14 de setembro, de 2024 | 11:00

Sinistralidade subiu: e agora?

Mariana Marques *

Antes de começar esse artigo, eu preciso te dizer que você não está sozinho. Eu, você e a maioria dos empreendedores do nosso país estamos vendo os custos com despesas médicas da nossa empresa subirem ano a ano e nossos colaboradores cada vez mais doentes. A verdade é que chegou a hora de sairmos desse looping que estamos vivendo e colocar em prática o que os dados já nos mostram: colaboradores mais saudáveis são mais produtivos e geram menos custos.

Você pode me dizer: “tá bom Mari, mas como minha empresa sai desse looping?”. Com mais de 20 anos nesse setor eu posso te afirmar que o primeiro passo é entender o que está gerando o aumento desses custos. Você tem analisado o seu relatório de sinistralidade com que frequência?

Mais uma pergunta: quantos colaboradores da sua empresa têm doenças crônicas como diabetes, hipertensão, colesterol alto ou que estejam acima do peso? Quantas vezes essas mesmas pessoas estiveram na emergência devido a alguma complicação do seu quadro de saúde? O que sua empresa tem feito para evitar que as pessoas desenvolvam esses tipos de doenças? Você realiza uma auditoria dos reembolsos realizados no seu contrato?
"Golpes e desperdícios causaram perdas estimadas entre R$ 30 bilhões e R$ 34 bilhões às operadoras de planos de saúde ao longo de 2022"


De acordo com o IESS (Instituto de Estudos da Saúde Suplementar), golpes e desperdícios causaram perdas estimadas entre R$ 30 bilhões e R$ 34 bilhões às operadoras de planos de saúde ao longo de 2022. Nem preciso dizer quem, no fim do dia, pagou e continua pagando por essa conta, né? Somos nós.

É preciso que a gente direcione cada vez mais o nosso time de Recursos Humanos a entender como os benefícios de saúde estão sendo utilizados e com base nesses dados, criar ações que minimizem a má utilização dos serviços - como por exemplo as idas desnecessárias ao pronto-socorro. Além disso, faz-se necessário entender que para cuidar dos nossos colaboradores, precisamos entregar muito mais que um acesso ao plano de saúde.

Infelizmente, quando pensamos em saúde no Brasil, estamos sempre pensando em hospitais, doenças, tratamentos e nunca em bem-estar, hábitos saudáveis e qualidade de vida. Você já parou para pensar nisso? Não me espanta que hoje temos uma sociedade cada vez mais adoecida – nossos hábitos são cada vez piores. O grande ponto de virada é entender que a gente precisa mudar essa mentalidade, pois só assim vamos conseguir inverter esse jogo e reduzir nossos custos.

* Fundadora da Amarq, empresa de Consultoria em Saúde e da ONG Amor Philia

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