02 de julho, de 2024 | 07:41

Ministro da Fazenda atribui recente disparada do dólar a 'ruídos'

Para ministro, governo precisa comunicar melhor resultados econômicos

Com informações da Agência Brasil
A alta recente do dólar deve-se a “muitos ruídos”, disse nesta segunda-feira (1º) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O ministro reconheceu que a moeda estadunidense subiu mais em relação ao real do que na comparação com moedas de países emergentes e defendeu a melhoria da comunicação do governo para informar resultados econômicos.


“Atribuo [a alta do dólar] a muitos ruídos. Eu já falei isso no Conselhão [reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, na última quinta-feira (27)], precisa comunicar melhor os resultados econômicos que o país está atingindo”, disse Haddad no início da noite, após o dólar fechar em R$ 5,65 e atingir o maior nível em dois anos e meio. A disparada do dólar é desastrosa para a população, pois encarece os preços cotados na moeda internacional, principalmente, combustíveis, eletrônicos, passagens aéreas e alimentos, mesmo os que copõem a cesta básica.

“[O dólar] está alto. Apesar da desvalorização [de outras moedas] ter acontecido no mundo todo, de uma maneira geral, aqui aconteceu maior do que nos nossos pares: Colômbia, Chile, México”, declarou o ministro, que, no entanto, não informou quais ruídos têm provocado a desvalorização do real.

Segundo Haddad, o dólar tende a acomodar-se nas próximas semanas e até reverter parte da alta recente. “Vai acomodar, porque a hora em que esses processos se desdobrarem, isso tende a reverter, na minha opinião”, declarou. Sobre uma possível intervenção do Banco Central no câmbio, defendida por vários economistas, o ministro disse que a decisão cabe exclusivamente à autoridade monetária.

Haddad citou uma notícia positiva para a equipe econômica que, na avaliação dele, precisa ser bem comunicada: o resultado da arrecadação de junho, que foi informado a ele hoje, pela Receita Federal. Segundo Haddad, os números vieram novamente acima do previsto, mesmo com o impacto das enchentes no Rio Grande do Sul sobre as contas públicas.

“Estamos no sexto mês de boas notícias na atividade econômica e na arrecadação. Vocês vão lembrar que era uma [estimativa de] arrecadação que foi colocada num patamar muito desafiador”, afirmou. A Receita Federal só divulgará o resultado da arrecadação federal do primeiro semestre no fim deste mês.

Corte de gastos
Parte da alta do dólar deve-se à expectativa do mercado financeiro sobre o anúncio de medidas de corte de gastos para o Orçamento de 2025 e do contingenciamento (bloqueio) de verbas públicas para o Orçamento deste ano. Haddad informou que se reunirá com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na quarta-feira (3) para tratar desses temas.

O Orçamento de 2025 só será enviado ao Congresso em 30 de agosto. Sobre a possibilidade de o governo antecipar o anúncio de medidas de corte de gastos a partir do próximo ano, Haddad disse que somente o presidente Lula pode tomar a decisão.

“O presidente tem um compromisso de não ferir direitos. E esse compromisso vai ser respeitado pela equipe econômica. Nós entendemos perfeitamente a preocupação dele e por isso que nós não estamos nos atendo a um item e estamos fazendo um diagnóstico geral das questões que precisam ser enfrentadas”, justificou Haddad.

Segundo o ministro, a equipe econômica está com um bom prognóstico para o Orçamento de 2025 e está confiante de que enviará ao Congresso um projeto com receitas e despesas equilibradas.

Em relação ao contingenciamento das verbas para 2024, cujo volume será divulgado no próximo dia 22, Haddad disse que o governo bloqueará a quantia necessária para cumprir o arcabouço fiscal, que prevê meta de déficit primário zero, com margem de tolerância de R$ 28,8 bilhões para mais ou para menos.

“Temos um arcabouço fiscal que tem que ser cumprido. Então, ele vai ser do tamanho necessário para que nossas metas sejam atingidas, tanto do ponto de vista da despesa, que tem um teto [de gastos], quanto do ponto de vista da receita, para que nós nos aproximemos dentro da banda da meta de 2024. É o nosso esforço. Mesmo considerando esses reveses, eu continuo otimista com o fechamento do semestre”, declarou o ministro.

Reforma tributária
Haddad informou ainda que a equipe econômica fechou, nesta segunda-feira, o Plano Safra, que será anunciado na quarta-feira e acertou eventuais mudanças no projeto que regulamenta a reforma tributária sobre o consumo. Nesta segunda, deputados do grupo de trabalho da Câmara sobre a reforma se reuniram com o ministro. Eles propuseram a inclusão de itens como sal e carne na cesta básica desonerada, em troca de um eventual aumento na tributação sobre apostas.

Segundo o ministro, o secretário extraordinário da Reforma Tributária, Bernard Appy, passará aos parlamentares os impactos que a inclusão de cada produto na cesta básica com alíquota zero terá na alíquota-padrão do futuro Imposto sobre Valor Adicionado (IVA). Pelo texto original do governo, ela ficaria em 26,5%, mas pode aumentar caso o Congresso decida incluir exceções.

“Isso foi discutido e o Appy ficou de passar para eles o impacto de cada excepcionalidade. Do mesmo jeito que nós fizemos com a PEC [proposta de emenda à Constituição] da reforma tributária. A cada proposta, temos um modelo que funciona, funcionou bem na PEC e funcionará bem na regulamentação”, concluiu Haddad.
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Comentários

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Rj

03 de julho, 2024 | 12:24

“Ô Socapó, você já ouvi falar em estatísticas? Pois é, é uma Ciência, mas isso, vocês não entendem e nem aceitam.
Terra Plana, vacinas "chipadas", vacinas "provocam" autismo, homossexualismo "tem cura", professores "doutrinadores", os esquerdopatas são "nazifascistas", comunistas "comem criancinhas" etc., etc., etc. Toda essa bobajada, em nome de "Deus, Pátria e Família" e "liberdade (?).”

Sacapó

03 de julho, 2024 | 07:40

“Seu moço, dados estatísticos falsos, como crescimento,
inflação baixa, pib no controle, emprego em alta, já é
costume do PT jogar para debaixo do tapete. Mas o dólar...
acompanha a realidade.”

Rj

02 de julho, 2024 | 18:05

“Ô Victor, tá com saudades da forma como o PL e o Paulo Guedes faziam a politica econômica?! Perdeu Mané! Aceita que dói menos.”

Victor

02 de julho, 2024 | 14:52

“Ruídos ? Esperem Dezembro quando será nomeado o novo presidente do Banco Central, alinhado com a forma do PT de fazer economia. Guardem essa data.”

Jaime

02 de julho, 2024 | 13:28

“Sinal que nao acredita na economia brasileira. Excesso de gasto um presidente que nao sabe o que fala . igual o presidente anterior .”

Gildázio Garcia Vitor

02 de julho, 2024 | 12:41

“Como muito bem colocou o Sr. Boachá, quem mais tem feito "ruídos" é o Presidente Lula, que ainda não desceu do palanque e tem falado demais sobre o Minto Inelegível-não devemos chutar cachorro morto- e o Campos Neto, que, também, não tem tido uma postura Republicana. O jantar lhe oferecido pelo Governador Tarcísio e a "brincadeira" de se oferecer como Ministro da Fazenda de um futuro Governo Tarcísio, foi de uma parcialidade "Moresca".”

Boachá

02 de julho, 2024 | 11:31

“Ruídos do Presidente Lula com o Presidente do BC e os desajustes nos gastos públicos.”

Charles

02 de julho, 2024 | 08:34

“Ah sim! Agora conversa pra boi dormir tem outro nome? Eu não acredito!”

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