08 de abril, de 2024 | 16:06
Deu Galo
Fernando Rocha
Pela quinta vez consecutiva, o Atlético conquistou o título de campeão mineiro, desta vez com vitória de virada, por 3 x 1, sobre o rival Cruzeiro, em pleno Mineirão lotado por 61.582 cruzeirenses, recorde no estádio pós-reforma, proporcionando a renda milionária de R$ 5.517.247,62.O primeiro tempo foi de dar calo nas vistas, monótono, mas, na segunda etapa, as equipes voltaram para o tudo ou nada e o jogo ficou sensacional, de acordo com as tradições deste que é um dos maiores clássicos do futebol brasileiro.
O Cruzeiro tinha a vantagem do empate e abriu o placar com Mateus Vital, em jogada de Mateus Pereira, no início do segundo tempo, mas sofreu a virada do Galo com gols de Saravia, Hulk de pênalti e Scarpa, no finzinho da partida.
Heróis do penta
Sai fortalecido com a conquista deste título o técnico do Galo, Gabriel Milito, que em apenas três jogos no comando da equipe, substituindo o ranzinza e retrógrado Felipão, mostrou competência para escalar a equipe, além de coragem para mexer em momentos críticos, colocando o time pra cima do adversário até obter a vitória.
A conquista atleticana, também, premia o lateral Saravia, que está longe de ser unanimidade, mas foi o autor do primeiro e belíssimo gol que abriu o caminho da vitória atleticana.
Outro que sai bem na fita foi o autor do terceiro gol, Gustavo Scarpa, que chegou com toda a pompa de grande investimento e principal reforço do Galo para a temporada, mas acabou indo parar na reserva.
Por fim, temos de reconhecer o acerto da diretoria do Galo, que corrigiu a tempo o erro cometido no início desta temporada, ao renovar o contrato de Felipão, hoje um ex-treinador em atividade, pois com ele o Atlético não chegaria a lugar algum.
FIM DE PAPO
Nas redes sociais, a torcida cruzeirense responsabiliza o técnico Nico Lacarmón pela derrota e a perda do título, sobretudo pelas mudanças feitas por ele na equipe, ao tentar buscar o empate, e que não deram certo. Não acho que tenha sido este o motivo principal do fracasso celeste, que atribuo ao fato de o Atlético ter um time melhor, com jogadores experientes, investimento muito acima do seu maior rival, que ainda passa por um processo de reconstrução. Lacarmón pode ter errado em um ou outro detalhe, mas fez o que pode com o que tem à sua disposição.
Se o título não viesse, a torcida atleticana estaria caindo de pau no Paulinho, que perdeu um gol cara a cara com o goleiro Rafael Cabral, aos 20 minutos do primeiro tempo, que poderia ter mudando a história do jogo. Inadmissível que um jogador do seu nível, ainda mais numa decisão, perca um gol daqueles. Outro que também sofreria, muito mais do que já pegam no pé dele, é o zagueiro Jemerson, que também perdeu gol feito numa desastrosa cabeçada.
Foi um fim de semana de muitas decisões de estaduais pelo país afora. No sul, o Grêmio, de virada, derrotou o Juventude e levantou a taça do gaúchão”; na Bahia, apesar do investimento alto feito pelo rival, o Vitória foi campeão; no Rio, o Flamengo confirmou o seu favoritismo e desta vez não ficou só no cheirinho”; em São Paulo, o Palmeiras de Endrick levantou a taça de campeão pela terceira vez seguida.
Foi também um fim de semana de muitas perdas de pessoas queridas, a começar pelo amigo Marcelo Bomfim, amigo de infância na minha querida Tarumirim, vice-presidente da Caixa Econômica Federal, grande atleticano, que nos deixou precocemente. Partiu, também para o outro plano espiritual, o cartunista Ziraldo, mineiro de Caratinga, que construiu e deixou um legado imenso para a cultura e a educação brasileira. A morte não é nada. Eu somente passei para o outro lado do caminho.” - Santo Agostinho. (Fecha o pano!)
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