05 de julho, de 2024 | 11:00

A sociedade e a influência da mídia

Wanderson R. Monteiro *

A sociedade na qual vivemos hoje é, sem dúvidas, muito diferente da sociedade de alguns anos, ou décadas, atrás. Houve muitas e enormes mudanças, tanto para o bem quanto para o mal, e são essas mudanças que transformaram e marcam as diferenças entre as gerações que compõem a sociedade na qual vivemos hoje.

Você já se perguntou onde são buscados e encontrados os “princípios”, os “valores” e os “desejos”, demonstrados pelas pessoas de nossa sociedade atual?

Acredito que muitos de nós já nos perguntamos os motivos das diferenças entre a nossa sociedade atual e a sociedade de alguns anos atrás, e o que aconteceu para que fosse possível o surgimento de diferenças tão grandes e marcantes.

Infelizmente, em nosso mundo atual, os moldes do “recipiente” do qual a nossa sociedade sempre toma a forma são estabelecidos pela mídia, que dá à sociedade a forma que lhe agrada, sempre levando o povo para onde ela quer, sem encontrar nenhuma resistência por parte da grande maioria. As pessoas que compõem nossa sociedade atual, pela falta de princípios individuais fortes, sem ter uma “forma” que é somente sua, por lhes faltarem o conhecimento necessário, incapazes de se manterem resistentes em sua individualidade, têm aderido às formas estipuladas por outros, tendo na grande mídia sua maior representação.

Diante disso, vemos uma enorme luta sendo travada em vários níveis e instâncias da sociedade contra a manipulação e a implantação de valores e princípios, no mínimo, questionáveis, que são apresentados por parte da mídia. E são tais valores midiáticos que as pessoas de nossa sociedade vêm assimilando sem perceber, são por tais valores que elas se guiam, valores corruptos e corruptíveis desde o início, onde o dinheiro e o poder falam mais alto que a moral, a ética, os bons princípios e a verdade.
“Precisamos urgentemente revisar nossos valores morais e rever a nossa forma de agir e de viver no mundo”


A falta de princípios individuais firmes demonstrada pelas pessoas individualmente se reflete em uma escala maior, levando a sociedade toda a ser vista como uma sociedade sem princípios fixos, sem padrões que norteiam suas atitudes, a não ser seu próprio egoísmo, totalmente inundada em seu modelo de princípios instáveis, que não prevalecem, que não se firmam, estabelecendo uma situação onde tudo é mutável, inconstante, onde nada é feito para durar, caracterizando assim aquilo que o sociólogo polonês Zygmunt Bauman chamou de “Modernidade Líquida”; caracterizada por uma sociedade sem padrões duráveis e princípios fixos e uniformes, onde tudo é inconstante e, assim como o líquido, se molda segundo a forma do recipiente no qual se encontra. Perdeu-se a característica sólida e durável das coisas, hoje, tudo é passível de sofrer mudanças e transformações, a todo e qualquer instante.

Precisamos mudar. Precisamos urgentemente revisar nossos valores morais e rever a nossa forma de agir e de viver no mundo e, cada um de nós prezar pela integridade, retidão, e justiça, para que a sociedade do futuro seja íntegra, reta, e justa. Precisamos repensar a nossa maneira de ver o mundo, buscando enxergar o valor que reside nas regras e padrões morais para a conservação da comunidade como um todo, não somente visando as vontades e as ideias egoístas que todos nós temos. Uma sociedade onde cada um tem suas próprias regras, sem um padrão aceito por todos, que os tornaria realmente em uma “comunidade”, mais cedo ou mais tarde encontrará o caos como consequência inevitável da falta de integração e compreensão de seus indivíduos.

Infelizmente, todos os valores que antes poderiam ser considerados como perfeitos para tornar as pessoas “inatacáveis” – inculpáveis em sua integridade moral -, entraram em colapso no mundo pós-moderno, e hoje se encontram na penúria, abandonados e esquecidos pela sociedade. Nunca poderemos esperar que os sistemas mais importantes de nossa sociedade sejam retos, íntegros, e justos, se a matéria-prima que os compõem não o são.

(*) Autor do livro “Cosmovisão Em Crise: A Importância do Conhecimento Teológico e Filosófico Para o Líder Cristão na Pós-Modernidade”. Doutor honoris causa em Literatura e em Jornalismo. Bacharel em Teologia, graduando em Pedagogia. Vencedor de quatro prêmios literários. Coautor de 15 livros e quatro revistas. (São Sebastião do Anta - MG)

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Comentários

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Tião Aranha

06 de julho, 2024 | 20:50

“Os governantes falam muita mentira e agem com injustiça sobre a real situação do país, uma das maiores economias do mundo. Os meios de comunicação de massa são inimigos do trabalhador. A democracia das massas só serve para alimentar o interesse do capital e o governo (lei Falcão). Melhorou muito - mas pode melhorar mais! Rs.”

Gildázio Garcia Vitor

05 de julho, 2024 | 15:49

“Muito bom! Parabéns! Mas pegou pesado e generalizou. Também, não vejo possibilidades de "revisar os nossos valores morais", que têm como base os princípios judaico-cristãos, parecem-me muito m3 judaicos (Torá) que cristãos (Bíblia), e está piorando, arrisca-se, serem substituídos, em uma farsa teológica, pelos rígidos princípios islâmicos.”

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