22 de agosto, de 2024 | 09:10

Mulher vence a paralisia cerebral e se torna operadora siderúrgica

Após vencer a paralisia cerebral e passar por 12 cirurgias, Chaiane Lorena de Jesus, 32 anos, comemora o percurso de sucesso que tem conquistado em sua carreira profissional. Mesmo enfrentando todo o preconceito na infância, ela encontrou forças para buscar formação e se tornar operadora siderúrgica na Aperam South America.

Natural de Coronel Fabriciano, Chaiane nasceu prematura de seis meses. Com o parto antecipado, desenvolveu paralisia cerebral, diagnosticada apenas quatro anos depois, quando ela não conseguia andar. Foram 12 cirurgias ao longo da vida, acompanhadas de isolamento social, dificuldades para frequentar a escola e a solidão provocada pela discriminação. “Nunca me esquecerei do dia em que o pai de um coleguinha disse que ele não poderia brincar comigo porque eu tinha deficiência”, relembra.

A paralisia cerebral afetou a parte motora, porém, desde cedo, Chaiane demonstrou uma capacidade incrível de superar as limitações físicas. Em 2021, tornou-se operadora siderúrgica na siderúrgica de Timóteo, uma área que poderia ser desafiadora. “Eu operava as pontes que transportavam as placas de aço na aciaria e executei com precisão um serviço complexo que muitos duvidavam que eu fosse capaz de realizar, exceto a Aperam”, orgulha-se.

Ela permaneceu nessa área por dois anos até ser transferida recentemente pela Fundação Aperam Acesita para a função de assistente administrativa. Agora, enfrenta um novo desafio. No último mês, por sua história inspiradora, Chaiane Lorena foi eleita membro titular do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência de Timóteo, por unanimidade.

Essa nova experiência lhe proporciona satisfação em poder ajudar a elevar a pauta da inclusão de pessoas com deficiência a um novo patamar na cidade. Como vice-presidente do conselho, Chaiane tem planos audaciosos para promover a acessibilidade no Vale do Aço e ampliar o entendimento sobre as necessidades das pessoas com deficiência.


Apoio
Em sua jornada, ela encontrou mentores que a apoiaram e encorajaram, mostrando-lhe que não há limites para suas realizações. “Agradeço muito toda a força que recebi na Aperam e agora recebo na Fundação. Pensei em desistir, porque não é fácil, mas fui sempre incentivada a seguir em frente na empresa. É um ambiente muito acolhedor”, ressaltou Chaiane.

Inclusão
O diretor de Gente e Gestão da Aperam, Rodrigo Heronville, afirma que garantir esse ambiente inclusivo é uma prioridade absoluta do Programa de Inclusão com Diversidade da empresa, lançado em 2021. O programa possui cinco grupos de afinidade — Pessoas com Deficiência (PCDs), gênero, LGBTQIA+, raça e geracional — que atuam cooperando para a disseminação das ações previstas nos pilares estratégicos.

Ele cita alguns avanços conquistados nos últimos anos, como licença-maternidade e paternidade estendidas, geração de quase 200 vagas afirmativas, trailer de lactação, cursos de formação exclusivos para pessoas com deficiência e construção de banheiros adequados. Além disso, a empresa mais que dobrou a participação de mulheres no quadro total de funcionários, de 7% em 2019 para 17% em 2024.