08 de março, de 2024 | 09:54

No Vale do Aço, trabalhadoras recebem em média 7% a menos do que os homens

Repórter Isabelly Quintão
Débora Anício
Ipatinga e Timóteo são os municípios com menores médias salariais para mulheresIpatinga e Timóteo são os municípios com menores médias salariais para mulheres

No dia 8 de março é celebrado o Dia Internacional da Mulher. No entanto, passados séculos de lutas históricas, as mulheres ainda não têm suas condições equiparadas às dos homens. O cenário tem impacto global e pode ser observado na Região Metropolitana do Vale do Aço (RMVA), visto que os salários destinados a homens e mulheres ainda apresentam diferenças.

Considerando os municípios de Coronel Fabriciano, Ipatinga, Santana do Paraíso e Timóteo, a média salarial das mulheres é de R$ 2.616,92, enquanto a dos homens é de R$ 2.803,13, uma diferença de 7,1%.

As informações foram repassadas à reportagem do Diário do Aço pelo coordenador estatístico e de pesquisa do Observatório das Metropolizações Vale do Aço, geógrafo William Passos, conforme análise de dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de dezembro de 2023, que são os últimos disponibilizados pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

Dados por localidade

Em Coronel Fabriciano, a média salarial destinada ao público feminino é de R$ 2.617,98. Já para os homens, a média é de R$ 2.282,55.

Enquanto isso, em Ipatinga, a média salarial das mulheres é de R$ 2.473,43. Nesse município, a média de um homem apresenta uma grande diferença quando comparada ao de uma mulher, já que o público masculino recebe, em média, R$ 3.115,78.

Por sua vez, em Timóteo, a remuneração das mulheres apresenta uma média de R$ 2.421,44, e a dos homens de R$ 3.285,72.

Por fim, a média salarial de uma mulher que mora em Santana do Paraíso é de R$ 2.954,85, enquanto a de um homem que também reside no município é de R$ 2.528,49.

Dados por faixa etária

De acordo com a faixa etária, a média salarial é distribuída da seguinte forma para uma mulher fabricianense: até 17 anos de idade, R$ 723,31; entre 18 e 24 anos, R$ 1.431,28; 25 a 29 anos, R$ 1.836,46; 30 a 39 anos, R$ 2.474,01; 40 a 49 anos, R$ 3.410,61; 50 a 59 anos, R$ 3.881,71; 60 anos ou mais, R$ 3.216,92.

Quanto à média salarial dos homens que moram em Fabriciano, jovens de até 17 anos de idade recebem uma média de R$ 798,15; já entre 18 e 24, R$ 1.473,58; 25 e 29, R$ 1.867,09; 30 e 39, R$ 2.468,88; 40 e 49, R$ 2.718,77; 50 e 59, R$ 2.696,81; 60 anos ou mais, R$ 2.540,24.

Por outro lado, uma jovem de até 17 anos que mora em Ipatinga chega a receber uma média de R$ 749,82. Jovens de 18 a 24 anos recebem cerca de R$ 1.462,61. Por sua vez, uma mulher ipatinguense que tem entre 25 e 29 anos recebe em torno de R$ 1.976,69. De 30 a 39 anos de idade, R$ 2.612; de 40 a 49, R$ 3.017,79; de 50 a 59, R$ 3.240,36. Idosas de 60 anos ou mais apresentam uma média salarial de R$ 2.946,83.

No caso do público masculino, os jovens que têm até 17 anos de idade recebem, em média, R$ 724,87, e os que têm entre 18 e 24 ganham cerca de R$ 1.585,90. Para aqueles que têm entre 25 e 29, o salário gira em torno de R$ 2.295,73. Empregados de 30 a 39 anos, ganham cerca de R$ 3.282,65. Já homens com 40 a 49 anos, R$ 4.069,04. Entre 50 e 59 anos, R$ 3.902,25 e 60 anos ou mais, R$ 3.616,15.

As jovens timoteenses de até 17 anos de idade apresentam uma remuneração média de R$ 689,87. De 18 a 24 anos, R$ 1.499,70; 25 a 29, R$ 2.106,54; 30 a 39, R$ 2.480,31; 40 a 49, R$ 2.616,32; 50 a 59, R$ 3.180,98; 60 anos ou mais, R$ 2.523,59.

Para os homens que residem neste município, a remuneração média por faixa etária é distribuída do seguinte modo: até 17, R$ 704,46; entre 18 a 24, R$ 1.807,09; de 25 a 29, R$ 2.744,83; 30 a 39, R$ 3.402,58; 40 a 49, R$ 3.977,07; 50 a 59, R$ 3.976,52; 60 ou mais, R$ 3.206,32.

Em Santana do Paraíso, os dados da remuneração média de acordo com a idade puderam ser obtidos a partir dos 18 anos para ambos os sexos. Sendo assim, uma mulher de 18 a 24 anos tende a receber R$ 1.563,48; de 25 a 29, R$ 2.215,52; de 30 a 39, R$ 2.782,29; de 40 a 49, R$ 3.584,36; de 50 a 59, R$ 3.900. Mulheres com mais de 60 anos podem receber uma média de R$ 3.763,54.

Quanto a um homem paraisense de 18 a 24 anos, a média do salário é R$ 1.546,79; de 25 a 29 anos de idade, R$ 2.062,76; 30 a 39, R$ 2.871,27; 40 a 49, R$ 2.839,5; 50 a 59, R$ 2.895,50; 60 ou mais, R$ 2.742,47.

Setores da economia com maior remuneração feminina



No setor de serviços, a remuneração feminina é maior (R$ 2.849,84) e a do comércio é menor (R$ 1.745,20). A jornada de trabalho média da mulher no comércio é de 44 horas e no setor de serviços é de 40 horas.

Os municípios que apresentam o setor terciário como o que mais paga bem às mulheres são Coronel Fabriciano (R$ 3.105,10), Ipatinga (R$ 2.783,51) e Santana do Paraíso (R$ 3.817,44). Apenas Timóteo apresenta a indústria com o salário mais alto, que consiste em R$ 3.163,79.

O geógrafo William Passos afirma que os serviços pagaram médias salariais maiores que a indústria em Fabriciano, Ipatinga e Paraíso chama a atenção. “Isso é disfuncional. Quando a economia está saudável e crescendo equilibrada, o normal é a indústria pagar mais. O comércio paga salários médios menores que os serviços, a indústria e a agropecuária, que não têm tanto peso no Vale do Aço, por ser uma região urbana e industrial, pagando os menores salários”, conclui.
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Comentários

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Daniel Florentino de Souza

10 de março, 2024 | 06:27

“Está Pesquisa está estranha trabalho na usimec lá todos tem salários iguais compatíveis com suas formações e atribuições.a. caso em que as mulheres que trabalham ganham mais comparados a homens que trabalham dentro da usiminas.”

Joao Batista de Souza

08 de março, 2024 | 15:14

“Unha de gavião !”

Honk

08 de março, 2024 | 10:46

“Que bom que vivemos em um sociedade onde a mulher pode trabalhar livremente.
O título dá a entender que mulheres são pagas em disparidade na mesma função, o que não é verdade.
Falta mencionar que homens são mais suscetíveis a trabalhar em horários ruins, cargas mais longas, áreas insalubres, serviços de risco, viajar, passar tempo longe do lar, entre tantos outros fatores que fazem a média salarial ser maior.
No mais, parabéns a todas as mulheres. As que trabalham e as que cuidam do lar, função mais importante da vida.”

William

08 de março, 2024 | 10:26

“Faltou falar da carga não remunerada, cuidando da casa e dos filhos, depois do trabalho formal. Guerreiras, enfim. Parabéns à repórter. Parabéns a todas.”

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