02 de abril, de 2024 | 06:00

Decisão domingo

Fernando Rocha

Deu empate no clássico e a decisão do Estadual ficou para o próximo domingo, no Mineirão, com a expectativa da presença de 60 mil cruzeirenses para empurrar o time celeste em busca do título que não vem desde 2019.

A partida foi claramente de dois tempos distintos. O Atlético fez 2 x 0 e poderia ter liquidado a fatura no primeiro tempo, se Paulinho e Jemerson não tivessem desperdiçado chances claras de gol.

A partir do gol contra de Jemerson, logo aos 3 minutos, o Atlético se descontrolou, piorou mais ainda aos 9 minutos com a entrada de Edenilson no lugar de Igor Homes, passou a ser dominado e poderia ter saído com outra derrota, não fosse as chances perdidas por Matheus Pereira e uma bola na trave em chute de William.

Influência direta
Os dois treinadores argentinos tiveram influência direta no resultado do clássico, com acertos e erros determinantes para que não houvesse um vencedor.

Nico Lacarmón escalou mal ao entrar com o fraco Machado de titular, mas seu maior erro foi deixar Zé Ivaldo no banco e escalar Néris na zaga, algo que consertou no intervalo sacando o ineficiente Villalba.

No Galo, Milito fez a estreia como treinador, mudou o esquema para outro mais ofensivo e agradou a torcida; entrou com Lemos formando uma zaga de três zagueiros, Zaracho no meio-campo e Scarpa na reserva.

O Galo foi dominante, pressionou a saída de bola do Cruzeiro, teve boas chances e poderia ter feito além de dois gols. Mas o novo técnico, talvez por desconhecer o elenco, foi muito mal nas substituições, sendo a pior delas, aos 9 minutos, logo após sofrer o primeiro gol, quando tirou Igor Gomes e colocou Edenilson, o que fez o time despencar e quase ser derrotado, outra vez, em casa pelo rival.

FIM DE PAPO

O foco agora muda para os dois que têm compromissos nesta quinta-feira, pela Libertadores e Sul-Americana. O Cruzeiro, pela Sula, vai a Quito, capital do Equador, pegar a Univesidad Católica. O Galo enfrenta o Caracas, na capital venezuelana. Se não tiverem problemas físicos com os atletas, não vejo motivo para poupar titulares, pois começar bem as competições continentais será fundamental para a sequência da temporada.

O árbitro Felipe Fernandes de Lima teve uma atuação fraca e amarrou o jogo, marcando tudo quanto era falta. Para sorte dele, os jogadores colaboraram e a partida transcorreu normalmente. Não se justifica o descontrole de Hulk, que demonstra não ter estabilidade emocional para ser capitão do Galo. Se o time não ganha, ele se perde na provocação da arbitragem e deveria ter o bom senso de passar a faixa para outro companheiro.

De maneira geral foi um bom clássico, que teve o novo Atlético do Milito muito aplicado, ofensivo, no 1º tempo, mas que, na etapa final, voltou a ser o Galo do Felipão. O Cruzeiro, com suas limitações técnicas, foi muito bom no 2º tempo, o que elevou ainda mais o nível da partida, disputada em clima de lealdade por parte dos jogadores de ambos os lados. A decisão do próximo domingo, no Mineirão, promete ser ainda melhor.

Segundo gol contra do Jemerson, um recorde em clássicos, mas, desta vez, ele não teve culpa, que pode ser atribuída ao estabanado Lemos. O problema é que Jemerson está marcado pela torcida e, por isso, tudo de ruim cai nas suas costas. No futebol que imita a vida é preciso ter um pouco sorte, senão acontece o que Nelson Rodrigues costumava dizer: “Sem sorte o sujeito não consegue atravessar a rua. Morre atropelado por um carrinho de picolé”. (Fecha o pano!)

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