito café sem necessidade, colocamos na garrafa e depois descartamos. Para combater essa elevação de preço, que não está sob nosso controle, pois é uma lei de mercado, devemos fazer a quantidade necessária e consumir de forma correta, sem desperdício", orientou.
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Gildázio Garcia Vitor
19 de setembro, 2024 | 11:28O maior problema, é que não são só as nossas brasileiras secas, são as mundiais. No momento, a alta de preços tem a ver, também, com a queda de produção do Vietnã por causa das secas vietnamitas.”