19 de maio, de 2024 | 08:00

Dia Mundial da Doação de Leite Humano: mais que um alimento, um fator de sobrevivência

Neste domingo (19), é celebrado o Dia Mundial da Doação de Leite Humano. A campanha tem como objetivo estimular a doação e promover debates sobre a importância do aleitamento materno. A prática do aleitamento está relacionada a inúmeros benefícios, uma vez que o leite materno tem todos os nutrientes de que o bebê precisa até os seis meses de vida, protegendo-o contra doenças.

Segundo o Ministério da Saúde, em Minas Gerais, 13 mil mulheres doaram 16,7 mil litros de leite em 2023, auxiliando 12,4 mil bebês. Estima-se que a cada ano 340 mil bebês brasileiros prematuros ou de baixo peso nasçam no país, o que corresponde a 12% do total de nascidos vivos.

Karine Antunes, coordenadora do Banco de Leite Humano (BLH) da Maternidade Odete Valadares, mantido pela Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), explica que a doação é voluntária e pode ser feita por mães que produzem leite materno em excesso.

“A doação do leite humano é voluntária. A mãe que amamenta e tem leite em excesso, tem boa saúde, não fumar e beber, nem usar medicamentos que são incompatíveis com a amamentação, pode doar o seu leite materno para um posto de coleta ou um banco de leite humano. Esse leite materno doado será pasteurizado para depois ser utilizado por outros bebês com critérios para o recebimento desse leite com segurança e mantendo as características nutricionais ótimas para os recém-nascidos mais frágeis”, detalhou.

O BLH da Maternidade Odete Valadares é referência em Minas Gerais, e tem junto a ele outros 12 bancos e 30 postos de coleta espalhados pelo estado. Ao Diário do Aço, Karine Antunes informou que “em geral, os estoques estão dentro da normalidade, mas todo dia podem haver variações, por isso estamos sempre em campanha em busca de doações de leite”.

Ano passado, foram arrecadados 2.450 litros de leite somente no Banco de Leite Humano da maternidade.

“É muito importante manter os estoques dos bancos de leite humano para alimentar e nutrir os pacientes mais indicados, que são os prematuros, os pacientes doentes com dificuldade de tolerância às dietas e que têm que ter uma alimentação superior que ajudará na evolução e desenvolvimento do bebê como um todo. O leite materno tem todas as propriedades nutricionais e imunológicas essenciais para o crescimento e desenvolvimento de todos os bebês”, ressaltou a especialista.

Sobrevivência
Karine Antunes ainda pontua que leite materno para bebês prematuros é um fator importante para garantir a sobrevivência. “Para os prematuros e os bebês internados na neonatologia é mais do que um alimento, é um medicamento, é um fator de sobrevivência para essas crianças. Algumas mães de bebês prematuros precisam do suporte do banco de leite até que estejam em condições físicas e emocionais para a retirada do seu leite. Ao contrário das mães de bebês a termo, essas mães muitas vezes não podem amamentar suas crianças por condições físicas das crianças prematuras”, concluiu a coordenadora.

Como doar
Com as novas formas de acesso ao cadastro, agora, as lactantes têm à sua disposição três opções para se tornarem doadoras: o Portal MG, o MG App e também o telefone. O cadastramento pelos meios digitais tem a vantagem de poder ser feito em qualquer dia e horário.

No caso do cadastro pelo telefone, é necessário ligar de segunda a sexta-feira para os números (31) 3298-6008 ou (31) 3337-5678, nos horários de 8h às 12h e de 13h às 17h.

Para marcar consulta ou se cadastrar como possível doadora de leite no Portal MG, as mães devem entrar utilizando o login da conta GOV.BR. O sistema tem aparência intuitiva para evitar dificuldades na hora de se inscrever.

O processo de marcação de consulta para receber orientações sobre a amamentação é simples: depois de fazer o login, basta escolher o dia e o horário convenientes e a unidade hospitalar mais próxima de sua casa.

Para a doação de leite, a interessada preenche um formulário on-line com dados sobre sua saúde e anexa os exames médicos requeridos pelo Ministério da Saúde para possíveis doadoras - os mesmos do pré-natal. As informações são enviadas para o banco de leite ou para o posto de coleta para avaliação e, após a análise, as mulheres recebem, por e-mail, o resultado informando se estão aptas ou não a doar.

Em seguida, as doadoras receberão uma ligação da equipe do BLH ou do posto de coleta.