05 de maio, de 2024 | 06:00
Pode cair
Fernando Rocha
Algo raro no calendário dos times grandes, o Cruzeiro terá certa folga, pois fará apenas” cinco jogos este mês, com mais tempo para o técnico Fernando Seabra realizar treinamentos e tentar passar a sua filosofia de jogos aos atletas.Por causa das intensas chuvas no Rio Grande do Sul, a partida contra o Internacional, que seria realizada neste domingo (5) no Mineirão, foi adiada.
Mas o grande desafio deste mês para o jovem treinador celeste, que poderá significar a sua permanência ou não no cargo, será tentar uma reviravolta na Copa Sul-Americana, onde o time vai mal.
Até agora, o Cruzeiro empatou seus três primeiros jogos e, em função disso, não depende mais apenas de suas próprias forças para terminar na liderança da fase de grupos e conseguir a classificação para a fase de mata-mata, pois só o primeiro colocado avança à próxima fase.
Nesta próxima terça-feira(7), o primeiro desafio será diante do Alianza Petrolera, na Colômbia, e depois pega o Union La Calera (Chile), no Mineirão, além de torcer por um tropeço do Universidad Católica do Equador.
Apesar da nova direção, em um primeiro momento, dar o voto de confiança ao treinador, não está descartada a troca no comando da equipe se houver um fracasso na Sul-Americana.
Ainda ferve
Os bastidores do Cruzeiro continuam em plena ebulição após a compra da SAF pelo empresário Pedro Lourenço, o Pedrinho BH.
Um ex-conselheiro, que em passado recente era muito influente nas decisões do futebol celeste, disse à coluna que ficou surpreso” com a rapidez como foi feita a mudança de dono, mas ele acredita que agora o Cruzeiro vai voltar a ter um grande time e brigar por títulos”.
Como a janela de transferências só abre em julho, a nova direção está fazendo os ajustes possíveis no departamento de futebol, com a contratação de novos profissionais.
Além de Alexandre Mattos, o braço direito de Pedrinho BH, foram contratados novo diretor de futebol, Paulo Pelaipe, e novo gerente de futebol, o ex-jogador Edu Dracena, ambos com passagens e conquistas por grandes clubes como dirigentes, sendo que o último foi um ex-atleta vitorioso com a camisa celeste.
FIM DE PAPO
É preciso lembrar que nem tudo estará perdido na Sul-Americana se o Cruzeiro não conseguir o primeiro lugar do seu grupo, pois o segundo colocado não fica de todo fora da competição internacional. De acordo com o regulamento, ainda terá uma segunda chance” para seguir na competição, disputando a repescagem contra um dos terceiros colocados da fase de grupos da Libertadores.
O feriado de 1º de maio, na última quarta-feira, foi marcado por lembranças dos 30 anos da morte de um dos nossos maiores ídolos no esporte, Airton Senna, que nos deixou no auge da carreira, em acidente durante prova da Formula 1 na Itália. A juventude de hoje não viu, portanto, não tem noção exata do que eram as manhãs de domingo no nosso país com o Senna nas pistas, quase sempre vencendo e nos enchendo de orgulho, com aquela volta triunfal desfraldando a bandeira verde-amarela para o mundo.
Em rádios, jornais, TVs do mundo inteiro, os feitos e o legado de Airton Senna foram mostrados em amplos noticiários e documentários, sendo impossível não ficar com emoções à flor da pele. Trinta anos não são trinta dias, e, apesar de tanto tempo, o prestígio de Senna como desportista, cidadão e ser humano, que era imenso, continua impressionante e inabalável.
Uma das principais perguntas quando se fala da morte de Airton Senna é onde você estava” quando tudo aconteceu. Foi um acontecimento tão marcante que a gente jamais esquece os detalhes. No exato momento do acidente, eu descia a serra de Caeté, na BR-381, rumo a BH, onde iria transmitir pela Rádio Vanguarda, no Mineirão, o clássico que terminou 1 x 1 entre Cruzeiro e Atlético. Ouvia a transmissão do GP de Ímola/Itália pela Rádio CBN/BH, quando houve a batida de sua Willians contra o muro de concreto na curva Tamburello.
Naquele momento, todos nós pensávamos que não seria grave, mas na medida em que o tempo ia passando as notícias ficavam piores, até que houve a confirmação da morte de Senna. Perdemos o maior e melhor piloto de F-1 da história e também o prazer das manhãs de domingo. "Heróis são reféns da glória. Vivem sufocados pela tirania da alta performance". Armando Nogueira. (Fecha o pano!)
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