
18 de junho, de 2024 | 15:17
Comunidades de Belo Oriente e Caratinga reclamam da qualidade da água em audiência na ALMG
Guilherme Dardanhan
Atingidos pelo rompimento da barragem em Mariana, em 2015, além de autoridades e entidades consideram lento o andamento da reparação

Representantes de comunidades afetadas pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, em 2015, denunciaram a baixa qualidade da água fornecida pela Fundação Renova, criada pelas mineradoras Vale, BHP e Samarco para reparar os danos causados. Durante uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), autoridades e entidades expressaram insatisfação com o andamento das reparações. As informações foram divulgadas pela ALMG.
Henrique Lacerda, da Associação Estadual de Defesa Socioambiental (Aedas), destacou a violação do direito ao acesso à água em comunidades de Belo Oriente e Caratinga. Ele entregou um relatório à deputada Beatriz Cerqueira (PT) detalhando a má qualidade e a insuficiência da água fornecida. Lacerda mencionou que o crime comprometeu o saneamento básico, afetando a saúde física e mental dos moradores e interrompendo cadeias produtivas locais, além de impactar as relações culturais e religiosas com o rio.
Nilsa Silva, de Aimorés, relatou que a água fornecida por caminhões-pipa é avermelhada e causa alergias e doenças, além de danificar casas devido ao tráfego pesado. Itamar Maciel, de Cachoeira Escura, mostrou rejeitos na água e exigiu qualidade. Meire Gomes, indígena do movimento Puri, apelou por melhores condições e rejeitou acordos sem participação dos atingidos. Thiago Alves, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), propôs que Copasa e SAAEs municipais sejam responsabilizados pela qualidade da água.
O defensor público Bráulio Araújo considerou insatisfatória a reparação e destacou a judicialização parcial do Termo de Transação e Ajustamento de Conduta (TTAC). Ele enfatizou a necessidade de fortalecimento do acordo no Comitê Interfederativo (CIF) e a construção de Estações de Tratamento de Água pela Renova, conforme exigido pela justiça. A Defensoria Pública propôs monitoramento da qualidade da água com a participação de autoridades locais, atingidos e CIF, acompanhados pela justiça.
Já publicado:
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