13 de agosto, de 2024 | 08:30
Quase 10% dos nascidos vivos no Vale do Aço são filhos de mães na faixa etária de 10 a 19 anos
Por Matheus Valadares - Repórter Diário do AçoNo ano de 2022, 7,76% dos nascidos vivos na Região Metropolitana do Vale do Aço (RMVA) nasceram de mães na faixa etária de 10 a 19 anos. Os dados disponíveis são oriundos do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc), gerido pelo Departamento de Análise de Situação de Saúde, da Secretaria de Vigilância em Saúde do governo federal, em conjunto com as secretarias estaduais e municipais de Saúde.
As estatísticas referentes a 2022 representam os dados mais recentes de nascimentos vivos consolidados no Sinasc. Conforme o painel, dos 5.655 nascimentos nas quatro principais cidades da região, 7 foram de crianças e adolescentes de 10 a 14 anos e 432 de mães de 15 a 19 anos.
Para Débora Schittiini, ginecologista do Hospital Márcio Cunha (HMC), a gestação em crianças e adolescentes pode representar riscos tanto para as mães quanto para os bebês. Além disso, pode implicar em atrasos em outras áreas sociais.
Com relação à gravidez na adolescência, existem vários riscos associados. Engravidar nesse extremo de idade aumenta a chance de a paciente desenvolver pré-eclâmpsia, restrição de crescimento fetal, aumenta os riscos no parto, sem contar os riscos maternos. Uma adolescente que engravida, geralmente, tem que sair da escolaridade, atrapalha também no desenvolvimento social, o relacionamento dela com a família e às vezes até com o próprio parceiro. Então é um problema de saúde pública”, explica a especialista.
Os riscos deste tipo de gestação são impactados diretamente pela realização do pré-natal de maneira adequada. O atraso na descoberta da gravidez pode dificultar a realização de consultas nas datas preconizadas. A médica afirma que em meninas jovens, o ciclo menstrual pode ser irregular devido à imaturidade do eixo hormonal, o que pode atrasar a identificação do feto. Esse diagnóstico mais tardio da gestação pode representar um risco obstétrico.
Vários exames são preconizados no primeiro trimestre, então atrasa muito as condutas de pré-natal. Essas meninas precisam de cuidado extra, um acompanhamento pré-natal especializado, rigoroso, com acompanhamento multidisciplinar, avaliação emocional, avaliação do contexto social que essa criança, essa adolescente está inserida, orientações sobre programação de parto, dos cuidados no pós-nascimento com planejamento familiar, orientar sobre os riscos dessa exposição sexual precoce, medidas para a gente utilizar para prevenir um caso de uma gestação futura depois desse período de parto. Então vários são os cuidados com esse público”, detalha Schittiini.
Pré-natal em MG
Segundo dados disponíveis no Sinasc, no ano de 2022, foram 783 nascidos vivos de mães com idade entre 10 e 14 anos e 22.670 bebês de mães com idade entre 15 e 19 anos, em Minas Gerais. Destas, 315 declararam não ter feito nenhuma consulta pré-natal.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), recomenda-se no mínimo seis consultas de pré-natal intercaladas entre profissional médico e enfermeiro. No estado, 195 crianças e adolescentes fizeram entre 4 e 6 consultas. Já na faixa etária de 15 a 19, são 4.981 mães que realizam de 4 a 6 pré-natal.
Diário do Aço
Tabela montada pelo Diário do Aço com base em dados disponibilizados no SINASC

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Gildázio Garcia Vitor
13 de agosto, 2024 | 09:47Considerando que a taxa de fecundidade deveria englobar as mulheres em idade de procriar, dos15 aos 49 anos, em cada grupo de mil mulheres, o Brasil estraga até as Estatísticas. O IBGE, desde agosto de 2008, considera a partir dos 10 anos, antes já considerava a partir dos 14.
Em geral, os pais também são muito jovens.
É a turma do NEM-NEM, nem Estuda e nem trabalha. Mas procriam.”