27 de agosto, de 2024 | 12:00

Culpa e redenção pessoal

Paulo Hayashi Jr. *

Os conflitos internos necessitam de ajustes para aliviar a consciência e o pensamento íntimo. A culpa representa um mecanismo que, se remoído e relembrado na inação, acaba provocando mais danos ao sistema. Por outro lado, ela não pode ser esquecida. A transgressão exige reparo e uma ação edificante que enobrece e redime o ser em ocasiões futuras. Se "águas passadas não movem moinho", como diz o provérbio popular, o pensamento, a oração e o trabalho em prol de dias melhores configuram uma ação prática e destemida.

Culpar-se por ter feito o que não devia apenas cria pensamentos fixos que entorpecem os sentidos e os sentimentos, acabando por diminuir o entusiasmo para as ações retificadoras. O melhor é sermos práticos: perdoar e pedir perdão, libertando-nos de todo o mal, como uma faxina higiênica dos pensamentos e sentimentos, para privilegiar os novos ares e opções. Quem se desapega fica com o mundo interior mais leve e sem conflitos, o que permite o trabalho para a reconquista, agora com o apoio de todo o universo. O mundo conspira a favor dos que buscam se renovar, tal como na parábola do filho pródigo.

Seguir sem remorsos ou culpa é a solução adequada. Para isso, é vital conhecer os ensinamentos do mestre Jesus Cristo para ter segurança no caminho. Ações positivas e libertadoras permitem cultivar o pensamento íntimo com zelo, e essa será a grande recompensa para os filhos de Deus. Ter a consciência limpa e pacificadora configura o tesouro dos céus, mas conquistado com trabalho, suor, lágrimas e amor na terra.

* Doutor em Administração. Professor e pesquisador da Unicamp

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