14 de abril, de 2024 | 06:00

Xodó da massa

Fernando Rocha

O Atlético estreia hoje, às 16h, no Itaquerão-SP, contra o Corinthians, em busca do quarto título no Campeonato Brasileiro, tendo mais uma vez a expectativa positiva de desempenho por parte da imprensa e da sua torcida.

Um dos motivos para este otimismo foi a chegada do técnico Gabriel Milito, que substituiu Felipão no comando da equipe e conseguiu em quatro jogos se tornar o novo xodó da massa alvinegra.

De fato, neste começo promissor, Milito obteve por meio de posicionamento tático, boa conversa ou usando ambos os fatores, extrair o máximo dos jogadores do Galo, coisa que seu antecessor não estava conseguindo.

Ainda é cedo para conclusões, mas parece que seu estilo de comando e suas ideias táticas se encaixaram com os anseios dos jogadores e do próprio Atlético, haja vista o futebol de Saravia, que está jogando mais do que jogava; Jemerson, que, apesar das vaias da torcida, tem se destacado; Alan Franco, que foi redescoberto; Vargas, que voltou a ser útil; Gustavo Scarpa, que, finalmente, estreou e está mostrando um futebol próximo daquele que o levou a ser escolhido o melhor jogador do Brasileirão/2022.

A defesa ainda é uma dor de cabeça e aguarda um remédio do treinador, sobretudo, para as recorrentes falhas nas bolas altas, onde se vê os maiores vacilos que podem comprometer os resultados.

Crise azul
Em meio a uma crise sem precedentes, desde que foi comprado por Ronaldo Fenômeno e se transformou em SAF, o Cruzeiro faz hoje a estreia no Campeonato Brasileiro recebendo o Botafogo, às 17h, no Mineirão.

O empate pela Sul-Americana, na última quinta-feira, por 3 x 3, com sabor de derrota contra o fraco Alianza Petrolera, da Colômbia - pois vencia o 1º tempo por três gols de vantagem e cedeu o empate na etapa final -, aumentou ainda mais a pressão e a insatisfação da torcida com o time.

A escalação titular para enfrentar hoje o Botafogo é uma incógnita, mas a torcida celeste não gostaria de ver alguns nomes marcados como vilões, casos do goleiro Rafael Cabral, do zagueiro Néris, do volante Lucas Silva e do atacante Arthur Gomes.

Não há outra maneira de solucionar crises semelhantes no futebol que não seja com vitórias, algo que o novo técnico Fernando Seabra terá de conseguir, juntamente com os jogadores, em tarefa nada fácil, agravada pelo clima pesado de desconfiança da China Azul.

FIM DE PAPO

Importante lembrar que o técnico demitido Nico Lacarmón teve à sua disposição um elenco altamente limitado para trabalhar, onde, a meu juízo, existe apenas um jogador de nível elevado, Matheus Pereira, que não seria titular no rival Atlético. Os demais componentes do atual elenco celeste podem ser enquadrados na categoria de esforçados, voluntariosos, e outros nem tanto, pois são bem fraquinhos.

O atual treinador do Cruzeiro, Fernando Seabra, não serviu para a SAF do Ronaldo no início do ano, após cumprir bem o papel de auxiliar do interino Paulo Autuori, salvando o time do rebaixamento. Agora, o ex-técnico do Sub-20 celeste é contratado como solução. Além de ser uma incoerência, trata-se de mais uma aposta da SAF/Cruzeiro na linha do “faça o que digo, não faça o que eu faço”, pois, ao mesmo tempo em que prega modernidade e novas práticas no futebol, tem feito tudo igualzinho à cartolagem que comandou o clube em tempo recente, que não traz boas lembranças à torcida azul.

Para quem acha que o Campeonato Mineiro não serve pra nada, eis aí uma prova do contrário. Serve para moer treinadores. Depois do Galo, que demitiu Felipão antes de iniciar a decisão contra o Cruzeiro e trouxe o argentino Gabriel Milito, agora foi a vez do Cruzeiro, logo depois perder o título para o rival, ligar a máquina azul e triturar Nicolás Lacármon. Não há dúvida que o Estadual provoca enorme crise em quem perde o título, especialmente quando se trata de final entre Atlético e Cruzeiro.

O técnico português do Palmeiras, Abel Ferreira, chato de galocha, que para muitos é o melhor em atividade no futebol brasileiro, numa entrevista ao Canal 11 da sua terra, disse que seu time não é o único favorito ao título do Brasileirão este ano e citou outros cinco como candidatos: Internacional, Flamengo, Botafogo, Atlético, além de um ou outro que aparece, como o Bragantino no ano passado. Concordo com o Abel Ferreira, pois o nosso calendário é surreal, com jogos duas vezes por semana, o que exige dos clubes um plantel em número e qualidade enormes, que só gigantes como os que ele citou resistem e brigam até o final. (Fecha o pano!)
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