
10 de março, de 2024 | 06:00
Decisão no Gigante”
Fernando Rocha
Depois de seis anos, o Cruzeiro volta ao Vale do Aço para jogar no Ipatingão, contra o Tombense, desta vez na condição de visitante, em partida de ida pela semifinal do Campeonato Mineiro.O time da pequena cidade de Tombos acertou em cheio, outra vez, ao tomar a iniciativa de jogar no Ipatingão, de olho na renda, em razão do grande número de torcedores da Raposa na região, pois a expectativa é de casa cheia com todos os 22.500 ingressos vendidos.
O Gigante do Parque Ipanema” torna-se, neste domingo, o centro das atenções do futebol estadual, o torcedor celeste agradece e mostra a sua força.
Por ter feito a melhor campanha geral na fase de classificação, a Raposa tem a vantagem de jogar por dois resultados iguais, além de decidir sempre em casa no segundo confronto, até caso chegue à final.
Clássico na terça
Na próxima terça-feira será a vez do clássico regional entre Ipatinga x Democrata/GV, com expectativa também de um bom público no Ipatingão.
A situação de ambas as equipes é complicada, bem parecida, pois fizeram as piores campanhas do Estadual, ao lado do Pouso Alegre, sendo obrigados a disputar um patético triangular apelidado de Torneio da Morte”, de onde só um escapará e dois serão rebaixados à segunda divisão no próximo ano.
Há pouco mais de uma semana, os dois rivais se enfrentaram no Ipatingão, registrando-se vitória do Tigre por 2 x 0, mas agora a pressão pelo resultado é ainda maior dos dois lados, prevendo-se uma partida nervosa, muito disputada e sem favoritismo.
FIM DE PAPO
Esta é a terceira vez que o Tombense, visando arrecadar mais com bilheteria, transfere um de seus jogos pelo Campeonato Mineiro ao Ipatingão. A primeira vez foi em 2015, quando enfrentou o Atlético, perdeu de 3 x 0, mas os 18 mil pagantes proporcionaram uma boa arrecadação. Em 2018, retornou para enfrentar o Cruzeiro, perdeu de 2 x 1, com outro excelente público de 14.251 torcedores. Hoje, se todos os 22.500 ingressos forem vendidos, sendo 13.500 inteiras a R$100 e 9.000 meias-entradas a R$ 50, a renda chegará a R$ 1,8 milhão, recorde absoluto do estádio e do interior mineiro.
Uma falha da SAF/Cruzeiro é não valorizar, desconhecer ou até subestimar a força da sua torcida no Vale do Aço. Nos últimos dois anos, em litígio com a administração do Mineirão, o Cruzeiro jogou como mandante em Uberlandia, Sete Lagoas, Cariacica, Brasília, menos no Ipatingão, dando as costas para a sua enorme torcida na região que, desde o início deste século, sempre acolheu o time e o abraçou, como fez agora ao esgotar todos os ingressos colocados à venda.
Faltaram, também, interesse e mobilização por parte dos responsáveis pelo esporte na atual administração municipal, a fim de mostrar aos gestores não só da SAF/Cruzeiro, mas também ao Atlético, o potencial da região para produzir grandes espetáculos esportivos, devido ao enorme contingente de torcedores dos dois clubes na região.
Outro aspecto dificultador é o sucateamento do Ipatingão, que, depois da grande reforma realizada em 1998, na gestão do ex-prefeito Chico Ferramenta, e da colocação de cadeiras e da troca do gramado nos governos de Sebastião Quintão e Robson Gomes, não recebeu novos investimentos de maior vulto, ficando atrás da concorrência para outras arenas similares do país. Esta modernização do Gigante do Parque Ipanema”, que passa pela troca do atual e obsoleto sistema de iluminação, além da reforma de vestiários, banheiros, placar eletrônico e cobertura das arquibancadas, será um dos grandes desafios da próxima administraçã, a ser eleita em outubro próximo. (Fecha o pano!)
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