19 de maio, de 2024 | 07:00
Bola Parada
Fernando Rocha *
A principal divisão do futebol brasileiro está paralisada devido à enchente que devastou o Rio Grande do Sul, gerando opiniões divergentes entre críticos, dirigentes, atletas e torcedores. Com as rodadas 7 e 8 da Primeira Divisão adiadas e sem datas definidas para serem disputadas, o Galo não enfrenta hoje o Bahia na Arena MRV, e o Cruzeiro, que jogaria contra o São Paulo amanhã no Morumbi, também está de folga.
Na rodada seguinte, também adiada, o Atlético visitaria o Red Bull Bragantino no Estádio Nabi Abi Chedid em Bragança Paulista no sábado, 25 de maio. A Raposa enfrentaria o Cuiabá no domingo, 26, às 18h30, no Independência. As Séries B, C e D do Brasileiro, Copa do Brasil, A1, A2 e A3 do feminino, Brasileiro masculino e feminino sub-20 continuam sendo realizadas normalmente, exceto as partidas envolvendo times gaúchos. A Série B, por exemplo, não tem nenhum time gaúcho em disputa.
De acordo com o documento divulgado pela CBF, a Primeira Divisão foi paralisada por ter maioria dos votos a favor da suspensão. Nas outras divisões, não houve maioria favorável à paralisação.
No dia 27 haverá uma reunião dos clubes com a entidade para ajustar as mudanças, que impactarão diretamente o já congestionado calendário de jogos, agravando ainda mais a situação.
Estrago maior
Sou contra a paralisação total da Série A, pois o futebol movimenta bilhões na economia e afeta diretamente a vida de milhões de pessoas, principalmente aquelas de origem simples, que dependem dos eventos para complementar a renda ou sobreviver. Se essa roda gigante parar, os estragos serão maiores, espalhando miséria pelo país. Com a máquina funcionando, é possível ajudar com mais vigor a população do Sul, como já tem sido feito por vários clubes e seus torcedores.
Não vejo motivo para tantas críticas à paralisação de 15 dias, que não causará danos significativos ao calendário e servirá para diminuir os prejuízos técnicos dos três times gaúchos na retomada das competições.
Fim de Papo
- Nos bastidores dessa paralisação da Série A há muito mais do que o ato humanitário e solidário da maioria dos clubes. Ajudar os três times gaúchos - Internacional, Grêmio e Juventude - a ter menos prejuízos esportivos é uma das razões, mas o prejuízo financeiro é inevitável. O Internacional divulgou uma estimativa de R$ 35 milhões para reparar os danos causados pela enchente no seu Centro de Treinamento e Estádio Beira-Rio, que só terá jogos em aproximadamente seis meses, enquanto o CT estará pronto em três meses. O Juventude não teve problemas dessa natureza e poderá treinar e jogar normalmente em Caxias do Sul. O Grêmio ainda não conseguiu avaliar os prejuízos, pois as águas do Guaíba ainda inundam suas instalações.
- Na última quinta-feira, 16, o jornalismo esportivo sofreu grandes perdas com o falecimento de Washington Rodrigues, o Apolinho, Silvio Luiz e Antero Greco, em menos de 12 horas. Cresci ouvindo Apolinho e Deni Menezes, com a narração de Waldyr Amaral e Jorge Cury na Rádio Globo, o que me traz uma saudade imensurável do meu pai, que costumava ouvir os jogos do Vasco da Gama pelo radinho.
- Perdemos três grandes profissionais que fizeram história e engrandeceram a arte de narrar, comentar e noticiar. Apolinho, Silvio e Antero dominavam a arte de simplificar o complexo e usar as palavras certas para se fazer entender. A crônica do futebol perde uma fatia enorme de afeto com suas partidas.
- Antero Grego faleceu aos 69 anos (tumor cerebral), Silvio Luiz, aos 89 (complicações de um AVC) e Apolinho, aos 87 (tumor no fígado). Cada um com um grave problema de saúde que os impedia de trabalhar. É sempre cedo demais para morrer. Que nessa última viagem nossos colegas sigam vendo o jogo de lugares mais altos. Havendo vida depois da morte, haverá certamente futebol depois da morte. Que assim seja ”. Milly Lacombe em sua coluna no portal UOL. (Fecha o pano!)
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