07 de abril, de 2024 | 06:00

Decisão do Mineiro

Fernando Rocha

A decisão do Campeonato Mineiro entre os dois maiores rivais do estado, Cruzeiro e Atlético, será a grande atração deste domingo, no Mineirão.

No primeiro jogo, disputado na casa do Galo, quando só a torcida alvinegra esteve presente, deu 2 x 2, o que possibilita ao Cruzeiro hoje a vantagem do empate, por ter feito melhor campanha na fase de classificação.

Se o Atlético, que possui um time com melhores valores individuais, vem motivado pela estreia com goleada na Libertadores, o Cruzeiro possui um time muito organizado e conta com o apoio maciço da sua torcida, que esgotou todos os mais de 60 mil ingressos colocados à venda.

Sempre motivo de polêmica, a arbitragem será toda de outro estado, o que garante a neutralidade e dá mais tranquilidade às duas torcidas.

Não há muito que dizer sobre o favoritismo de um ou de outro, só desejar que façam outra grande decisão, disputada com lealdade, sem violência dentro e fora de campo.

Fim de linha
Ainda repercute o rebaixamento do Ipatinga à segunda divisão do Estadual no próximo ano, após a vexatória derrota de 4 x 1 para o Democrata, na última segunda-feira, em Governador Valadares.

Episódios como este têm sido recorrentes na breve existência do clube, mas agora se teme pelo impacto que poderá causar na sua frágil situação financeira e administrativa.

Rebaixado no Mineiro, sem dinheiro para quitar salários e compromissos com atletas, fornecedores, amanhã ocorre a reapresentação do elenco visando à disputa da Série D do Campeonato Brasileiro, cuja estreia está marcada para o dia 28 deste mês, no Rio de Janeiro, contra a Portuguesa.

Se desistir de disputar a competição nacional, o clube terá de pagar uma vultosa multa e ainda ficará suspenso de todas as competições nacionais.

Se prosseguir nessa aventura, como irá pagar as despesas, que são muito superiores ao recurso destinado pela CBF aos participantes, apenas R$ 400 mil em parcelas, além do custeio das viagens, hospedagens e alimentação?

FIM DE PAPO

Além de ser o time que representa a cidade que escolhi para viver e criar a minha família, tenho uma relação afetiva muito especial com o Ipatinga Futebol Clube. Faço aqui uma confidencia: foi numa reunião informal em minha residência, onde também esteve presente o radialista “bate-forte” Nelcy Romão, que, em 1998, o presidente Itair Machado tomou a decisão de fundar o clube.

O futebol imita a vida e, desde então, foram muitos momentos de alegrias e, também, de tristezas com o “Tigrão de Aço”, mascote criado pela ação de marketing do então diretor Cosme Mattos. Uma ascensão meteórica da 3ª à 1ª Divisão estadual, impulsionada pela reforma do Ipatingão no segundo governo Chico Ferramenta, que inseriu o “Gigante do Parque Ipanema” no cenário nacional. Em 2002, uma grande tristeza, pois o Tigre tinha tudo para conseguir o acesso à Série B nacional, com o apoio de toda a cidade que lotou o Ipatingão, mas esbarrou na força de bastidores do Brasiliense, dirigido pelo ex-senador Luiz Estevão.

O ano de 2012 marcou o pior momento na vida do Ipatinga, com a transferência de domicílio para Betim. Como no ditado popular, o “bom filho a casa torna”, e dois anos depois o Tigre voltou à nossa cidade. Na condição de secretário de Esportes na época, fizemos de tudo para dar-lhe o devido acolhimento, sem qualquer mágoa ou revanchismo.

Inegável que este novo revés - o rebaixamento acompanhado de uma derrota vergonhosa para o rival Democrata - deixa a torcida e todos nós extremamente chateados. Mas o torcedor varia o humor de acordo com o momento e fica sempre a esperança que dias melhores virão. Como escreveu o grande Guimarães Rosa, “o correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem”. (Fecha o pano!)
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