03 de agosto, de 2024 | 15:00

Saúde confirma óbito fetal por transmissão vertical de Oropouche

Caso foi registrado em Pernambuco

Com informações da Agência Brasil
Sociedade Brasileira de medicina tropical/Divulgação

O Ministério da Saúde (MS) confirmou um caso de óbito fetal causado por transmissão vertical de febre do Oropouche, que acontece quando o vírus é passado da mãe para o bebê, durante a gestação ou no parto. A confirmação foi feita na sexta-feira (2) no estado de Pernambuco. A pasta informou que a grávida tem 28 anos de idade e estava na 30ª semana de gestação.

Segundo o ministério, continuam em investigação oito casos de transmissão vertical de Oropouche: quatro em Pernambuco, um na Bahia e três no Acre.

“Quatro casos evoluíram para óbito fetal e quatro casos apresentaram anomalias congênitas, como a microcefalia. As análises estão sendo feitas pelas secretarias estaduais de saúde e especialistas, com o acompanhamento do Ministério da Saúde, para concluir se há relação entre Oropouche e casos de malformação ou abortamento”, disse a pasta.

Até o dia 28 de julho foram registrados 7.286 casos de Oropouche, em 21 estados brasileiros. A maioria dos casos foi registrada no Amazonas e em Rondônia. Até o momento, um óbito em Santa Catarina está em investigação.

Os dois primeiros óbitos pela doença no país foram confirmados na semana passada. Os casos são de mulheres do interior do estado da Bahia, com menos de 30 anos, sem comorbidades, mas que tiveram sinais e sintomas semelhantes a um quadro de dengue grave.

Oropouche no Vale do Aço
Conforme já noticiado pelo Diário do Aço em primeira mão, o Vale do Aço lidera os registros da doença em Minas Gerais, e concentra 97% das notificações. Até o momento, os casos confirmados são de amostras coletadas em período anterior a junho deste ano.

De acordo com a Secretária de Estado de Saúde (SES-MG), até dia 30, o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-MG), da Fundação Ezequiel Dias (Funed), identificou 147 amostras que testaram positivo para a febre oropouche no estado por RT-PCR, sendo: 1 caso em Congonhas - URS Barbacena; 1 caso em Coroaci - URG Governador Valadares; 30 casos em Coronel Fabriciano - URS Coronel Fabriciano; 1 caso em Gonzaga - URS Governador Valadares; 3 casos em Ipatinga - URS Coronel Fabriciano; 96 casos em Joanésia - URS Coronel Fabriciano; 15 casos em Timóteo - URS Coronel Fabriciano.

A SES afirma que, como estratégia de vigilância ativa, foi implantada em Minas Gerais a Vigilância Sentinela da Febre de Oropouche, com unidades sentinelas em todas as Unidades Regionais de Saúde e envio regular de amostras à Funed para testagem.

Transmissão
A transmissão acontece principalmente por meio do vetor Culicoides paraensis, conhecido popularmente como maruim ou mosquito-pólvora. No ciclo silvestre, bichos-preguiça e primatas não humanos (e possivelmente aves silvestres e roedores) atuam como hospedeiros. Há registros de isolamento do vírus em outras espécies de insetos, como Coquillettidia venezuelensis e Aedes serratus.

Já no ciclo urbano, os humanos são os principais hospedeiros. Nesse cenário, o mosquito Culex quinquefasciatus, popularmente conhecido como pernilongo e comumente encontrado em ambientes urbanos, também pode transmitir o vírus.

Arboviroses
O MS disse que vem monitorando a situação do Oropouche no Brasil em tempo real, por meio da Sala Nacional de Arboviroses, e que publicará, nos próximos dias, o Plano Nacional de Enfrentamento às Arboviroses, incluindo dengue, zika, chikungunya e Oropouche. As orientações incluem a metodologia de análise laboratorial, vigilância e a assistência em saúde sobre condutas recomendadas para gestantes e recém-nascidos com sintomas compatíveis com Oropouche.

“Na nota técnica do Ministério da Saúde haverá recomendação de medidas de proteção para evitar ou reduzir a exposição às picadas dos insetos, seja por meio de recursos de proteção individual com uso de roupas compridas, de sapatos fechados e de repelentes nas partes do corpo expostas, sobretudo nas primeiras horas da manhã e ao final da tarde. Também haverá o reforço de medidas de proteção coletiva, tais como limpeza de terrenos e de locais de criação de animais, recolhimento de folhas e frutos que caem no solo, uso de telas de malha fina em portas e janelas”, continuou o MS.

A orientação é para que as pessoas procurem atendimento nas unidades de saúde, informando inclusive os profissionais responsáveis pelo acompanhamento do pré-natal, nos casos de sinais e sintomas compatíveis com arboviroses, como febre de início súbito, dor de cabeça, dor muscular, dor articular, tontura, dor retro-ocular, calafrios, fotofobia, náuseas e vômitos.

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