05 de junho, de 2024 | 21:44

Senado mantém taxação para compras internacionais menores que US$ 50

Com informações da Agência Senado
Texto sobre 'taxação das blusinhas' foi aprovado em votação simbólica, com votos contrários da oposição. Foto Marcos Oliveira/Agência SenadoTexto sobre 'taxação das blusinhas' foi aprovado em votação simbólica, com votos contrários da oposição. Foto Marcos Oliveira/Agência Senado

Durante a votação do projeto que trata de incentivos para a produção de veículos menos poluentes (PL 914/2024), nesta quarta-feira (5), os senadores mantiveram a taxação de compras internacionais abaixo de US$ 50 (aproximadamente R$ 265). Esse ponto, que dominou a discussão do projeto, havia sido incluído pela Câmara e retirado pelo relator, senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL). Outros trechos considerados estranhos ao objetivo inicial, como a exigência do uso de conteúdo local na exploração de petróleo e gás, acabaram sendo retirados. Como houve mudanças, o texto retorna à Câmara dos Deputados. A medida impacta negativamente gigantes do mercado on-line, como Shopee, Ali Express e Shein.

O aumento nos impostos para compras internacionais é uma reivindicação antiga de empresários, que reclamam da concorrência, especialmente dos produtos chineses. Além do argumento da proteção da indústria nacional, a taxação é interessante para o governo porque ajuda a aumentar a arrecadação.

Em agosto de 2023, no âmbito do programa Remessa Conforme, o governo federal isentou essas compras do Imposto de Importação, de 60%. Atualmente, no caso das empresas que aderiram ao programa, como Amazon, Shein e Shopee, os compradores pagam apenas 17% de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Com a inclusão da taxação no texto, os compradores terão que pagar mais 20% para a importação de mercadorias até US$ 50. Acima desse valor e até US$ 3 mil (cerca de R$ 16 mil) o imposto será de 60%, com desconto de US$ 20 do tributo a pagar (em torno de R$ 110,00).

Destaques
A falta de acordo sobre a taxação das compras internacionais foi o principal motivo do adiamento da discussão na última terça-feira (4). Sem acordo, o projeto acabou sendo votado nesta quarta-feira e os senadores aprovaram um destaque apresentado pelas lideranças do Governo, do MDB, do PSD e do PT para restaurar a cobrança.

"É preciso saber dos colegas se nós queremos transformar o Brasil, permita-me, num território livre, sem nenhuma regra, que vai ser invadido por plataforma de fora, ou se nós queremos defender a indústria nacional e o comércio local", questionou o líder do governo, senador Jaques Wagner (PT-BA) ao defender a aprovação do destaque.

O relator, que havia retirado a taxação do texto, argumentou que a cobrança não seria a solução para a indústria nacional, já que 20% de impostos não seriam suficientes para que os produtos produzidos no Brasil ficassem mais baratos que os chineses. Para ele, o Senado deveria pensar em outras soluções em vez de aprovar termas estranhos ao projeto, conhecidos como “jabutis”.

"Eu quero aqui dizer aos senhores senadores: vamos ser firmes neste momento para dizer que o Senado não vai aceitar um 'jabuti', um assunto que não tem relação nenhuma com o tema específico, e que o Governo agora apresenta uma emenda para deixar o seu registro de que quer, sim, taxar as blusinhas", criticou Rodrigo Cunha.

Após a reinclusão da taxação no texto, a liderança do PL tentou aprovar uma emenda do senador Flávio Bolsonaro (PL-RS) que estendia às empresas nacionais a alíquota de 20% prevista para as compras internacionais. O senador argumentou que os produtos nacionais chegam a pagar 50% de impostos, muito mais que os 20% instituídos pelo projeto.

"Se a gente está aqui preocupado com a indústria nacional - e eu acho que esse é um consenso entre todos nós —, com os produtos fabricados aqui no nosso país, qual a razão de ser contrário a isso? Vai ficar parecendo que a questão é apenas a arrecadatória, não é dar um fôlego, uma musculatura, um impulso a uma tentativa de se buscar o equilíbrio de competitividade dos produtos fabricados aqui no Brasil", questionou o senador, antes de ter o destaque rejeitado pelos senadores.

Outros “jabutis”
Apesar da reinclusão da taxação das compras internacionais no texto, outros temas estranhos ao conteúdo inicial ficaram de fora da versão aprovada pelo Senado. Um deles foi criação de regras para a exigência de uso de conteúdo local na exploração e escoamento de petróleo e gás. O texto retirado do projeto pelo Senado estipulava multas pelo descumprimento dos percentuais.

Outra emenda incluída pela Câmara no projeto e retirada pelo concedia incentivos à produção de bicicletas, inclusive elétricas, por meio da redução do IPI. A redução seria aplicada conforme a etapa de processo produtivo básico, desde a fabricação de partes da bicicleta até a montagem, podendo chegar a 100% de isenção para bicicletas simples. 
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]
MAK SOLUTIONS MAK 02 - 728-90

Comentários

Aviso - Os comentários não representam a opinião do Portal Diário do Aço e são de responsabilidade de seus autores. Não serão aprovados comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes. O Diário do Aço modera todas as mensagens e resguarda o direito de reprovar textos ofensivos que não respeitem os critérios estabelecidos.

Leoncio Simoes

07 de junho, 2024 | 07:49

“Eu acho engraçado que o trabalhador brasileiro nao abre mao de decimo terceiro, ferias pagas,ajuda de alimentaçao,vale transporte, tempo de serviço, um trabalhador brasileiro custa 2 vezes que o trabalhador escravo (china) o empresaio brasileiro sofre um concorrença desleal, i o povo recla da falta de emprego?? Pergunten aos seus patroesquanto vcs custampra empresa???”

Cidadao

06 de junho, 2024 | 12:34

“Agradecemos ao PL - Partido do Bolsonaro - pela expressiva aprovação da proposta! Agora as comprinhas das blusinhas da Shein e Shopee ficarão mais caras querida classe média baixa! Oba!”

Feliz

06 de junho, 2024 | 12:05

“Ao pai dos pobres tirando eles da miseria ai”

Jose

06 de junho, 2024 | 07:35

“Voce que vai ler isto aqui preste atenção: Inicia-se as campanhas para prefeito e vereadores de Coronel Fabriciano. Um dia antes do inicio das campanhas, os candidatos a vereadores e candidatos a prefeito, solicitam a Câmara uma um projeto para liberação de 10 milhões de reais para eles gastarem em publicidades, santinhos, carro de som, palanques, combustíveis, sendo 90% deles cidadãos que não são servidores da prefeitura. Enfi, entram na fila dos pidões até os atuais vereadores e prefeito também. Detalhe: não tem no projeto uma exigência em que cada contemplado tem que contribuir com 10% de seus salários, ou seja, os 10 milhões são doados integralmente para todos os candidatos. Nestes 10 milhões estão IPTU e TAXAS que toda a população pagou. Tem mais: sabe aqueles candidatos e partidos que vc odeia, detesta, até respondendo processos por corrupção? eles também receberão parte dos impostos que vc pagou, para eles torrarem em campanhas. Pois é, é exatamente isto que é feito lá no Congresso.”

Carla Gomes

06 de junho, 2024 | 06:39

“Homem da Primeira Hora e Arthur. Eu também sou do povo. Amo quando as pessoas descobrem ou pelo menos admitem que, quando é para enfiar a mão no bolso da base da pirâmide social, nao tem esquerda, não tem direita. São todos iguais Essa trupe age a mando dos grandes varejistas nacionais, que esfoliam o povo com lucros de 200%. Pronto, falei.”

Homem da Primeira Hora

06 de junho, 2024 | 04:36

“O Governo esperava este resultado, só que realmente o congresso está dominado , não gosto desta palavra centrao, pois tira o foco das responsabilidades, digo isto pois quando o governo quer algo, seus deputados da base fixa também suja as mãos. E a base de conveniência se juntam, a Verdade é que deputados e senadores fazem o que querem dependendo seus interesses. Não chamo isto de jogo político, chamo de canalhice mesmo, mas enfim, cabe a todos nós cidadãos filtrar e saber escolher nosso deputado e senador, mas como dizia ministro e economista Roberto Campos, a BURRICE NO BRASIL, TEM UM PASSADO GLORIOSO E UM FUTURO PROMISSOR.”

Arthur

05 de junho, 2024 | 23:06

“Um pacotão de taxas a ser arcado, a mando dessa trupe de abastados, pelo consumidor humilde, que, com muito esforço, junta migalhas ao fim do mês para uma comprinha extra... Na hora de sugar de nos não tem divisão em esquerda ou direita...”

Envie seu Comentário