15 de setembro, de 2024 | 15:44

Em meio à seca e ao calor, ministro diz que volta do horário de verão é uma possibilidade real

Alex Ferreira
O horário de verão não vigora no Brasil desde 2019, por meio de determinação do então presidente Jair BolsonaroO horário de verão não vigora no Brasil desde 2019, por meio de determinação do então presidente Jair Bolsonaro

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), declarou nesta semana, em São Paulo, que a reintrodução do horário brasileiro de verão é uma possibilidade real. Segundo ele, essa medida visa otimizar o uso da luz natural em vez da artificial, contribuindo para a redução do consumo de energia elétrica no país.

A ideia do governo vem de um momento de seca recorde no Brasil e com a proximidade do verão, tradicionalmente quente num país tropical, mas significativamente mais intenso nos últimos anos. O horário de verão não vigora no Brasil desde 2019, por meio de determinação do então presidente Jair Bolsonaro.

Silveira destacou que, embora o horário de verão possa ajudar a diminuir o uso de usinas térmicas durante os horários de pico, sua implementação envolve considerações além da esfera energética, incluindo impactos econômicos e na rotina das pessoas.

“A volta do horário de verão é uma possibilidade real, mas não pode ser tratada como uma certeza imediata. É importante avaliar todos os impactos dessa medida”, afirmou o ministro. Ele enfatizou que qualquer decisão será tomada com cautela para evitar transtornos à população.

O ministro também anunciou que solicitou ao Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) e à Secretaria Nacional de Energia Elétrica (MME) que se reúnam com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para elaborar um plano de contingência para o verão de 2024/2025 e o planejamento energético para o próximo ano.

Além disso, Silveira mencionou que estudos mostram que o horário de verão pode trazer benefícios econômicos significativos, como o aumento do turismo e o impulso a setores como bares e restaurantes durante a primavera e o verão.

O ministro ressaltou que a economia proporcionada pelo horário de verão pode reduzir a dependência de usinas térmicas nos horários de pico, que costumam ocorrer entre 18 e 21 horas. Ele solicitou ao CMSE informações sobre a origem das usinas térmicas, incluindo as da Petrobras e do setor privado, para assegurar um equilíbrio energético seguro.

Silveira também destacou a necessidade crescente de geração de energia devido ao aumento global das temperaturas e ao crescimento do consumo. “Antes de setembro deste ano, o Brasil nunca havia consumido 105 gigawatts [GW] em uma tarde. A média é de 85 GW, o que demonstra um aumento na demanda de energia, refletindo o uso intensivo de ar-condicionados”, explicou.

O ministro finalizou suas declarações afirmando que o futuro energético do país está na economia verde. “A nova economia verde é essencial para o desenvolvimento sustentável, o respeito às leis ambientais e a promoção de justiça social”, concluiu.

As declarações de Silveira foram feitas durante um encontro com o ministro do Meio Ambiente e Segurança Energética da Itália, Gilberto Pichetto Fratin, que estava em São Paulo para acompanhar medidas visando melhorar a qualidade dos serviços da Enel Distribuição São Paulo, após recentes apagões elétricos no estado.
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]

Comentários

Aviso - Os comentários não representam a opinião do Portal Diário do Aço e são de responsabilidade de seus autores. Não serão aprovados comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes. O Diário do Aço modera todas as mensagens e resguarda o direito de reprovar textos ofensivos que não respeitem os critérios estabelecidos.

Envie seu Comentário