24 de março, de 2024 | 08:00
Desinformação também prejudica vacinação contra a dengue
Fábio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
Pesquisa aponta que no Brasil crianças até nove anos morrem mais de dengue

Por Silvia Miranda - Repórter Diário do Aço
Mesmo em meio aos números preocupantes de casos e mortes causadas pela dengue, a vacinação contra a doença ainda tem baixa adesão. A falta de percepção do risco e as chamadas fake news” são alguns dos fatores que contribuem com a situação. Mas a segurança da vacina é alta e contribui para a saúde pública, com a redução dos casos graves e mortes, conforme explica a pediatra Naiara Ferreira em entrevista ao Diário do Aço.
Sexta-feira (22), a Agência Brasil divulgou que o país bateu recorde de casos de dengue. Os números de casos subiram para dois milhões neste ano. São 400 mil registros a mais do que todo o ano passado, que teve 1,6 milhão. Minas Gerais apresenta 34% das ocorrências, com quase 680 mil casos. Desde janeiro, 682 pessoas morreram no país devido à doença, contra 1.100 no ano passado.
O público-alvo das vacinas em 2024 é formado por crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. Conforme divulgado pela Agência Brasil, de 1,5 milhão de doses distribuídas, apenas 30%, cerca de 435 mil, foram aplicadas. Por isso, o Ministério da Saúde decidiu, nesta semana, que as vacinas contra a dengue não utilizadas serão redistribuídas para municípios em situação de emergência.
Motivos para baixa adesão
Na visão da pediatra Naiara Ferreira, que atende em Ipatinga, a cobertura vacinal, em geral, está abaixo do necessário para a proteção populacional, bem como individual. Um fator diretamente relacionado ao crescente número de desinformações sobre vacinação como causa de vários problemas de saúde física e do neurodesenvolvimento levam a população a dar voz ao movimento antivacina.
"Com as vacinas mais novas, esse movimento parece ser maior, considerando a velocidade com que as fakes news se disseminam. Esse fato ocorre com a vacina da covid-19 e não é diferente com a vacina da dengue. No entanto, a nova vacina da dengue, a Qdenga, tem uma eficácia geral para os quatro sorotipos, independente do paciente já ter tido ou não a doença, o que gera um impacto positivo em saúde pública e minimiza a possibilidade de dengue grave e dengue hemorrágica", esclarece.
Vacinas disponíveis
Ainda conforme a pediatra, a Qdenga tem efeitos mínimos locais e sistêmicos, como outras vacinas já contidas no calendário vacinal do país. No mercado brasileiro existem duas vacinas atualmente disponíveis para a dengue. No atendimento de saúde particular já era possível encontrar outro imunizante contra a doença.
"A Dengvaxia foi registrada em 2019, é indicada para pessoas que já tiveram a doença pelo menos uma vez, com idade entre 6 a 45 anos, aplicadas em três doses, com intervalo de seis meses entre elas. A Qdenga foi registrada em março de 2023, é indicada para pessoas que tiveram ou não a doença, entre 4 e 60 anos (acima com indicação médica), aplicada em duas doses, com intervalo de três meses entre elas", detalha.
Vacina da gripe
Alguns municípios já iniciaram a vacinação contra influenza e recentemente o Ministério da Saúde passou a recomendar o intervalo mínimo de 24 horas entre a administração da vacina da dengue e outras vacinas inativadas, incluindo a da gripe. A medida foi tomada devido ao registro de alguns episódios alérgicos após a imunização contra a dengue.
Morte de crianças
Uma pesquisa divulgada recentemente aponta que, no Brasil, crianças com menos de cinco anos morrem mais de dengue, seguidas pelas de cinco a nove anos. Já os adolescentes entre 10 e 14 anos apresentam o maior número de casos registrados este ano. Os números constam do levantamento do Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Com isso, a médica Naiara Ferreira reforça que a vacinação tem como alguns dos objetivos a redução dos sintomas e de sua gravidade, reduzindo com isso, hospitalização e casos de morte. "Considerando isso, as crianças vacinadas se beneficiam ao reduzirem os riscos referentes ao adoecimento, como internação, sangramento e morte", conclui.
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Chouriço
25 de março, 2024 | 21:06Quatro anos de governo Bolsonaro, e regredimos a pré-história no quesito vacina. Até o PNI ( o Programa Nacional de Imunizações ) reformulado pelos militares em 1973, esse maluco conseguiu enterrar. Lembrando que o PNI, foi um exemplo de eficiência e dedicação na proteção da saúde da população brasileira e um dos maiores programas de vacinação do mundo.”
Zé Doido
24 de março, 2024 | 13:18Mas é claro que isso ia acontecer, o desserviço prestado pelo miliciano, golpista e genocida tinha essa intenção e infelizmente conseguiu devido à falta de bom senso aliada à ignorância , alienação e fanatismo religioso por grande parte da população.
#PrisãoParaBolsonaro
#CadeiaJá
#MilicianoGolpistaEGenocida”
Leoncio Simoes
24 de março, 2024 | 12:59A medalha de ser NEGACIONISTA pertence ao hipocrita mentiroso I arrogante bolsonaro”
George
24 de março, 2024 | 11:31A desinformação e o ataque à ciência promovida pelo bolsonarismo vai ainda afetar e muito a política de vacinação do Brasil. É perigoso a poliomielite voltar com tanta gente ignorante deixando de vacinar os filhos.”
Gildázio Garcia Vitor
24 de março, 2024 | 08:26As Escolas podem contribuir, e muito, para uma campanha de conscientização das famílias e dos jovens sobre a importância e a segurança das vacinas. O único problema, são os Professores negacionistas e antivacinas.”