25 de junho, de 2024 | 14:42
Diagnóstico revela realidade das pessoas em situação de rua em Coronel Fabriciano
A Secretaria de Governança de Assistência Social de Coronel Fabriciano apresentou no início da semana o Diagnóstico Situacional das Pessoas em Situação de Rua para autoridades e representantes da sociedade organizada. O documento traz informações sobre perfil, como vivem, o que desejam e de onde vieram as pessoas em situação de rua na cidade, informou a pasta. As informações são essenciais para elaboração e ampliação das políticas públicas voltadas para estas pessoas.
Os dados são importantes para termos uma leitura do cenário e projetar o orçamento no ano que vem. O objeto é entregar dados para outras instituições e setores para que possam propor coletivamente políticas públicas para a superação da população em situação de rua e a redução de danos para as pessoas que estão nas ruas de Coronel Fabriciano”, destaca a secretária Letícia Godinho.
A pesquisa em Fabriciano utilizou entrevistas semiestruturadas baseadas no Censo Pop Rua de 2019. Foi optado por uma metodologia quali-quantitativa, com análises sociológicas e psicanalíticas. Apenas a área urbana foi diagnosticada, devido à raridade de PSR em áreas rurais. O município foi dividido em quatro territórios para a coleta de dados.
Diagnóstico situacional
Segundo o levantamento, Coronel Fabriciano tem hoje 91 pessoas em situação de rua (2 a menos do levantamento feito em 2019). Deste total, 53 responderam à pesquisa. Todas estão registradas pelo serviço público.
Entre os apontamentos do diagnóstico, alguns dados se destacam: 64% dormem” nas ruas do Centro de Coronel Fabriciano; Dos que responderam, 62,3% são nascidos em outras cidades; 60,8% vivem” nas ruas há mais de 10 anos; 18,1% estão em situação de rua há 5 anos ou mais; 88% são homens; 90,5% se identificam como pardos e pretos.
Questões de gênero, sexualidade, comportamento sexual e uso de drogas também foram exploradas. Dentre os entrevistados, mais de 75% possui documentos que são mantidos consigo.
Presente também no encontro, a delegada de Polícia Civil, Izabella Menegassi, frisou a relevância da discussão sobre o tema para entender as reais necessidades do público em situação de rua e como atuar para atendê-las.
Hoje a Polícia Civil está presente neste evento não como órgão punitivo, mas sim como garantia de direitos. Dentre eles, a identificação civil, que é fundamental para que eles consigam acessar outros serviços. Estes dados também auxiliam os órgãos em diversas atividades e serviços, no caso da Polícia Civil, servem também no trabalho de ocorrência de desaparecimento, dentre outros”, explica.
Condição de vida, trabalho e renda
A pesquisa aborda necessidades básicas como alimentação, acesso à água, higiene, saúde, histórico de prisão, escolaridade, trabalho formal e informal. Dentre os entrevistados, apenas 11,3% concluíram a Educação Básica.
Conforme os dados, 68,4% já trabalharam com carteira assinada, e mais de 31% hoje fazem bicos para sobreviver.
O diagnóstico apontou ainda o envelhecimento das pessoas em situação de rua: 43,3% dos entrevistados têm 51 anos ou mais, sendo 9,4% acima dos 60 anos. Daí, como destacado no seminário, a necessidade de estratégias singulares direcionadas especificamente para mulheres e idosos em situação de rua.
Com base nos dados, a secretária Letícia Godinho acredita que é possível planejar ações imediatas e a longo prazo, utilizando essas informações para melhorar as condições das PSR e servir de exemplo para outras cidades”.
Serviço
Centro Pop (Centro de Referência Especializado para população em Situação de Rua).
Av. Dr. Rubens Siqueira Maia, 125, Centro Telefone: (31) 3406-7405.
Funcionamento: segunda à sexta-feira, das 8h às 17h.
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]
Miriam Saliba
26 de junho, 2024 | 18:12Só quem conhece sabe. Nem todos são bandidos. Cada um tem sua história. Cada caso é um caso. Havia em Fabriciano um padre Ronaldo Torres e um pastor Abraão que faziam um serviço exemplar de acolhimento, orientação espiritual e ajuda material ao povo em situação de rua.
Não julguem. Se intere das histórias e ajude se seu coração mandar. Do contrário deixe estar para ver como é que fica.
Me perdoem!”
Fábio de Souza Oliveira
26 de junho, 2024 | 08:50Se a administração municipal de Ipatinga ler esta reportagem , há se eles lerem........
Infelizmente não vai mudar nada. É só olhar a situação das ruas do centro, principalmente ruas Uberaba, Raposos e adjacências....
Situação de calamidade pública, não conseguimos passar por essas ruas sem sermos abordados, drogas, prostituição, ameaçados, carros danificados. Perdemos nosso direito de ir e vir nestes locais. A bandidagem tomou conta. E o poder público?? No conforto dos seus palácios.”
Torrada
26 de junho, 2024 | 03:15Isso é um problema mundial mas se tratando de Fabriciano coloca eles no canteiro de obra trabalhar de carteira assinada e pronto problema que a população fica dando dinheiro pra eles aí cai na rotina de pedir e de ganhar e vai ficando negócio e arrumar os documentos e trabalho nesse povo o que não quiser trabalhar bota no ônibus e manda de volta pra cidade dele com escolta policial.”
Bom
26 de junho, 2024 | 01:01Já repararam que quase não existe deficiente físico em situação de rua, a grande maioria são pessoas com o físico boas condições ao trabalho.
Porém viver sem compromisso com a vida, com apoio do sistema e comida fresca, aí fica fácil.
Obs: problemas todos nós, temos........”
Delfino
25 de junho, 2024 | 16:11Oferecem carteira de trabalho, 90% não querem, ai fica difícil.”
Jose
25 de junho, 2024 | 15:08Parabéns pela iniciativa e pelo trabalho realizado. Conhecendo o problema, torna-se mais fácil para o poder publico fazer pelo menos, o mínimo para estas pessoas à margem da sociedade. Tomara que as autoridades de Ipatinga leiam esta matéria e façam o mesmo, afinal tem muitas pessoas em situação de rua na cidade.”