25 de agosto, de 2024 | 10:00

Elevação dos números de internações de adolescentes por estresse e ansiedade

Andrea Ladislau *

Neste mês, uma reportagem trouxe dados alarmantes em relação à saúde mental na adolescência. Segundo os dados, o número de internações de adolescentes por estresse e ansiedade cresceu 136% nos últimos 10 anos. Uma grave e triste constatação que nos faz voltar o olhar para esse período tão sensível da vida.

A adolescência é geralmente aquela fase que os pais mais temem viver com seus filhos. Apesar de já terem passado por essa etapa da vida, sempre fica aquela sensação de desconforto e insegurança sobre como enfrentar o momento, já que as maiores preocupações são depositadas nesse período, em que até as relações ficam mais complicadas.

Essa fase consiste no período do desenvolvimento humano de transição entre a infância e a vida adulta e é caracterizada por um processo de maturidade crescente, que envolve uma série de transformações físicas, emocionais, cognitivas e sociais.

A fase da adolescência, sem dúvida, é a mais desafiadora, motivo pelo qual os adolescentes demandam um maior apoio dos pais para conseguirem lidar com todas as transformações. É um período em que o jovem perde a confiança completa que existia durante a infância nos pais, quando estes eram os principais modelos a serem seguidos e, portanto, seus grandes heróis. Agora, ele começa a desenvolver a autoconfiança no manejo da vida, a partir de suas próprias ideias e experiências sobre o mundo.

Também é nesse período que eles iniciam a puberdade, com visíveis alterações físicas e a vivência do luto pela perda do corpo infantil, da identidade e dos papéis infantis. Ou seja, mais do que nunca, fica claro que a fase da infância precisa ser fundamentada no diálogo e acolhimento familiar, uma vez que uma adolescência saudável começa na infância.

Ao entrar nessa etapa da vida, os jovens estão iniciando a jornada de construção da identidade. É aqui que experimentam a formação dos sentimentos, percebendo inclusive a necessidade de gerenciar suas emoções. É um período dedicado a formar um ego saudável, pois na juventude focamos em estabelecer quem somos, definindo nossos valores, crenças e metas.

E é exatamente à medida que amadurecemos que começamos a explorar além das barreiras do ego, expandindo nossa consciência. Por todas essas questões, a dinâmica do jovem evidencia que ele sente uma forte necessidade de ter, cada vez mais, autonomia. Além de serem obrigados a aprender a se libertar das limitações do ego, que é um passo importante para o seu crescimento pessoal. Reflexões e ações delicadas que explicam a grande dificuldade do jovem em enfrentar e lidar com os "nãos", aumentando ainda mais o estresse e a ansiedade.

Portanto, os dados apresentados preocupam e demonstram uma necessidade urgente de novas políticas e abordagens, com foco em comportamento e saúde mental para nossos jovens. Apesar de ser uma época de grandes descobertas, o que vemos na atualidade são jovens relatando sempre uma sensação de vazio, revolta e falta de sentido na vida.

Isso é facilmente justificado pela explosão de sentimentos e de transformações no corpo e na mente. Tanto que estão em eterna busca pelo pertencimento. Precisam se sentir acolhidos, precisam estar em grupos e, por esse motivo, experimentam diversas tribos para tentar se encaixar e se sentirem aceitos, pertencentes, a fim de sair do desamparo e da solidão. Ou seja, diante de seus próprios conflitos, estão sempre em conflito com a autoestima, tentando eliminar a insegurança e os medos.

A adolescência, como todas as outras fases do desenvolvimento humano, tem tudo para ser um momento incrível das nossas vidas, apesar de toda a turbulência no processo de autoconhecimento. No entanto, agora sabemos ainda mais que vivê-la pode não ser fácil, mas é preciso encontrar o equilíbrio para estar saudável e leve.

* Doutora em Psicanalise Contemporânea, Neuropsicóloga. Graduada em Letras - Português/ Inglês, Pós-graduada em Psicopedagogia e Inclusão Digital, Administração de Empresas e Administração Hospitalar. É palestrante, membro da Academia Fluminense de Letras e escreve para diversos veículos. Na pandemia, criou no WhatsApp o grupo Reflexões Positivas, para apoio emocional de pessoas do Brasil inteiro. Instagram: @dra.andrealadislau

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Comentários

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Tião Aranha

25 de agosto, 2024 | 11:24

“A evolução dos meios de comunicação de massa trouxe transformação humana. Estamos ainda só no começo. O sujeito transforma a sua própria história. Através de um raciocínio lógico e positivo podemos encontrar sabedoria para perceber o que podemos fazer, e força para fazê-lo. No geral, as pessoas não estão tendo habilidade pra conviver com as sequelas deixadas pela Pandemia. Cada um pensando que tem a melhor saída - quando na verdade não a tem. O quadro mental da decadência humana é exacerbado e nunca fora visto antes na história da humanidade - como sendo o mal do século - que ora afeta a todos sem distinção de classe social. Cresce o número de suicídios. O acompanhamento dum profissional da área ajuda muito, e nunca existe estrutura de saúde eficaz pra internar esses enfermos. As famílias estão perdidas e sem saber qual caminho tomar. Tal qual numa corrida de fórmula um, onde o arrogante durante essa corrida não adianta nem trocar os pneus. O carro tá quebrado; a pista é ruim e tem muitas curvas. O caminho é perigoso, - e não tem nem como parar! Rs.”

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