13 de agosto, de 2024 | 13:00
Atletas olímpicos e a saúde mental
Livia Marques*
Nas Olimpíadas de Paris 2024, nossos atletas não deram show apenas ao conquistar medalhas históricas, mas também ao falar sobre a importância do cuidado com a saúde mental. Nossas ginastas, durante as entrevistas, mostraram a importância de se autocobrarem na medida certa, de se divertirem durante as competições e de torcerem e vibrarem pelas conquistas das adversárias.Por exemplo, é admirável ver Simone Biles e Rebeca Andrade disputando medalhas e olhando uma para a outra com carinho e respeito. Além disso, são mulheres negras que se unem, representando um exemplo de resistência negra e fortalecimento da coletividade.
Rebeca Andrade, Flávia Saraiva, Lorrane Oliveira, Jade Barbosa e Júlia Soares mostraram que são gigantes não apenas ao conquistar medalhas, mas também ao demonstrar maturidade para lidar com a pressão durante as competições.
Quando falamos sobre autocobrança, precisamos entender que não devemos ser inflexíveis. Muitas vezes, é necessário realinhar, reorientar a nossa rota, porque, às vezes, é preciso fazer esse movimento. Não podemos desqualificar nem invalidar aquilo que já conquistamos.
Por exemplo, a ginasta Flávia, em entrevistas, reconheceu que fez o melhor que podia naquele momento e voltou para torcer pelas outras atletas. Ela voltou para aproveitar o momento de algo que havia idealizado há muito tempo. Isso demonstra a maturidade de entender o que foi feito e pensar em pontos de melhoria sem desqualificar aquilo que ela realizou até aquele momento.
Outro ponto interessante foi uma fala de Rebeca sobre pensar em receitas que separa e, muitas vezes, nem chega a fazer. Essa é uma estratégia para evitar o excesso de ansiedade. Ela pensa em algo para desviar o foco dos sintomas da ansiedade que podem ser disfuncionais, permitindo que ela se autorregule. É uma estratégia de enfrentamento para momentos aflitivos. Assim, quando é exigida concentração para executar os movimentos, ela está com a atenção mais plena e focada, pronta para atingir o objetivo.
Vimos ainda que a conquista não tem idade para acontecer. Jade Barbosa conseguiu sua primeira medalha olímpica aos 33 anos. Quantas críticas duras ela deve ter escutado por ser uma atleta que demorou a atingir essa conquista. Ela é um exemplo de perseverança, pois, possivelmente, recalculou a rota para conseguir seu objetivo.
Nossos atletas nos mostraram como é importante saber lidar com situações de estresse ou adversidade. Cuidar da saúde mental nos ajuda a desenvolver estratégias para enfrentar as situações e reagir da melhor maneira possível. Procure um especialista e cuide-se, para que você consiga saber como agir de forma assertiva diante dos desafios diários e conquistar a medalha de ouro” quando o tema for saber lidar com as emoções.
*Psicóloga clínica, especialista em terapia cognitivo-comportamental, formação em terapia do esquema, estudiosa em relações raciais e saúde mental negra, palestrante, MBA em Gestão de Pessoas, coordenadora editorial e autora.
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Tião Aranha
13 de agosto, 2024 | 13:43Depressão é o mal do século. A proporção está de 1 para cada dez que nascem. O acompanhamento da família e dum profissional da área é essencial. Caso contrário dá BO. Os atletas foram bem, embora falta muito mais ajuda do governo e dos patrocinadores. Rs.”