29 de agosto, de 2024 | 13:00
Esclerose Múltipla: um desafio que requer atenção e conscientização
Divulgação
Neurorradiologista Mateus Vinícius Marcial explica o que é a esclerose múltipla e quando procurar ajuda médica
Neurorradiologista Mateus Vinícius Marcial explica o que é a esclerose múltipla e quando procurar ajuda médica
No dia 30 de agosto é celebrado o Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla, uma data voltada para promover a conscientização e a compreensão sobre a doença. De forma a trazer esclarecimentos à população, o médico neurologista e neurorradiologista da Fundação São Francisco Xavier, Mateus Vinícius Marcial, explica o que é a esclerose múltipla e quando procurar ajuda médica.
A esclerose múltipla (EM) é uma doença autoimune, crônica e desmielinizante que afeta o sistema nervoso central, comprometendo tanto o encéfalo quanto a medula espinhal. A esclerose múltipla é caracterizada por um processo inflamatório e neurodegenerativo. Ela é uma doença que resulta na perda de mielina, a camada protetora que recobre os neurônios. Sem essa proteção, a condução dos impulsos nervosos é prejudicada, levando a uma ampla variedade de sintomas neurológicos. A destruição da mielina não só compromete a função nervosa, mas também pode levar à perda permanente de neurônios, agravando o quadro clínico do paciente ao longo do tempo", explica.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que mais de 2,8 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com esclerose múltipla, o que representa aproximadamente 35 casos para cada 100 mil habitantes.
Segundo o médico, essa condição, cuja prevalência está aumentando globalmente, é um desafio crescente para os sistemas de saúde, especialmente porque atinge de forma predominante adultos jovens, sendo a principal causa de incapacidade neurológica não traumática nessa faixa etária. A esclerose múltipla acomete de maneira desproporcional as mulheres, especialmente na faixa etária dos 20 aos 40 anos. Esse aumento da prevalência da esclerose múltipla nos últimos anos, está relacionado tanto a fatores ambientais quanto a uma maior capacidade diagnóstica”, detalha Mateus.
Os principais fatores de risco para o desenvolvimento da esclerose múltipla são diversos e incluem predisposição genética, baixos níveis de vitamina D, infecções virais, como a pelo vírus Epstein-Barr, obesidade e tabagismo. Porém, práticas como atividade física regular, consumo moderado de café e controle de fatores de risco cardiovascular podem ter um efeito protetor contra a doença. O médico faz o alerta para a população quanto aos sintomas que podem surgir. Entre os mais comuns estão a perda de visão acompanhada de dor ao movimentar os olhos, formigamento ou dormência em partes do corpo, fraqueza muscular e dificuldades de equilíbrio. Em alguns casos, os pacientes podem apresentar fadiga extrema, problemas cognitivos e até distúrbios de humor”, conta.
A esclerose múltipla manifesta-se em diferentes formas clínicas, sendo a mais comum a forma remitente-recorrente, na qual os pacientes apresentam surtos seguidos por períodos de recuperação parcial ou total. "Cada paciente pode ter uma experiência única com a esclerose múltipla, o que torna o manejo da doença bastante complexo. Por isso, o diagnóstico precoce é essencial", ressalta o Dr. Mateus.
Segundo o médico da FSFX, o tratamento da esclerose múltipla envolve estratégias para controlar os surtos e prevenir a progressão da doença. "Hoje, contamos com uma gama de medicamentos modificadores do curso da doença, que variam em eficácia e perfil de segurança. Esses tratamentos são fundamentais para reduzir o número de surtos e limitar a progressão da incapacidade física ao longo do tempo", acrescenta.
Com os avanços terapêuticos, o futuro da pesquisa em esclerose múltipla é promissor. De acordo com o médico, há novas drogas em desenvolvimento que não apenas controlam o componente inflamatório da doença, mas também visam a neuroproteção e a remielinização, o que poderia reverter algumas das sequelas. "Estamos otimistas com as pesquisas em andamento. Embora ainda seja cedo para conclusões definitivas, o progresso na compreensão da biologia da esclerose múltipla e no desenvolvimento de novas terapias pode transformar significativamente o tratamento dessa doença nos próximos anos. Mas é importante ressaltar que a conscientização sobre a esclerose múltipla e a busca contínua por novos tratamentos são essenciais para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e suas famílias", conclui o médico da Fundação.
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Gildázio Garcia Vitor
29 de agosto, 2024 | 20:53Excelente reportagem! Parabéns ao Dr. e ao Portal Diário do Aço!
Faltou um informação, tem cura?! Não tem! Portanto, os tratamentos, por enquanto, são para dar uma melhor qualidade de vida aos pacientes e, talvez, controlar e retardar os sintomas e o progresso da doença.
Mas as Ciências têm evoluído muito e, provavelmente, daqui alguns 15 anos poderemos ter medicamentos e tratamentos mais eficazes.”