06 de setembro, de 2024 | 08:45

Movimentos populares e Igreja Católica participam em Itabira do 30º Grito dos Excluídos

Alex Ferreira
No ano passado, o Grito foi realizado no município de IpatingaNo ano passado, o Grito foi realizado no município de Ipatinga
Neste sábado (7), feriado da Independência do Brasil, integrantes da Igreja Católica e outras igrejas cristãs, movimentos sociais, sindicatos e lideranças da região, participam do 30º Grito dos Excluídos, na Paróquia São João Batista, em Itabira, no Médio Piracicaba.

As atividades têm início às 7h30 com a acolhida das caravanas na Escola Municipal Marina Bragança de Mendonça, localizada na Rua Guilhermina Duarte Lage S/N, no bairro Monsenhor José Lopes. A abertura oficial está agendada para as 8h30.

Essa edição do Grito celebra 30 anos das lutas populares realizadas anualmente no dia 7 de setembro em todo o Brasil. Nessas três décadas sempre com o tema “Vida em primeiro lugar”, o Grito denuncia a situação das camadas marginalizadas da sociedade e reivindica um Brasil com justiça social. Este ano, o lema é “Todas as formas de vida importam. Mas quem se importa?”. O padre Marco José de Almeida, pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no bairro Iguaçu, em Ipatinga, explica que neste ano, o evento convida as pessoas a terem o sentimento de empatia pelo próximo, sobretudo aos marginalizados.

“É importante a gente, aos 30 anos, dizer assim: a gente se importa. E a gente não está dizendo isso da boca para fora, porque é o nosso compromisso, o nosso testemunho. Que esse grito possa ecoar a partir do chão, do chão dos povos tradicionais, dos povos indígenas, a partir do chão das periferias das nossas cidades, a partir do chão do povo em situação de rua, a partir dos lavradores, trabalhadores da agricultura familiar, a partir dos pescadores tradicionais. O grito é um compromisso com a vida. A nossa concepção de fé, ela é muito religiosa, nós temos que ultrapassar os muros da religião, entender que a fé é uma postura de vida, é uma maneira de ser, e o nosso modelo de fé é Jesus, que estava e se importava com os pobres e os pequenos, os considerados impuros e pecadores”, destacou em entrevista ao Diário do Aço.

Caminhada
Inicialmente, haverá uma acolhida das caravanas que sairão das três Regiões Pastorais que formam a Diocese Itabira-Coronel Fabriciano. Os municípios do Vale do Aço fazem parte da Região Pastoral III, e contará com ônibus levando as lideranças até do evento. Os interessados podem entrar em contato com as paróquias que participam para saber os detalhes sobre os horários de ida e retorno.

Após a caminhada pelas ruas de Itabira, a atividade encerra-se com o grande grito, seguido de um almoço partilhado. A organização pede que os participantes levem caneca, prato e talher, para evitar o uso de descartável. A participação no Grito é livre.

Importância do Grito
“A proposta central é chamar a atenção para a exclusão social, econômica e política que ainda afeta grande parte da população, evidenciando que muitos brasileiros permanecem à margem dos benefícios da ‘independência’, como justiça social, igualdade de oportunidades e acesso a direitos básicos”, provocou o padre Marco José de Almeida. Para o líder religioso, o evento, que reúne dezenas de movimentos sociais e pastorais católicas, funciona como uma tribuna em que há a possibilidade de fazer “denúncias das desigualdades sociais históricas no país”.
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