01 de setembro, de 2024 | 06:59

Médico do HMC explica malefícios da fumaça de queimadas

Divulgação
Especialista fala sobre os riscos de inalar agentes tóxicos compostos nas fumaçasEspecialista fala sobre os riscos de inalar agentes tóxicos compostos nas fumaças
Por Matheus Valadares - Repórter Diário do Aço
Conforme já relatado pelo Diário do Aço, a quantidade de focos de queimadas em Minas Gerais aumentou em 114% no mês de agosto deste ano, comparado ao mesmo período do ano passado, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), contabilizados até dia 27/8. Esse cenário por si só, já gera riscos à saúde respiratória da população em volta dos pontos das queimadas, somado aos constantes níveis baixos da umidade relativa do ar, devido ao período de seca.

Marcos de Abreu, pneumologista da Fundação São Francisco Xavier (FSFX)/Hospital Márcio Cunha, explica que a elevação do gás carbônico no corpo humano é acompanhada da baixa oxigenação. Como resposta, ocorre um aumento do trabalho respiratório, a pessoa desenvolve um esforço respiratório e em fases mais tardias essa intoxicação pode até acometer o sistema nervoso central.

“A fumaça de incêndio é composta por gases tóxicos, monóxido e dióxido de carbono. Nesse contexto, existe uma queda do oxigênio, esses gases se ligam à molécula de hemoglobina, dificultando o transporte da molécula de oxigênio para todos os órgãos e sistemas. Além disso, existe um dano direto a todo o sistema respiratório e danos indiretos decorrentes da baixa oxigenação de todos os órgãos e sistemas, como por exemplo alterações cerebrais como sonolência, desmaios, que são decorrentes desse processo”, esclareceu.

Dependendo do grau intoxicação, a pessoa pode ir para um quadro de coma, com necessidade de início da ventilação mecânica.

“A depender do grau de exposição, o paciente tem que ser avaliado, levado a um pronto atendimento. A avaliação médica, com o exame físico, avaliação se houve queimadura de vias aéreas, olhar o paciente está oxigenando baixo, fazer uma gasometria arterial e fornecer cuidados como oxigênio, e dependendo da situação, em casos graves, pacientes necessitam até mesmo de ser entubados, porque a baixa oxigenação fica muito significativa”, pontuou o especialista.

Doenças crônicas
Para pacientes com doenças respiratórias, os riscos de inalar fumaça de incêndio são ainda maiores. “Pessoas que são portadoras de doenças respiratórias crônicas, como asma, fibrose pulmonar, fibrose cística, têm um limiar mais baixo, mediante exposições e agressões das vias aéreas por fumaça ou qualquer agente externo. Esses pacientes têm que tomar um cuidado maior, tem que se proteger, evitar essas exposições de fumaça, tomar mais água, manter-se hidratado e, mediante qualquer sintoma relacionado a exacerbação dessa doença, procurar o seu médico, principalmente o pneumologista que acompanha esses pacientes”, detalhou Marcos de Abreu.

Por fim, o pneumologista informou que a principal medida para impedir essas situações é evitar os focos de incêndio. “Hoje em dia existe uma preocupação ambiental muito significativa, anteriormente as queimadas eram mais comuns, eram hábitos, hoje isso é proibitivo, mas diante do incêndio a gente orienta sair o mais rápido possível, tentar molhar o corpo com toalha molhada para ajudar na respiração e sair o mais rápido possível do ambiente”, concluiu.
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Comentários

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Tião Aranha

01 de setembro, 2024 | 09:31

“Os malfeitores acendem numa mesma área vários focos de incêndio dificultando a origem dos mesmos. Só os candidatos a vereador aqui em baixo do morro não vêem, estão todos preocupados com a captura dos votos. Não bastasse a poluição da Usina, agora tem que conviver com a fumaça. Onde está o pessoal do meio ambiente, se que existe. Tá difícil de respirar. Rs.”

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