17 de setembro, de 2024 | 12:00
Ai, tristeza...
Nena de Castro *
Aconteceu na quinta-feira passada. A tarde encerrava seu ciclo e a noite se aproximava. O céu estava cinzento e o ar meio que parado. O trânsito aumentava seu fluxo na ânsia de quem trabalhou o dia inteiro e quer voltar rápido para casa. Desci do ônibus que me trouxe de GV naquele ponto perto da CEF e caminhei em direção à praça do Horto. Antes de descer os degraus de acesso, ouvi um crocitar zangado sobre a minha cabeça. Pensei ser minha imaginação, mas repetiu-se mais duas vezes e pelo sim pelo não, balancei minha bolsa sobre a cabeça, intentando espantar o que fosse. Na calçada, olhei para trás e vi um pássaro cinza claro, dando voltas perto daquela planta que existe ali, na parede da Caixa, com ar de dona. Imaginei logo que fosse uma passarinha” que havia botado em seu ninho na planta e protegia seus ovitos.Pensei também que podia ser uma pobre ave espantada de seu habitat pelo fogo inclemente, que achara abrigo ali e estava disposta a defender o seu” lugar. E num átimo, eu me lembrei do filme Os Pássaros” do rei do suspense Alfred Hitchcock, no qual, sem aviso ou aparente motivo, pássaros de todos os tipos atacam em bando as pessoas, provocando um terror total. E aí a cidadezinha entra em polvorosa e toda sorte de desastres acontecem, como por exemplo o incêndio e explosão de um posto de gasolina que deixam a gente de cabelos em pé; não há explicação no filme sobre as causas dos ataques inusitados, parece que os pássaros estão tentando reaver seu espaço e nele não há lugar para humanos.
Fico pensando nos milhares de animais mortos nessas fogueiras assassinas, que pipocam pelo país”
Correu a notícia de que o cineasta se baseou em um acontecimento nefasto de 1961, ocorrido em Monterey, Califórnia, onde enormes bandos de aves marinhas começaram a chocar-se contra as casas, provocando muito medo. Cientistas descobriram mais tarde no estômago dessas aves mortas, algas tóxicas, advindas de vazamento dos canteiros sépticos de obras na região. Afeee! Você saía do cinema sem saber o porquê do ataque, com um gosto de Apocalipse na boca, é um horror total aquele bando de aves atacando seres humanos.
Hitchcock, ironizando um repórter que indagava sobre o enredo do filme, respondeu: O enredo é o seguinte: as aves estão cansadas de serem mortas, depenadas e comidas pelo homem, então decidem se vingar. Um dia, se agrupam e mergulham sobre as pessoas num pequeno vilarejo.”
Ironias à parte, fico pensando nos milhares de animais mortos nessas fogueiras assassinas, que pipocam pelo país, que muito teriam a nos dizer, se pudessem: homem insensato, você está queimando o seu futuro e o fim será muito triste. E nada mais digo, a não ser que nessa quinta-feira eu vou fazer uma palestra pros participantes do Movimento de Terceira Idade em Timóteo, no auditório da Associação do Técnicos de Timóteo. Z Au revoir.
* Escritora e contadora de histórias
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Tião Aranha
18 de setembro, 2024 | 13:29A Natureza arde em chamas! O Projeto do Pai está em curso. É hora de transformar o que não dá mais sozinho, isolado, ninguém é capaz! Não é possível crer que tudo é fácil. Há muita força que produz a morte gerando a dor, tristeza e desolação. Tem que existir harmonia entre o ambiente interno e externo dum cidadão. Rs.”