02 de junho, de 2024 | 06:00

Jogos difíceis

Fernando Rocha

O futebol brasileiro começa a retomar seu caminho natural, depois da paralisação da Série A do Campeonato Brasileiro, forçada em razão da catástrofe no Rio Grande Sul que atingiu em cheio os três times gaúchos.

A volta acontece neste fim de semana, pela 7ª rodada, tendo o Atlético, em 7º com 9 pontos, que recebe hoje o Bahia, em 2º com 13 pontos, na Arena MRV, às 16h; logo depois, às 18h30, o Cruzeiro, em 6º com 10 pontos, entra no Morumbi para encarar o São Paulo, que também possui 10 pontos e ocupa a 6ª posição na classificação.

São dois jogos equilibrados, difíceis para os dois representantes mineiros, mas o que não falta para ambos é motivação depois de terem obtido classificações na Libertadores e Sul-Americana, respectivamente, o que torna possível conseguir bons resultados.

Fogo azul
A classificação do Cruzeiro na Sul-Americana, ao derrotar o Universidad Católica/Equador, por 1 x 0, diante de 55.254 torcedores no Mineirão, na última quinta-feira, deu um impulso extra à nova direção da SAF, em sua pretensão de tornar o clube novamente protagonista no cenário nacional e continental.

Com o elenco atual seria quase impossível ganhar a Copa Sul-americana, além de se manter entre os dez primeiros no Brasileiro, mas a possibilidade da chegada de reforços na janela de julho próximo alimenta o sonho da torcida, que parece ter comprado a ideia dos novos gestores.

O efeito já é sentido com a empolgação dos cruzeirenses, turbinados pelas declarações dos novos dirigentes, como Edu Dracena, diretor técnico da Raposa, que afirmou: - Com o Pedrinho, a filosofia do clube mudou e a ordem é contratar.

Gasolina no fogo serve para aumentar o fogo. Nomes surgem em listas aos borbotões, desde Gabigol, Rony, Yerry Mina, Thiago Mendes, Philippe Coutinho, Keno, Júnior Santos, Cuellar e por aí afora. Daqui a pouco até jovem técnico Fernando Seabra poderá perder o posto para um medalhão que “habla” outro idioma.

O que não pode acontecer é chegar o mês de julho e a SAF não conseguir contratar ou os reforços anunciados não atenderem às expectativas da torcida, pois o futebol imita a vida e oscila do amor ao ódio em segundos de distração.

FIM DE PAPO

Agora na condição de dono do Cruzeiro, o empresário Pedro Lourenço chegou dizendo o que a torcida queria ouvir e foi além do discurso, contratando de imediato o goleiro Cássio, um dos maiores do futebol brasileiro, deixando claro que não vai parar por aí. Mexeu com o orgulho dos cruzeirenses, abalado nos últimos anos pelo rebaixamento à segunda divisão, além de ver seu maior rival inaugurar o estádio próprio e brilhar nas principais competições. O cenário é de total otimismo, que já reflete no aumento do número de sócios e de público nos jogos do Cruzeiro no Mineirão.

A seleção brasileira inicia esta semana os treinamentos nos Estados Unidos visando à preparação para a Copa América. A direção da CBF, em sinal de apoio ao meia Paquetá, decidiu mantê-lo no elenco, apesar das acusações que pesam contra ele de envolvimento em apostas irregulares. Isto vai fazer com que o ambiente da seleção seja tomado pelo debate em torno dessa acusação formulada pela associação de futebol inglesa. Não é difícil imaginar comissão técnica e jogadores obrigados a responder, diariamente, sobre o tema. Sem contar que Paquetá tem até 3 de junho para apresentar sua defesa e, provavelmente, precisará dedicar tempo a formular argumentações junto a seus advogados.

O esporte e as apostas tornaram-se indissociáveis, e não é mais possível imaginá-los separados, mas é preciso que sejam tomadas providências urgentes para que os limites sejam demarcados, sobretudo para os atletas. Competições têm seus nomes alterados para contar com as marcas de sites de apostas, um percentual incalculável de clubes do mundo exibe marcas dessas empresas em suas camisas.

Em torno das partidas, uma massacrante propaganda estimula a ideia de que a experiência do jogo só é completa se acompanhada da aposta. Por isso, não acho justo esperar que houvesse uma automática compreensão dos atletas de que eles devem se manter distantes deste universo. Tampouco ignorar que há tentações cercando esportistas por todos os lados. Mas é incompatível e inadmissível que um atleta seja um apostador, pois isto fere a integridade do jogo, sendo pior ainda que venha facilitar a ocorrência de eventos para interferir no mercado de apostas. (Fecha o pano!)

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