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25 de março, de 2024 | 14:24

Mulheres ganham 21,6% a menos que homens em Minas Gerais, revela 1º Relatório de Transparência Salarial

Débora Anício
Documento reúne informações de 4.973 empresas mineiras com 100 ou mais funcionáriosDocumento reúne informações de 4.973 empresas mineiras com 100 ou mais funcionários

As mulheres ganham 21,6% a menos do que os homens no estado de Minas Gerais. É o que aponta o 1º Relatório de Transparência Salarial já publicado no país com recorte de gênero. O documento, apresentado nesta segunda-feira (25), pelos ministérios do Trabalho e Emprego (MTE) e das Mulheres, contém dados extraídos das informações enviadas pelas empresas com 100 ou mais funcionários — perfil exigido por lei para apresentar os dados para o Governo Federal e foi divulgado pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.

No total, 4.973 empresas mineiras responderam ao questionário. Juntas, elas somam 1,68 milhão de pessoas empregadas. A exigência do envio de dados atende à Lei nº 14.611, que dispõe sobre a Igualdade Salarial e Critérios Remuneratórios entre Mulheres e Homens, sancionada pelo presidente Lula em julho de 2023.

A diferença de remuneração entre mulheres e homens varia de acordo com o grande grupo ocupacional. Em Minas Gerais, em cargos de dirigentes e gerentes, por exemplo, a diferença chega a 28,5%.

No recorte por raça, o relatório aponta que há um equilíbrio entre o número de mulheres negras e mulheres não negras nas empresas do levantamento, com registro de 313,8 mil e 307,3 mil, respectivamente. Contudo, mulheres negras recebem, em média, 25,1% a menos que as não negras. Entre os homens negros e não negros, a diferença de remuneração média é menor: 21,7%.

O Relatório também apresenta informações que indicam se as empresas contam com políticas efetivas de incentivo à contratação de mulheres, como flexibilização do regime de trabalho para apoio à parentalidade, entre outros critérios vistos como de incentivo à entrada, permanência e ascensão profissional das mulheres.

No caso de Minas Gerais, o relatório registrou que 45,6% das empresas possuem planos de cargos e salários; 41,3% adotam políticas para promoção de mulheres a cargos de direção e gerência; 35,4% têm políticas de incentivo à contratação de mulheres; e 29,3% adotam incentivos para contratação de mulheres negras. Poucas empresas ainda adotam políticas como licença maternidade (ou paternidade) estendida (14%) e auxílio-creche (12,6%).

Atualmente, somente 24,1% possuem políticas de incentivo à contratação de mulheres LGBTQIAP+; 27,2% incentivam o ingresso de mulheres com deficiência; e apenas 5,3% têm programas específicos de incentivo à contratação de mulheres vítimas de violência.
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