17 de julho, de 2024 | 11:53

Homem é condenado a mais de 27 anos de cadeia por tentar matar a ex-mulher a facadas no bairro Industrial

Crime foi cometido na frente dos tres filhos do casal; menina de 10 anos tentou evitar agressão e salvou a mãe ao chamar vizinhos

Wellington Fred
No julgamento no tribunal do Juri terça-feira, homem foi sentenciado por brutal tentativa de matar a ex-mulher em Santana do ParaisoNo julgamento no tribunal do Juri terça-feira, homem foi sentenciado por brutal tentativa de matar a ex-mulher em Santana do Paraiso

Levado ao Tribunal do Júri da Comarca de Ipatinga nesta terça-feira (16), Ailton Cardoso de Jesus, de 33 anos, foi sentenciado a uma pena de 27 anos, seis meses e 20 dias de prisão, por tentar matar a ex-mulher dele a facadas na frente dos três filhos do casal (uma menina de 10 anos, um menino de oito anos e outra menina, de oito meses de vida). A vítima tinha 30 anos à época do fato, conforme noticiado pelo Diário do Aço.

O casal estava separado havia um ano, vivia em um contexto de conflitos, agressões e ameaças e, em função disso, a mulher tinha contra o ex-marido uma medida protetiva, que o impedia de aproximar-se dela. O réu também foi condenado a reparar danos morais no valor de R$ 5 mil.

Na época foi apurado que o desentendimento relacionado à guarda compartilhada dos filhos do casal foi o estopim para mais brigas, ameaças e agressões.

Recorrerá preso
Ailton ainda poderá recorrer da decisão proferida pelo juiz Felipe Ceolin Lírio, que presidiu a sessão do Júri Popular, mas permanecerá no sistema prisional, ao qual estava recolhido desde a data do crime, praticado na noite de 15 de novembro de 2022, na residência da família, na avenida Minas Gerais, do bairro Industrial, em Santana do Paraíso.

Duas qualificadoras, dentre elas, o feminicídio
O Conselho de Sentença reconheceu duas qualificadoras no crime: motivo torpe e feminicídio, uma vez que o crime foi praticado no âmbito doméstico e familiar contra mulher, na medida em que os fatos ocorreram em decorrência de relação íntima de afeto entre o agressor e a vítima, com o qual vivera um relacionamento de 15 anos.

Momentos de terror
Para entender como uma tentativa de homicídio rendeu uma pena tão pesada para o réu é necessário conhecer a dinâmica do crime, explicada pela promotora de Justiça, Renata Cristina Torres Maia Coelho, que atuou no Júri Popular. Conforme consta na denúncia formulada pelo seu colega, o promotor de Justiça, Jonas Junio Linhares Costa Monteiro em 7 de dezembro de 2022, quando ele atuava na Comarca de Ipatinga, Ailton Cardoso começou a esfaquear a vítima em um dos quartos da residência. O detalhamento mais parece um roteiro de filme de terror.

O cabo da faca quebrou-se e o homem arrastou a vítima até a cozinha para que o agressor pegasse outra faca e cravou a lâmina. Depois, a mulher ainda foi arrastada até uma garagem onde foi atingida por um golpe de estilete no pescoço. Neste meio tempo, a filha mais velha do casal (10 anos) tentava evitar que a mãe fosse agredida pelo pai.

O assassinato não foi concluído em função da intervenção de vizinhos. A menina saiu de casa e gritou por socorro. Em seguida foram acionados a Polícia Militar e o Samu. A vítima sobreviveu e carrega a marca da violência que sofreu, com 30 pontos no pescoço. Depois do crime, o agressor fugiu, mas foi preso posteriormente e respondeu ao inquérito e ao processo encarcerado no Ceresp.

O que está no processo
Conforme destaca a denúncia formulada pelo Ministério Público, “no dia dos fatos, o autor adentrou na casa da ofendida, motivado por ciúmes, indagando onde ela estava, razão pela qual se iniciou uma discussão entre ambos, tendo o denunciado neste momento ameaçado matar a ex-esposa e os três filhos que tiveram juntos, evadindo do local em seguida. Após algumas horas, o acusado retornou à residência da ofendida e na posse de uma faca que estava na cozinha, bem como na presença dos descendentes comuns do casal, desferiu-lhe um golpe na região do abdômen, afirmando que iria matá-la, porém a faca quebrou antes que pudesse lesionar a vítima. Ato contínuo, o autor arrastou a ofendida até a cozinha e se apossou de uma segunda faca que estava na gaveta, oportunidade em que passou o instrumento em seu pescoço, causando-lhe um corte. Ainda no mesmo contexto fático, o autor, incitado pelo ímpeto homicida, se apoderou de um estilete que estava na garagem, jogou a vítima no chão e novamente, golpeou-a na região da garganta, provocando graves ferimentos”, detalha.

A representante do MPMG também enfatizou que o denunciado praticou o crime de feminicídio, na modalidade tentada, após condenado em processo criminal, com sentença transitada em julgado, por agressão à ex-mulher e, portanto, era reincidente no delito.
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Comentários

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Jackson

17 de julho, 2024 | 19:14

“Meus parabéns doutor Jonas e doutora Renata, doutor Jonas tem o meu respeito e minha admiração, ele faz justiça ser respeitada a quem seja , pena que não atua mais na comarca de Ipatinga, fez de tudo para ajudar minha família para resolver a morte do meu irmão advogado jaquesley morto na casa dele en Santana do paraíso en 2020 até hoje a corregedoria da polícia civil não solucionou o caso , mas o doutor Jonas e doutor Fernando enquanto esteve a frente do caso tentou resolver lamentável uma dor que não passa”

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