15 de setembro, de 2024 | 06:00

Força máxima

Fernando Rocha

O Cruzeiro terá hoje força máxima e um grande desafio diante do São Paulo, no Mineirão que irá receber novamente público superior a 50 mil pagantes.

O torcedor está feliz com a nova fase da Raposa, mas a cobrança é proporcional ao tamanho do clube gigante que está acostumado a disputar na cabeça e ganhar títulos todos os anos.

O técnico Fernando Seabra é o mais visado, por ser jovem e não possuir experiência anterior em grandes equipes do futebol nacional.

Mesmo tendo o Libertad, no Paraguai, como adversário na próxima quarta-feira, pelas quartas-de-final da Copa Sul-Americana, não há motivos para poupar titulares, pois o elenco vem de um longo período de descanso, em razão da data-Fifa, e disputa apenas o Campeonato Brasileiro.

O Cruzeiro é o 5º colocado e o São Paulo está em 6º lugar na classificação. Por isso, uma vitória será fundamental para a Raposa se manter no G6, que garante vaga na Libertadores do próximo ano.

Nova versão
O consagrado economista John Kenneth Galbraith, canadense de nascimento e estadunidense por opção, antes de falecer aos 98 anos, em Cambridge, Massachusetts, imortalizou a frase: “Quando os fatos mudam, eu mudo de opinião. E o senhor, o que faz?”.

O técnico Gabriel Milito parece ter estudado Galbraith e adotou a sua filosofia ao mudar radicalmente o estilo de jogo do Atlético, que passou de um time ofensivo, essencialmente propositivo, que tomava muitos gols, para outro reativo, que privilegia o sistema de marcação e obtém vitórias e resultados pela aplicação e qualidade de seus jogadores.

Hoje, contra o Bahia, em Salvador, pelo Campeonato Brasileiro, apesar de necessitar da vitória para melhorar a sua pontuação na classificação, Milito deve manter a sua nova versão tática, até porque os fatos não mudaram e são favoráveis.

FIM DE PAPO

Desde a compra da SAF pelo empresário Pedro Lourenço, o Cruzeiro teve renda bruta média de R$ 3.974.360,10 nas partidas com mais de 50 mil torcedores, no Mineirão. Já a renda líquida média foi de R$ 2.868.144,23. Se o público e a renda da partida de hoje contra o São Paulo ficarem neste patamar, ainda assim, a SAF terá prejuízo, pois precisou desembolsar R$ 3 milhões para garantir a realização da partida no “Gigante da Pampulha”, pois o mando havia sido vendido a empresários pela gestão anterior de Ronaldo Fenômeno.

Assino embaixo do que escreveu o ex-jogador Casagrande em sua coluna no UOL: “A seleção brasileira demora uma eternidade para passar do meio-campo e é cansativo demais assistir a esse time de Dorival Jr.”. De fato, não parece nem de longe que é a seleção brasileira que um dia se sagrou pentacampeã mundial. Outra coisa é ficar sem o futebol dos clubes nas competições nacionais por causa da Data-Fifa, pois o nível dos jogos de interesse é mínimo.

O futebol do Vale do Aço perdeu, na última semana, um de seus grandes nomes do passado recente: José Geraldo Araújo, o Peneneco, 62 anos, sepultado em Santana do Paraíso, onde residia com a família. Somos filhos de Tarumirim, pequena e acolhedora cidade, aqui dos nossos grotões, onde éramos vizinhos e amigos de infância, no tempo onde a diversão era jogar bola na Rua do Padre, sem calçamento e com balizas feitas de chinelos. Crescemos e cada um foi para seu lado ganhar a vida, até nos encontrar muitos anos depois aqui, em Ipatinga. Peneneco tinha muita qualidade técnica e sabia fazer gols de tudo quanto é jeito. Orgulhoso do conterrâneo, tive a felicidade e a honra de narrar muitos de seus gols, exaltando as suas qualidades como grande artilheiro, nas transmissões da Rádio Vanguarda.

Em 26/4/84, como parte das comemorações do 20º aniversário de Ipatinga, a seleção amadora de Ipatinga enfrentou e venceu o Cruzeiro, por 2 x 1, no campo da Usipa. Carlos Alberto Seixas fez 1 x 0 para o time celeste, no fim do 1º tempo; Peneneco fez uma de suas melhores atuações, infernizando a zaga cruzeirense, e empatou o jogo com um golaço, cabendo a Kalico fazer o gol da vitória ipatinguense. O técnico da Raposa, mestre Osvaldo Brandão, ex-seleção brasileira, quis leva-lo para BH, mas a segurança do bom emprego na Usiminas não deixou.

Peneneco será sempre lembrado por familiares e amigos como uma pessoa do bem, que viveu a vida com alegria, gente boa demais da conta, mas também pelos gols espetaculares, pelas suas grandes atuações que ilustraram as tardes de domingo, seja com a camisa do América de Tarumirim, do CESJO de São João do Oriente ou da extinta Aciaria, onde se consagrou como um dos maiores jogadores na história do futebol amador regional. Vá em paz, Peneneco! Que Deus conforte os seus familiares. (Fecha o pano!)

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