23 de abril, de 2024 | 09:00

Jovens atuam na revitalização da bacia do rio Doce com projetos socioambientais

Thaís Fernandes/Divulgação
O ambientalista Henrique Lobo ministrou a palestra ?Rio Doce - os desafios de um caminho gerador de vida? O ambientalista Henrique Lobo ministrou a palestra ?Rio Doce - os desafios de um caminho gerador de vida?

Com objetivo de serem lideranças jovens onde residem, com atuações na área socioambiental, 600 jovens participaram do seminário “Conexões: Juventudes e Meio Ambiente”. O seminário faz parte do Ciclo II do projeto Pulsar Jovem Pelo Rio Doce, desenvolvido pela Fundação Geraldo Perlingeiro Abreu (FGPA), em parceria com a Fundação Renova.

O encontro ocorreu sábado (20), na sede da Associação dos Aposentados e Pensionistas de Ipatinga (AAPI), no bairro Bom Retiro, em Ipatinga. O evento contou com a presença do ambientalista Henrique Lobo, que ministrou a palestra “Rio Doce - os desafios de um caminho gerador de vida”.

Além de assistirem à palestra, os jovens provenientes dos 33 municípios contemplados pelo projeto Pulsar Jovem tiveram a oportunidade de compartilhar entre si seus planos e ideias, que envolvem sociedade e meio ambiente em suas localidades.

Gabriel Ferreira de Souza, de 28 anos e natural de Caratinga, explicou à reportagem do Diário do Aço que o Pulsar Jovem é uma oportunidade para a juventude agir de forma integrada e mostrar para a sociedade a importância da proteção ambiental. “Nós pertencemos a essa grande bacia (do Rio Doce). Ainda não tenho um projeto definido, mas estou pensando nas ecobarreiras, que são importantes para bloquear a passagem do lixo que desce o leito do rio. Ou hortas comunitárias. Há também a questão de fixação de lixeiras em áreas públicas”, revelou.

A participante Nayara Aniele Fraga, de 25 anos e residente de Mariana, relatou que o seminário serviu para ela ter ainda mais inspirações. “Eu sou da comunidade quilombola de Vila Santa Efigênia e adjacências. E já estamos com o pensamento de reflorestamento, em um projeto mais voltado para a área educativa. Com o seminário, posso encontrar um grupo que tenha o mesmo pensamento”, contou.
Diário do Aço
O evento ocorreu na sede da AAPI, no bairro Bom Retiro, em IpatingaO evento ocorreu na sede da AAPI, no bairro Bom Retiro, em Ipatinga


Futura implementação de projetos
Há cerca de cinco meses, os jovens vêm tendo formação teórica a respeito de temas como: bacia do rio Doce, emergências socioambientais e prevenção de desastres. Ao todo, 33 municípios são beneficiados com os projetos a serem elaborados pelas lideranças juvenis.

A coordenadora do Pulsar Jovem pelo Rio Doce, Ana Marta Aparecida Souza Inez, esclareceu que, após a etapa de elaboração, os projetos poderão ser efetivamente implantados dentro das comunidades. “Os jovens que participaram do seminário estão no segundo ciclo. Já tivemos um primeiro ciclo dessa formação de jovens lideranças, que ocorreu entre 2020 e 2022 e que realizou uma série de iniciativas nas 20 cidades que foram atendidas à época. Agora, estamos com esse segundo grupo, mais ampliado, que atualmente está na fase de formação. Depois disso, passarão por um período de construção e redação de projetos, que serão posteriormente apreciados, mediante edital interno”, detalhou.

A escolha dos projetos considerados aptos à implementação levará em conta a qualidade das propostas. Após essa seleção, a equipe de educadores do Pulsar Jovem, juntamente com a assessoria técnica da Fundação Geraldo Perlingeiro Abreu, irá supervisionar o desenvolvimento de todas as etapas dos projetos dos jovens. “Verificaremos o cumprimento do cronograma, acompanharemos o processo de aquisição dos equipamentos, dos insumos e certificaremos que as despesas que estão previstas na planilha orçamentária estejam em consonância com as ações do cronograma”, elucidou Ana Marta.

Envolvimento
Mário Taniguchi, que também é coordenador do Pulsar Jovem, enfatizou que durante o seminário foi possível ver como os jovens estavam envolvidos e motivados a empreender. “Nós percebemos um brilho nos olhos desses jovens. Eles se aprimoram na parte da oratória, organização e planejamento, desenvolvimento de valores e virtudes, trabalho em equipe e respeito às diferenças. Os projetos são capazes de inspirar esses jovens para toda a vida. As 300 horas de formação irão agregar o currículo profissional e acadêmico. Os jovens ficam tão motivados que começam a fazer o movimento na cidade, ocupando espaços”, ressaltou.

Para o presidente da FGPA, Sérgio Orlando Pires, o seminário foi capaz de colocar a juventude em um caminho mais ativo de conscientização. “Nossa função é desenvolver a juventude em um caminho mais proativo de percepção das dificuldades que há, não só no país, mas nos municípios em que estão inseridos. E esperamos que com a experiência, eles possam colocar sua formação em prática e espalhar conhecimento, visto que a comunidade necessita desses projetos”, pontuou.
Diário do Aço
O intuito do projeto é formar jovens líderes em ações socioambientais de suas localidadesO intuito do projeto é formar jovens líderes em ações socioambientais de suas localidades


Transformações nos territórios da bacia
O palestrante Henrique Lobo contou que há 44 anos realiza estudos sobre rios e teve a chance de ensinar aos jovens sobre questões hídricas do mundo inteiro, além da vivência do rio Doce.

“Essa é uma geração de mudança. Geramos outras informações para mudar tudo o que passamos, de todas as colonizações e ciclos que o rio Doce viveu. Espero que essa geração possa ter um novo olhar, um novo entendimento sobre o que é a bacia”.

O ambientalista opinou, ainda, que manter as juventudes da bacia do rio Doce contribuindo com suas próprias comunidades é algo importante e necessário. “O objetivo é que os jovens permaneçam nela. De 1970 até 2020, 700 mil pessoas se mudaram por questões econômicas. Temos que mostrar que a sociedade pode transformar a situação. São jovens de esperança. Precisam atuar para ter mais qualidade de vida, ser melhores gestores”, concluiu.

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