07 de maio, de 2024 | 09:30

No Dia Mundial do Oftalmologista, médicos da região esclarecem mitos e verdades sobre uso excessivo de telas

Isabelly Quintão
A maioria dos casos é de pacientes que usam a tela para lazer, seguidos pelos que usam para trabalho e estudo?. A maioria dos casos é de pacientes que usam a tela para lazer, seguidos pelos que usam para trabalho e estudo?.
Por Isabelly Quintão - Repórter Diário do Aço
Nesta terça-feira (7) é celebrado o Dia Mundial do Oftalmologista, profissional que se dedica a cuidar da saúde dos olhos. Nessa área, um dos temas mais debatidos pela população consiste nos danos causados pelo excesso de uso de dispositivos eletrônicos.

Pensando nisso, a reportagem do Diário do Aço entrevistou médicos oftalmologistas do Vale do Aço que falam sobre a forma correta e mais saudável de se utilizar as telas, além de esclarecer mitos e verdades a respeito do tema.

Laura Yamagata, que é oftalmologista e sócio-proprietária da Clínica Observar, no bairro Canaã, em Ipatinga, pontuou que um grande risco oftalmológico é ficar olhando para telas por muito tempo, sem fazer pausas. A médica explica que a pessoa pode apresentar dor de cabeça, desconforto nos olhos, sensação de areia nos olhos e visão embaçada, indicando fadiga ocular. “Sem contar que o uso da tela de forma excessiva pode levar a transtornos comportamentais e pode afetar os ritmos circadianos, podendo causar distúrbios do sono e outras doenças crônicas. Também há aumento de risco de desenvolvimento de olho seco, miopia e síndrome visual do computador”, afirmou.

Aumento de casos após a pandemia
Laura destacou que atende pacientes com danos à visão causados por excesso de telas diariamente, notando um aumento no atendimento desses casos após a pandemia da covid-19.

“Acredito que, durante a pandemia, a tela realmente virou uma aliada de muitas pessoas que estavam sozinhas e agora é muito difícil ‘perder esse vício’. A maioria dos casos é de pacientes que usam a tela para lazer, seguidos pelos que usam para trabalho e estudo”.

Mitos e verdades
Arquivo pessoal
Laura Yamagata é oftalmologista e sócio-proprietária da Clínica Observar, do bairro CanaãLaura Yamagata é oftalmologista e sócio-proprietária da Clínica Observar, do bairro Canaã

Laura também esclarece alguns mitos relacionados ao uso excessivo de celulares, tablets, televisão, computadores e videogames. “Muitas pessoas dizem que sentar muito perto da TV prejudica a visão. Mas assistir à televisão muito próximo da tela não induz nenhuma doença ocular, apenas sintomas acomodativos”, pontua.

A médica também comenta sobre a afirmação que ler no escuro prejudica as vistas. “A leitura em ambientes com pouca luz não faz isso, porém pode causar algum desconforto. Dizer que ler em ambiente pouco iluminado prejudica a visão é mito. No entanto, quem tem ametropias não corrigidas ou doenças que realmente causam comprometimento da visão noturna pode ter sintomas gerados pela necessidade de maior esforço para ler em ambientes com pouca luminosidade”, detalhou.

Uso correto
Já Gabrielle Macieira Batista Radael, da Oftalmoclínica Vale do Aço, no bairro Cidade Nobre, em Ipatinga, destacou que no caso de crianças, a Sociedade Brasileira de Oftalmopediatria faz algumas recomendações.

“Sob supervisão dos responsáveis, menores de 2 anos não deverão ter nenhum contato com telas ou videogames. De 2 a 5 anos, até uma hora por dia. Dos 6 aos 10 anos, entre uma e duas horas por dia. De 11 aos 18 anos, entre duas e três horas por dia”, relatou a oftalmologista que atua na área de oftalmologia geral, lentes de contato, doenças da córnea e olho seco.
Arquivo pessoal
Gabrielle e Vinícius atuam na Oftalmoclínica Vale do Aço, situada no bairro Cidade NobreGabrielle e Vinícius atuam na Oftalmoclínica Vale do Aço, situada no bairro Cidade Nobre


Grabielle enfatiza que o contato da criança com os dispositivos eletrônicos é saudável, desde que não atrapalhe o desenvolvimento e a socialização da criança. “Por essa razão, os pais devem compreender os riscos e administrar melhor a exposição a telas”.

O médico Vinícius Cristófori Radael, que atua na mesma clínica, na área de oftalmologia geral e retina clínica, ressaltou que o uso indiscriminado e sem supervisão faz com que as crianças passem por dificuldades no dia a dia.
“Elas ficam mais agitadas, ansiosas, apresentam dificuldade de memorização e aprendizagem e alterações de sono. Outros problemas são lesões ortopédicas de esforço repetitivo e problemas posturais”.

Vinicius ainda afirmou que é possível evitar esse desgaste de visão, tanto para crianças quanto para adultos. “O correto é usar os dispositivos eletrônicos com mais cautela, dar intervalos para descanso durante o uso, evitar a utilização pelo menos uma hora e meia antes de dormir e priorizar atividades em ambientes abertos e ao ar livre”, concluiu.
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]

Comentários

Aviso - Os comentários não representam a opinião do Portal Diário do Aço e são de responsabilidade de seus autores. Não serão aprovados comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes. O Diário do Aço modera todas as mensagens e resguarda o direito de reprovar textos ofensivos que não respeitem os critérios estabelecidos.

Envie seu Comentário