21 de abril, de 2024 | 09:30

Apesar da queda de casos, Minas Gerais continua em epidemia de dengue

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Subsecretário de Vigilância em Saúde destaca que cuidados básicos para combater o Aedes aegypti precisam continuar a serem tomadosSubsecretário de Vigilância em Saúde destaca que cuidados básicos para combater o Aedes aegypti precisam continuar a serem tomados
Por Matheus Valadares - Repórter Diário do Aço
Mesmo com o fim do período chuvoso, com a esperada queda do número de casos de arboviroses e após atingir o pico de notificações, Minas Gerais ainda mantém o status de epidemia de dengue.

Ao Diário do Aço, o subsecretário de Vigilância em Saúde da Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Eduardo Prosdocimi, relatou que apesar da queda, o índice de incidência ainda está elevado.

“Do ponto de vista mais prático, ainda que estejamos em queda do número de casos, estamos com um quantitativo ainda muito elevado de casos nas regionais de saúde do Estado. Obviamente que passamos o pico de casos, que foi ali nas semanas 8 e 9, ou seja, no início de março. Estamos em queda, mas ainda continuamos muito vigilantes, continuamos em emergência de saúde pública, continuamos tendo alta incidência, portanto, circulação de dengue em todas as regiões. De chikungunya, especialmente na região de Coronel Fabriciano. Ainda estamos em patamares elevados, mas vale ressaltar, estamos em queda do número de casos de dengue e chikungunya”, explicou.

O subsecretário projeta que a queda de notificações permanecerá neste mês de abril e maio. “Como já entramos no período de outono, marcado por queda na temperatura e queda dos índices pluviométricos, redução das chuvas, então veremos, neste mês de abril e no mês de maio, uma redução gradativa dos números dos casos. Casos de dengue e chikungunya, nas internações e nos atendimentos. Passaremos a ver agora, muito provavelmente, as doenças respiratórias, os vírus respiratórios em viés ascendente, exatamente por que entramos no período sazonal”.

Cuidados precisam permanecer
Apesar da iminente queda de casos de arboviroses, Prosdocimi salienta que os cuidados básicos para eliminar o mosquito Aedes aegypti, vetor das doenças, precisam continuar a ser praticados.

“A água parada, 80% dela ou mais, está dentro das nossas residências. Nós devemos manter pelos 12 meses do ano o nosso caráter vigilante nos cuidados mais básicos, ou seja, evitar o acúmulo de água parada, fazer a limpeza daqueles recipientes do pratinho abaixo do vaso de planta, olhar bem abaixo das geladeiras, nas calhas, nas piscinas, evitar o acúmulo de itens em nossas residências que podem elevar a água parada e manter esses recipientes sempre muito limpos, porque caso não estiverem, o primeiro sinal de água, o primeiro período de chuva que ocorrer, a sujeira que está ali, pode gerar focos e vai eclodir, e vai ter certamente ali os mosquitos circulando. A questão do combate às arboviroses das dengue e chikungunya é um papel de saúde individual e coletivo”, relembrou.

Aumento de número de casos
Não somente Minas Gerais, como praticamente todo o Brasil está enfrentando números históricos de casos de dengue e chikungunya desde o ano passado. Eduardo Prosdocimi acredita que, principalmente, dois fatores contribuíram para esse alto volume de notificações.

“O primeiro é o fator climático. Tivemos recordes de temperatura em Minas Gerais no ano passado, todos se lembram disso, atingiu recorde histórico, e tivemos também o verão marcado por pancadas de chuva muito excessivas. O calor com a quantidade de chuvas elevada, é um cenário propício para que o mosquito consiga se reproduzir em um menor número de dias e viver por um número maior de dias. Portanto, em termos mais práticos, nós tivemos uma circulação maior dos mosquitos. O segundo ponto que a gente acredita também para esse número de casos elevados é a circulação de mais de um sorotipo da dengue, em especial, temos com predominância do sorotipo 1 em Minas Gerais, mas vivenciamos nesse período sazonal, um momento considerável de circulação do sorotipo 2 e também o sorotipo 3, mais vinculado à região metropolitana de Belo Horizonte. Portanto, tendo uma circulação de mais de um sorotipo, isso pega o nosso sistema imunológico menos preparado para oferecer uma resposta imunológica para esse vírus”, argumentou.

Arboviroses na SRS de Coronel Fabriciano
De acordo com o painel de monitoramento de casos administrado pela SES-MG e atualizado nesta sexta-feira (19), a regional de Saúde de Coronel Fabriciano contabiliza 30.863 casos confirmados de chikungunya e 16 óbitos: 1 em Vargem Alegre; 1 em Piedade de Caratinga; 2 em Timóteo, 2 em Inhapim; 3 em Coronel Fabriciano e 7 em Ipatinga.
Em relação à dengue, foram contabilizados 14.449 casos e cinco mortes: 2 em Coronel Fabriciano e 3 em Timóteo.
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