03 de agosto, de 2024 | 10:30
Os Jogos Olímpicos e o encantar dos movimentos ginásticos
Michele Viviene Carbinatto *
Estamos diante do maior evento esportivo mundial. Escrevo o texto enquanto assisto à final por equipes da ginástica artística feminina. É impossível não sentir o coração batendo mais forte quando cada ginasta inicia o aparelho. E, como profissional da área da Educação Física e Esporte, não relembrar as bases motoras que a ginástica carrega. Não por menos, uma prática corporal praticada há séculos.Correr, saltar, rotacionar, suspender, balancear, equilibrar-se são alguns dos fundamentos apresentados pelas ginastas. Uma base motora impecável! Habilidades que devemos atentar quanto aos objetivos de aulas esportivas, além de obviamente o desenvolvimento social, ético, dentre outros.
Não nos surpreende, portanto, que a Federação Internacional de Ginástica tenha proposto uma prática chamada Ginástica para Todos”. Sim, porque se você está assistindo aos Jogos Olímpicos, é importante que saiba que o ginásio de ginástica também é para você.
Fundamentos motores básicos dão sustentação aos elementos ginásticos. Mas devem estar uníssonos ao comprometimento com a aptidão física que levam ao progresso de resistência, força, potência e flexibilidade. Revelar que é preciso foco perpassa ao controle emocional do contexto e momento.
Afinal, é caminhando na trave que percebemos o limite da gravidade, que superamos nossos medos, que instigamos nosso olhar atento”
Afinal, é caminhando na trave que percebemos o limite da gravidade, que superamos nossos medos, que instigamos nosso olhar atento. É correndo no solo que impulsionamos nossos desejos, que giramos nosso mundo, que percebemos nossa força. É dependurando-nos nas paralelas que lidamos com o peso, reconhecemos nossa fraqueza e assumimos a garra. É saltando que exprimimos leveza, abrandamos decisões e mostramos confiança.
Se a medalha de bronze olímpica da equipe de ginástica artística feminina mostrou a busca pela perfeição e movimentos estéticos que nos encantaram, que possamos ampliar nossas convicções sobre nossas capacidades: que possamos entender que os esportes são potenciais para o desenvolvimento como SER humano!
Celebremos, pois, cada medalha pela sua essência mais digna: a de se superar, superar o outro e enaltecer o mais belo do humano: o se-movimentar!
* Professora da Escola de Educação Física e Esporte da USP. Artigo publicado no Jornal da USP.
Obs: Artigos assinados não reproduzem, necessariamente, a opinião do jornal Diário do Aço
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