26 de junho, de 2024 | 09:00
Crianças e adolescentes do sexo feminino são vítimas principais de estupro na região
Por Matheus Valadares - Repórter Diário do AçoNos anos de 2022 e 2023, a Região Metropolitana do Vale do Aço (RMVA) registrou 224 casos de estupro contra pessoas do sexo feminino. Deste total, 164 foram cometidos contra crianças e adolescentes, de 0 a 17 anos, o que representa 73,21%.
As informações constam no Observatório de Segurança Pública e foram repassadas pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) a pedido do jornal Diário do Aço. Vale ressaltar que são registros notificados pelas forças de segurança.
A faixa etária com maior número de vítimas em toda região é de 14 a 17 anos, com 54 meninas vítimas deste tipo de crime sexual. Logo em seguida estão as crianças de 6 a 11 anos, com 51 registros. Entre as idades de 12 e 13 foram notificados 43 casos. (Veja os dados por cidade nas tabelas ao final da matéria).
Riscos da gravidez na adolescência
Uma matéria publicada pela Agência Minas em fevereiro deste ano aponta que, no ano de 2020, 14% dos nascidos vivos no Brasil foram de mães adolescentes e em Minas Gerais, entre 2019 e 2022, cerca de 10% dos nascidos vivos são filhos de mães na faixa etária de 10 a 19 anos.
Em entrevista ao Diário do Aço, Débora Schittiini, ginecologista que atua no Hospital Márcio Cunha (HMC), em Ipatinga, explicou os riscos da gravidez na adolescência.
Existem vários riscos associados. Engravidar nesse extremo de idade aumenta a chance de a paciente desenvolver pré-eclâmpsia, restrição de crescimento fetal, aumenta os riscos também no parto, de complicações no parto, sem contar os riscos maternos. Uma adolescente que engravida, geralmente, tem que sair da escolaridade, então ela faz uma interrupção dos estudos, atrapalha também no desenvolvimento social, o relacionamento dela com a família e às vezes até com o próprio parceiro. É um problema de saúde pública”, afirmou.
Números aumentam de 2022 para 2023
Todos os municípios da RMVA registraram aumento de notificações de casos de estupro de 2022 para 2023. Em Coronel Fabriciano, os casos saltaram de 27 para 34, um aumento de 25,93%. Em Ipatinga, foi de 56 para 65, o que representa um acréscimo de 16,07%. Em Santana do Paraíso o aumento foi mais tímido, passando de 9 para 10, elevando em 11,11%. Já em Timóteo, os casos subiram de 9 para 14, o que compreende um salto de 55,56%.
Casos em 2024
A Sejusp também disponibilizou o quantitativo de casos de estupro na região de janeiro a maio deste ano. Timóteo não tem nenhuma notificação. Santana do Paraíso tem 3, Ipatinga 10 e Coronel Fabriciano 8.
Dados por cidade:
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