15 de setembro, de 2024 | 08:40
Setembro Amarelo também é momento de debate sobre o bullying
Marcelo Casal Jr/Agência Brasil
As vítimas de bullying geralmente são intimidadas, expostas e ridicularizadas
As vítimas de bullying geralmente são intimidadas, expostas e ridicularizadas
A campanha Setembro Amarelo de combate ao suicídio é um momento importante também para reflexão sobre o papel do bullying, no qual crianças e adolescentes sofrem agressões que podem ser de ordem verbal, física ou psicológica. As vítimas geralmente são intimidadas, expostas e ridicularizadas, o que pode gerar efeitos negativos na saúde mental. É muito importante que pais e educadores fiquem alertas para tais situações.
A psicóloga que atende nos municípios de Ipatinga e Ipaba, Poliana da Silva, explica que o bullying, também chamado de intimidação sistemática, ocorre quando um indivíduo ou grupo usa de violência física e/ou verbal contra outra pessoa, com o objetivo de intimidá-la e/ou expô-la a situações públicas vexatórias.
"Tal prática, que muitos podem chamar de 'brincadeiras ou zoação' e achar normal, pode afetar diretamente a saúde mental das pessoas. Uma vez que a vítima vivencia essas situações, isso pode deixar marcas e impactos que trarão prejuízos à pessoa ao longo da vida", esclarece.
Impactos
Ainda segundo a psicóloga, de forma geral, os impactos na saúde mental tanto para as crianças quanto para os adolescentes podem ser os mesmos, como, por exemplo: baixa autoestima, isolamento, medo de ir à escola ou de sair de casa, insegurança, inclusive para se socializar, ansiedade e tristeza intensa, podendo evoluir para depressão, entre outros. "Em adolescentes, os efeitos podem se intensificar, contribuindo para o uso e abuso de substâncias, automutilação e até tentativas de suicídio", alerta.
Ações
Para Poliana, a escola precisa estar atenta a todos os sinais, pois, mesmo sem ter registrado casos de bullying, são necessárias ações de conscientização e prevenção para orientar e explicar aos alunos os impactos e consequências do bullying. Tais ações devem ser realizadas em conjunto entre escola e família, alcançando mais pessoas e reforçando a prevenção.
"As formas de conscientização podem ser diversas, mas deve-se atentar ao perfil do público a ser orientado para que as ações surtam efeito e alcancem os objetivos. Dentre as ações, temos opções como palestras, rodas de conversa, vídeos, filmes, panfletagem, trabalhos de pesquisa, encontros em grupo, escuta individual dos alunos, buscando acolher e orientar para que busquem ajuda. Para isso, é necessário que a escola esteja atenta aos sinais", aponta.
Família
A maioria dos casos de bullying ocorre em ambientes escolares, em grupos, e, por isso, nem sempre as famílias têm conhecimento dos casos, já que as vítimas temem as consequências caso denunciem. "O primeiro passo é prezar pelo acolhimento, fortalecendo o vínculo e o diálogo com seu filho, para que ele sinta segurança em falar. Conversar, orientar e ser exemplo de bons comportamentos é um papel de suma importância que a família deve desenvolver", orienta Poliana.
Campanha
O mês de setembro é dedicado à campanha nacional de prevenção ao suicídio da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), que em 2024 completa 11 anos no Brasil. Desde 2013, a ABP, em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), promove uma série de ações para apoiar e conscientizar a população sobre a importância de cuidar da saúde mental e prevenir o suicídio.
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