26 de março, de 2024 | 06:00

Novo rumo

Fernando Rocha

A seleção brasileira faz, hoje à tarde, contra a Espanha, em Madrid, o segundo amistoso do seu giro pela Europa que marca a estreia do técnico Dorival Júnior e de vários jogadores com a camisa canarinho.

No sábado, derrotou em Londres, no lendário Estádio de Wembley, a forte seleção da Inglaterra, que não perdia há 10 jogos: 1 x 0, gol do garoto Endrick.

Esta resposta rápida de Dorival Júnior à frente da seleção, alterando o comportamento da equipe de água para o vinho, não me causa nenhuma surpresa.

O histórico da sua longeva carreira é esse: sempre que chamado nos clubes para exercer a função de bombeiro, obtém sucesso imediato, como nas passagens recentes por Flamengo e São Paulo, onde conquistou uma Libertadores e duas Copas do Brasil.

Agora na seleção, que vem de dois péssimos trabalhos com Ramon Menezes e Fernando Diniz, não é diferente, mas é preciso ficar atento ao seu “lado B”, que tem sido não conseguir manter esse pique elevado de início do trabalho, algo que na seleção só o futuro dirá se vai ou não se confirmar.

Novo comandante
O Clube Atlético Mineiro comemorou 116 anos de fundação coincidindo com a chegada do novo treinador, Gabriel Milito, argentino, 43 anos, ex-atleta de sucesso, que substitui o Felipão, demitido na semana passada pelo fraco desempenho do time.

Não tenho dúvidas de que possui qualidades para fazer sucesso no comando do Atlético, que possui um dos melhores e mais caros plantéis da América Latina, dispondo de ótimas condições de trabalho em todos os níveis.

A chegada de Milito se reveste de uma expectativa ainda maior por parte da torcida, pois antecede ao clássico de ida contra o Cruzeiro, na Arena MRV, válido pela decisão do Estadual, onde ainda não conseguiu vencer o grande rival.

Vida longa ao Clube Atlético Mineiro, o “Galão da Massa”, o “Galo das Alterosas”, clube cujo torcedor foi definido assim pelo saudoso jornalista e escritor Roberto Drumond: “se tiver uma camisa branca e preta pendurada no varal, o atleticano torce contra o vento”.

FIM DE PAPO

A vitória maiúscula sobre a Inglaterra serviu para resgatar um pouco da credibilidade perdida pela seleção brasileira, vindo de quatro jogos sem vitórias na fraca eliminatória do nosso continente para a Copa de 2026, onde ocupa o modesto 6º lugar. Todas as melhores oportunidades foram da seleção brasileira, que se mostrou defensivamente segura e ofensivamente envolvente, e por isso a vitória foi justa.

Outro aspecto positivo no amistoso contra os ingleses, as trocas experimentais feitas por Dorival Júnior e que cabiam no jogo, sobretudo dos atacantes Rodrygo e Paquetá, que estavam bem, por Andreas Pereira e Endrick, que melhoraram ainda mais o rendimento do time. Além de fazer um gol e se tornar o mais jovem atleta a marcar no lendário Estádio de Wembley, Endrick perdeu um gol feito que poderia ter dado uma vitória ainda mais tranquila ao Brasil e consagrá-lo definitivamente. Impressionante, também, as atuações seguras de Fabrício Bruno, Beraldo e João Gomes, todos estreantes que não estranharam o tamanho do jogo.

Mesmo não sendo titular absoluto no Barcelona, Gabriel Milito deixou o seu nome escrito na história do clube catalão, onde conquistou muitos títulos como atleta, sendo comandado por Pep Guardiola, com quem deve ter aprendido muita coisa boa. Ficou rico, honestamente, às custas de seu trabalho. Segundo relatos de pessoas próximas, Milito tem personalidade forte e pavio curto, é capaz de chutar o balde se sentir-se incomodado com questões internas do clube.

No Independiente, não aceitou pressão do presidente do clube para escalar um atacante, irmão do famoso Aguero, cujo futebol não aprovava. Pegou o boné e foi embora na mesma hora. Já na sua excelente passagem pelo Estudiantes, onde obteve 16 vitórias, 9 empates e 6 derrotas, em 31 jogos, apesar de contar com todo o apoio do presidente Sebastián Verón, o atual treinador do Galo jogou a toalha após um desentendimento com a torcida e alguns dirigentes. A conferir, agora, o que irá acontecer em sua passagem pelo Galo, que possui uma das maiores e mais fanáticas torcidas do país, mas também uma das mais “chatas”, como frisou, certa vez, o maior presidente na história do clube, Alexandre Kalil, quando se trata de cobranças a jogadores e treinadores. (Fecha o pano!)

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